Relatos e Historias
MINHA HISTÓRIA COM A REDE EBSERH
Ebserh e Hospitais da Rede no Amazonas e na Bahia são destaque em reportagem especial do Fantástico (Globo) sobre o Dia da Mulher
Brasília (DF) – Keila e Gabriela foram submetidas a cirurgias de reconstrução mamária em outubro de 2023 no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus (AM), dentro do Workshop Interinstitucional de Cirurgias de Mama realizada pela unidade da região norte com a participação de um grupo de médicos cirurgiões plásticos e residentes do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, de Salvador (BA), referência em cirurgia plástica reparadora. Mais um resultado do trabalho em rede que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares é capaz de fazer.
Conheça a história de Keila
A enfermeira nefrologista Keila Mara Lopes Moreira de Barros, de 48 anos, é o primeiro caso de síndrome de Li-Fraumeni da região norte do Brasil que se tem notícia na história recente. Trata-se de uma síndrome hereditária de predisposição ao câncer que eleva o risco de desenvolver um grande espectro de tumores agressivos, alguns bem raros, em idade muito jovem.
Keila teve o primeiro câncer em 2015, na mama direita. Fez quimio e radioterapia. À época, o cirurgião que a acompanhava recomendou tirar apenas parte da mama. Em 2022, teve um novo câncer. De tireoide, dessa vez. O mastologista começou a achar estranho aquilo e recomendou fazer exames mais especializados. Quando os resultados chegaram, veio junto o diagnóstico de síndrome de Li-Fraumeni.
Por recomendação da médica oncogeneticista que passou a acompanhá-la, operou as duas mamas, com retirada total e reconstrução seguida, tudo no mesmo procedimento, em março de 2023. Como não há cirurgiões plásticos
especializados em Manaus, Keila fez com uma profissional especialista em cirurgia plástica estética, num hospital particular, que recomendou deixar a aréola na mama esquerda. Mas não houve aderência, causando, ainda, séria infecção. E a prótese da mama direita entortou.
Keila teve de ser submetida a uma nova cirurgia em abril de 2023, para a retirada total da mama infeccionada. Ficou internada por 10 dias, tomando antibiótico e sendo submetida a 20 sessões de câmara hiperbárica para tentar regenerar o tecido fragilizado. Todo esse contexto a levou à depressão.
Conheça a história de Gabriela
Durante o banho, a estudante de Administração Gabriela Souza Amorim, de 21 anos, notou os seios maiores do que o habitual, mas achou que era algo relacionado à menstruação. Os dias se passaram, e a desconfiança ganhou corpo porque os seios seguiam crescendo e o fato não parecia mais ter relação com o ciclo menstrual. Compartilhou a preocupação com a mãe, que também, ao ver, notou algo estranho. Foi aí que resolveram juntas marcar uma consulta.
O tempo foi passando, vieram novas consultas e exames e a avaliação de “normalidade”, mas os seios seguiam crescendo. Muitas idas e vindas depois, a mãe de Gabriela chegou até Conceição Crozara, mastologista do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Quando a médica do HUGV-UFAM/Ebserh avaliou Gabriela pela primeira vez, viu que não havia normalidade ali, principalmente porque é raro uma quantidade tão grande de fibroadenomas (nódulos benignos de mamas) numa paciente tão jovem e com crescimento tão rápido (cerca de 1 ano). Um médico de confiança de Conceição realizou nova ultrassom em Gabriela, identificando 16 nódulos desta vez.
“Eu me sinto totalmente desconfortável com o meu corpo. Não vou a lugares como piscinas e praia. Não há biquini que sirva para mim. Esses nódulos todos deformaram as minhas mamas. E eles continuam crescendo e se multiplicando. Depois da operação, eu quero colocar biquini, ir à praia, fazer tudo que eu ainda não fiz por medo do julgamento dos outros”, planejava, Gabriela, antes da cirurgia.
No meio do caminho, havia uma médica vocacionada
A baiana, mastologista e cirurgiã Conceição Crozara é uma apaixonada pelo Sistema Único de Saúde. Depois de viver o SUS em todas as suas vertentes – da medicina de urgência à cirurgia de alta complexidade, passando pela regulação e pelo ensino e a pesquisa em saúde pública –, ela decidiu fazer o concurso da Ebserh, tendo sido chamada para o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh), em 2015. Com a aprovação do marido em concurso público para Manaus, ela pediu transferência para o Hospital Universitário Getúlio Vargas, unidade da Ebserh na cidade.
“Quando cheguei aqui (Manaus), eu me deparei com uma situação que não vivia na Bahia, que para mim foi muito insólita, com uma rede muito restrita de atendimento à paciente oncológica”, avalia. Então, a especialista começou a se mexer. Montou o Serviço de Mastologia dentro do HUGV, passou a ensinar médicos residentes, começou a operar mulheres com câncer e outras patologias relacionadas à mama. É uma gigante dentro do seu propósito de vida: mudar para melhor a vida de pessoas que têm problemas graves nas mamas.
A importância da Rede Ebserh
Inquieta como sempre foi, identificou a necessidade de levar para o HUGV médicos especialistas em cirurgia plástica com foco em reconstrução mamária, outra necessidade da rede pública de Manaus. Foi daí que ela teve a ideia de realizar o Workshop Interinstitucional de Cirurgias de Mama, em parceria com colegas baianos, entre eles, o cirurgião plástico Marcelo Sacramento Cunha, colega de Hupes, unidade da Ebserh em Salvador (BA), que prontamente aceitou o convite e, com um grupo de médicos residentes, foi para Manaus.
Como os dois hospitais são universitários, portanto, com o propósito de “saúde, ensino, pesquisa e inovação a serviço da vida e do SUS”, a ideia se materializou e o workshop foi realizado entre os dias 25 e 27 de outubro de 2023, com espaços para discussão e realização de procedimentos cirúrgicos e capacitação de médicos residentes. “Trouxemos gente qualificada da Bahia
para treinar nosso pessoal em Manaus. E isso só foi possível graças à Rede Ebserh, que faz a gestão de 41 hospitais universitários federais no Brasil, e ao SUS”, conta Conceição.
Keila e Gabriela foram operadas no mesmo dia, 27 de outubro de 2023. Além delas, outras 22 mulheres, entre 35 e 55 anos de idade, foram submetidas a procedimentos cirúrgicos durante o workshop.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social