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Alerta
Tuberculose: HDT-UFT esclarece sobre a enfermidade e apresenta estudo do perfil clínico e epidemiológico dos pacientes
Araguaína (TO) – Febre no final da tarde, tosse constante por mais de duas semanas, perda de peso podendo levar ao emagrecimento intenso, cansaço excessivo e prostração, suor noturno, falta de apetite, rouquidão, são sintomas da tuberculose. Uma doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, que apesar de afetar prioritariamente os pulmões, pode ocorrer em outras partes do corpo (tuberculose extrapulmonar).
A transmissão da doença é por via respiratória. Ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotas de saliva contaminadas e podem ser aspiradas por outro indivíduo. Diferentes fatores que possam gerar baixa resistência orgânica, também contribuem para o estabelecimento da doença.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), alerta sobre sua prevenção, sintomas e tratamento. Esse último está disponível através do Sistema Único de Saúde (SUS), em hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT).
Nesta segunda-feira (25), profissionais do Serviço de Assistência Especializada (SAE), Serviço Multiprofissional de Dermatologia e Pneumologia (SMDP) e do serviço social realizaram uma ação educativa com a abordagem aos pacientes e acompanhantes que aguardavam consultas no ambulatório, por meio da distribuição de folder e de diálogo sobre a importância do diagnóstico precoce, sinais e sintomas da doença e tratamento.
Referência
No HDT-UFT/Ebserh são disponibilizados todos os tratamentos com base na descrição e orientação no Manual do Ministério da Saúde de Orientações para combate à Tuberculose. Os pacientes são encaminhados ao hospital via regulação conforme suspeição clínica, o HDT também recebe pacientes de outros hospitais, UPAs, pronto atendimentos, unidade básica de saúde, conforme quadro clínico de cada paciente. Nos últimos 06 meses, o hospital registrou 47 internações por tuberculose.
“O HDT é referência para o tratamento da tuberculose complicada e tuberculose resistente. Então, o tratamento ofertado no HDT é o mesmo que é ofertado na rede básica de saúde, além do tratamento específico para esses casos complexos, casos em que a doença é resistente às medicações comuns, existem medicações específicas para serem administradas nesses casos. O HDT foi premiado pela alta taxa de resolutividade nos casos de tuberculose multirresistente e que são de difícil tratamento. A gente recebeu uma premiação do Ministério da Saúde em decorrência da alta taxa de cura que ao hospital apresenta”, enfatiza o professor e cirurgião torácico do HDT, Antônio Oliveira dos Santos Junior.
Sintomas
A principal manifestação clínica da doença é uma febre no final da tarde (febre vespertina diária) e tosse constante por mais de duas semanas (podendo evoluir para tosse com pus ou sangue), nos pacientes classificados “sintomático respiratório”. A confirmação do diagnóstico é realizada através da coleta do catarro (escarro) para a pesquisa da bactéria com os seguintes métodos: teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e cultura para micobactérias. Também podem ser solicitadas radiografia de tórax ou tomografia de tórax para pesquisar alterações compatíveis com a tuberculose e avaliar a extensão da doença.
“Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns meses (ou anos). Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa, geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão)”, explica o médico pneumologista do HDT, Emanuell Felipe Silva Lima.
Tratamento
O tratamento é à base de antibióticos, durando no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no SUS. Com o início da terapia, a transmissibilidade tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido. Na tuberculose multirresistente, o tratamento pode chegar até um ano e meio e, em algumas situações, o paciente pode necessitar de medicação injetável, de três a cinco vezes na semana, por um período prolongado de até seis meses e depois continuar por mais um ano o tratamento oral com comprimido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento supervisionado, como estratégia de controle da doença, disponível em todo o Brasil pelo SUS. A vacina BCG disponibilizada pelo SUS protege crianças das formas mais graves da doença.
Pesquisa sobre perfil clínico e epidemiológico
O HDT-UFT analisou o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes portadores de Tuberculose e correlacionar a presença da patologia com fatores socioeconômicos por meio de pesquisa. Os métodos utilizados na pesquisa consistiram no estudo retrospectivo descritivo e analítico baseado na coleta de prontuários de pacientes com tuberculose atendidos no HDT-UFT, entre os anos de 2016 e 2020.
A pesquisa mostrou o predomínio do sexo masculino em 61,6% dos pacientes, 37,8% estavam na faixa etária entre 20-40 anos, 81,3% eram pardos, 52,86% apresentavam ensino fundamental incompleto e 33,09 eram trabalhadores rurais. Cerca de 27,7% eram tabagistas, 17,57% etilistas e 16% PVHA. A principal forma clínica (81,33%) foi a pulmonar, sendo a tosse (88,4%), a manifestação clínica mais prevalente. Para o diagnóstico, o BAAR foi o mais realizado, positivando em 78,5% dos casos. O esquema de tratamento mais utilizado foi o coxcip (90,48%). No desfecho clínico, 16,1% dos pacientes evoluíram com sequelas e o óbito ocorreu em 6,08%.
“A pesquisa foi concluída e a principal importância dela é que conhecendo esse perfil de pacientes, a gente consegue identificar de forma mais precoce aqueles que têm maior risco de serem acometidos pela doença”, enfatiza Antônio Oliveira dos Santos Junior.
Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, a tuberculose ainda é uma doença com grande prevalência de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Assim, conhecer o perfil de pacientes que mais são afetados pela tuberculose, permite o preparo de mais políticas públicas, permitindo o manejo precoce.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Unidade de Imprensa e Informação Estratégica 1/Rede Ebserh e UCR14