Relatos e Historias
MINHA HISTÓRIA COM A REDE EBSERH
“No momento da alta hospitalar, foi uma mistura de sentimentos”
Em 11 de setembro de 2018, ao retornar à cidade de Campina Grande, me pai foi acometido por uma doença autoimune considerada rara: Penfigóide Bolhoso. O Seu Isaac [como era conhecido] foi internado em 27 de setembro de 2018 no Hospital Universitário Alcides Carneiro (Huac) [vinculado à Rede Ebserh}, em estado lamentável.
Ele foi para a Ala D e ali permaneceu até 21 de novembro de 2019, dando continuidade ao tratamento no Centro de Assistência Especializada em Saúde e Ensino (Caese) do HU até dez de janeiro de 2019, quando recebeu alta e retornou a São Paulo.
Ao entrar no Huac, meu pai se mostrou muito emocionado, não só por acreditar que ali seria tratado por uma das melhores equipes médicas da cidade, mas também porque sua história de vida, em algum momento, cruzou-se com a construção deste hospital. Seu pai, Severino Sipriano da Costa, e seu irmão mais velho, Jacó Sipriano da Costa, pedreiros de profissão, juntamente com tantos outros trabalhadores do mesmo ofício, com suas mãos, ajudaram a erguer aquele que seria um dos mais conceituados hospitais de Campina Grande.
Enquanto internado, relembrava momentos da infância em que caminhava quilômetros para levar o almoço para o pai e o irmão no canteiro de obras do Hospital. Recordou-se ainda que, enquanto recruta do quartel, entrou, pela primeira vez, no prédio já construído, para doar sangue.
Diante de tantas lembranças, ele se viu agora construindo uma nova relação com esse hospital. Relação que passa pelos maqueiros que foram buscá-lo na UPA - Alto Branco, pelos recepcionistas, técnicos de enfermagem, enfermeiros, equipe médica, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, médicos residentes, nutricionistas, merendeiras, auxiliares de limpeza, todos que, sem nenhuma exceção, exerceram suas funções de forma coordenada, no intuito de proporcionar o bem-estar e pronto restabelecimento a todos os pacientes. Foram 56 dias acompanhando o dia a dia desses incansáveis profissionais.
No momento da alta hospitalar, foi uma mistura de sentimentos: de alívio, pois o pior já havia sido superado; de gratidão, por todos aqueles que se envolvem direta ou indiretamente com a dor e muitas vezes com o desamparo de inúmeros pacientes, pois todos são tratados com respeito sem distinção de raça, nível social, cultural ou religião; e, por fim, de saudade, uma vez que os gestos de carinho e de solidariedade de funcionários, pacientes e seus acompanhantes tocaram profundamente a nossa família.
E para demonstrar todo nosso respeito e agradecimento, o Seu Isaac, de forma singela projetou e trabalhou na produção de um quadro que pudesse homenagear todas as Fátimas, Lucianas, Laras, Márcios, Marcienios, Anas, Risos, Joanas, Lígias, Marinas, Lissandras, Renatas, Severinas, Joyces, Linicks, Katiuskas, Gelsons, Ucilenes, Elaynes, Yasminis, Adrianas, Camilas, Socorros, Macilenes, Elmas e tantos outros nomes que infelizmente não conseguimos memorizar, mas que estão eternizados em nossos corações.
O quadro, além da foto da Família Costa, traz referência à natureza do lugar que o Seu Isaac tanta ama, às bandeiras dos Estados de origem dos filhos, genro, nora e netos que se somaram à bandeira da Paraíba. Também estão ali, os traços geométricos que representam o ofício de meu pai que se aposentou como Projetista Mecânico.
Além da homenagem, o quadro também tem por objetivo levar todos aqueles que buscam atendimento neste hospital a refletir um pouco mais sobre a necessidade de agradecer e não apenas reclamar. As críticas devem de fato acontecer com o objetivo de sinalizar aquilo que pode ser melhorado para o aprimoramento desses profissionais e não de manchar a imagem dos mesmos.
Ouvir um “muito obrigado” ajuda a levantar a autoestima e o desejo de se fazer mais e melhor. Sendo assim, Seu Isaac, eu e toda a nossa família, exaltamos em coro o nosso “muito obrigado!”.
Que Deus os abençoe e dê muita luz e sabedoria para que possam continuar na missão de ajudar o próximo.
Clara Rosa da Costa
Filha de Seu Isaac
Sobre a Rede Ebserh
O Huac-UFCG integra a Rede Ebserh desde dezembro de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Veja os últimos relatos e histórias.
Veja os relatos e histórias anteriores.