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SAÚDE
Luta contra a malária: 99% dos casos da doença no Brasil estão na região Amazônica
Belém (PA) -A malária é uma doença infecciosa febril aguda, que tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, se faz necessário um rápido diagnóstico para evitar formas graves da doença. Não há transmissão direta da doença de uma pessoa para outra. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), 99% dos casos no Brasil, estão na região Amazônica. Para fomentar o controle efetivo da enfermidade, foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial da Luta contra a Malária (25 de abril).
O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA/Ebserh), é referência estadual no atendimento à malária, principalmente os casos mais graves. O diagnóstico e o tratamento são realizados pela Unidade de Doenças Infecto Parasitárias (Udip), em pacientes referenciados por meio da Rede de Atenção Básica de Saúde.
De acordo com o médico infectologista do HUJBB, José Eudes de Carvalho Neri, o tipo de malária mais incidente no Brasil é a causada pelo parasita Plasmodium vivax. “No último boletim de dados de 2022 do MS, o vivax era responsável por 84,2% das infecções, mais de 100 mil casos. O segundo agente é o Plasmodium falciparum com 13,9%, com mais ou menos 17 mil casos”, revela. Segundo ele, há também uma expressiva proporção de pacientes que apresentam infecção mista, causada por dois tipos de espécies, que corresponde a mais ou menos 1,8%, cerca de 2 mil casos.
Teste para detectar tipos de parasita é fundamental para tratamento
Quanto ao diagnóstico, o especialista explica que, por se tratar de uma doença infecciosa, precisa ter acompanhamento da suspeita clínica, que leva em conta a exposição ao vetor, a exposição às áreas de riscos endêmicas e ao quadro de febre.
Além disso, é preciso solicitar um teste laboratorial. “Essa febre é precedida de calafrios, seguida por sudorese profunda, fraqueza, dor de cabeça, que ocorre em padrões cíclicos de 24/48 a 72 horas”, frisa. O teste mais utilizado é o da microscopia direta pela gota espessa (colhe uma gota de sangue da ponta do dedo do paciente). São feitos nos locais de referência, para identificar o tipo de plasmodium e assim realizar o tratamento mais correto.
Viajantes que visitam a região Amazônica precisam redobrar a atenção
Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e estados do centro-sul e do Nordeste (Maranhão, Tocantins, Roraima e Rondônia) são citados pelo médico como locais com maior incidência, em mais ou menos 808 municípios. Já a região extra-amazônica, corresponde a 1% dos casos em sua maioria. “O principal motivo destes casos se concentrarem na região amazônica é a presença do vetor. Então, o plasmodium está dentro de um vetor, que é um mosquito. E a presença desse mosquito mantêm a cadeia de transmissibilidade da doença”, diz o infectologista.
Você sabia?
A malária também é conhecida popularmente como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre? Ela é típica de países subtropicais e tropicais, como é o caso do Brasil, e sua transmissão em humanos acontece pela picada da fêmea do mosquito-prego (gênero Anopheles), infectadas pelo parasita Plasmodium.
Sobre a Ebserh
O Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA) pertence à Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.