Notícias
Câncer
Huol-UFRN realiza serviço de registro do perfil clínico-epidemiológico de pacientes com leucemia
Natal (RN) – O Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é referência no estado do Rio Grande do Norte no tratamento de pacientes com leucemias agudas, um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos. A unidade hospitalar conta com serviço de registro clínico-epidemiológico dos casos e navegação de pacientes, com acolhimento multidisciplinar durante toda trajetória de tratamento no hospital.
O Huol conta com o Grupo de Pesquisa - Registro de Informações sobre Leucemias Agudas (RILA), que busca caracterizar, a partir do registro integrado, o perfil clínico-epidemiológico, a evolução e os desfechos do tratamento de pacientes portadores de leucemias agudas no Rio Grande do Norte. Em 2023, foi realizada uma pesquisa de análise clínica-epidemiológica dos portadores de doenças hematológicas com o objetivo de caracterizar o perfil clínico-epidemiológico, evolução e desfechos do tratamento de pacientes portadores de doenças hematológicas no estado do Rio Grande do Norte.
O hospital foi o local principal para coleta de dados por ser um hospital universitário de referência para o tratamento para diversas doenças clínicas, especialmente, as hematológicas no estado do Rio Grande do Norte. Destaca-se, ainda, o perfil assistencial e educacional, além do desenvolvimento tecnológico e fomento à pesquisa.
De acordo com a pesquisa, no estado do Rio Grande do Norte não existe nenhum estudo realizado sobre as características clínico-epidemiológicas, evolução, desfechos e sobrevida dos pacientes acometidos por doenças hematológicas, fato que suscitou a oportunidade para a realização da pesquisa. Além disso, a pesquisa teve como uma de suas metas criar um banco de dados consistente com informações suficientes para possibilitar a elaboração de estratégias de cuidado que visam melhorar a qualidade da assistência aos pacientes com doenças hematológicas atendidos no estado.
Os pacientes com leucemia são encaminhados ao hospital para receber um atendimento multidisciplinar. “Temos mais de 150 pacientes registrados. Atualmente, a Unidade de Assistência de Alta Complexidade (UNACON) do Huol acompanha cerca de 05 pacientes com Leucemia aguda em tratamento. Além disso, está aberto cadastro para acompanhamento gratuito de Enfermeira Navegadora, através de projeto de extensão, envolvendo professores, alunos e profissionais da Ebserh. A equipe está confiante que o acompanhamento sistemático por enfermeira navegadora vai facilitar o caminho do paciente por todas as etapas de tratamento, aumentando a chance de cura”, explicou o hematologista e chefe da unidade de hemoterapia do Huol-UFRN, Rodolfo Soares.
O atendimento ao paciente conta com o apoio de organizações como a Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, Grupo de Apoio à Criança com Câncer do Rio Grande do Norte (GACC), Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do Rio Grande do Norte (HATMO) e Casa Vida que oferecem apoio social ao paciente, disponibilizando estadia, transporte e medicamentos ao longo do tratamento. “Por hora, atingimos mais engajamento dos diversos profissionais e setores que lidam com esse paciente. Ainda não temos resultados demonstrando se essa ação tem impactado na mortalidade. Esse dado só estará disponível daqui há alguns anos. Temos estudo avaliando a sobrevida em pacientes com leucemia aguda, nos adultos vimos que a mortalidade em 03 anos é de 90%”, explica Rodolfo Soares.
Leucemia
A leucemia pode se manifestar de forma aguda ou crônica. A aguda é caracterizada por células imaturas, sem capacidade funcional e pela rápida evolução para a morte, se não tratadas adequadamente. Já nas leucemias crônicas, a proliferação das células neoplásicas é lenta e predominam células com algum grau de maturação. O paciente pode ficar assintomático por meses e até mesmo por anos.
Tipos
Existem dois tipos principais de leucemias: a mielóide e a linfóide. Considerando ambos os fatores, o tempo de evolução e a origem celular, a doença divide-se em vários subtipos: Leucemia Mielóide Aguda (LMA), que é uma doença grave e possui mortalidade elevada, porém é curável em parte dos casos, sendo mais comum nos adultos; Leucemia Linfóide Aguda (LLA), doença grave que afeta mais as crianças e possui elevada possibilidade de cura. A LLA ocorre também nos adultos, porém com pior prognóstico em relação à infância; Leucemia Mielóide Crônica (LMC), doença mais frequente nos adultos, assintomática durante algum tempo, evolui com o aumento do baço e, se não tratada, pode-se transformar em uma leucemia aguda; e a Leucemia Linfóide Crônica (LLC), doença que predomina nos idosos, evolui lentamente e pode ser controlada com medicação, porém, não tem cura.
Os sintomas variam. Suspeita-se de leucemia quando há sinais e sintomas como palidez e cansaço relacionado à anemia, manchas roxas na pele e outros sangramentos anormais, geralmente relacionados à baixa das plaquetas, febre, sudorese noturna, dor óssea, aumento de gânglios linfáticos, do baço ou do fígado.
Tratamento
Atualmente, apenas as leucemias agudas são curáveis, especialmente a Leucemia Linfóide Aguda da infância. As leucemias crônicas são controladas com quimioterapia, que, em geral, possibilita aos pacientes uma boa qualidade de vida. Alguns casos de leucemias agudas e, mais raramente, de leucemias crônicas necessitam de um outro tratamento além da quimioterapia, o chamado Transplante de Medula Óssea (TMO) alogênico.
Nesse tipo de transplante, a medula óssea do paciente, que não está funcionando adequadamente, é substituída por células-tronco hematopoiéticas de um doador saudável e com uma composição genética semelhante, podendo ser um familiar ou não.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.