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Hospital Universitário da UFPI é referência no diagnóstico de hanseníase no Piauí
Teresina (PI) – O Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é, desde 2015, referência no estado no diagnóstico de hanseníase, doença dermatoneurológica, infectocontagiosa, que tem manifestação por meio de lesões na pele e nos nervos periféricos, especialmente nos olhos, mãos e pés.
A forma de prevenção da hanseníase se dá pelo diagnóstico precoce dos casos, com posterior tratamento, evitando que novas pessoas sejam acometidas. “Além de promover a assistência ao paciente, o HU-UFPI contribui para fomentar o ensino e a pesquisa sobre essa temática, multiplicando conhecimento”, destaca Dilbert Velôso, biólogo e microbiologista da Unidade de Laboratório de Análises Clínicas do HU-UFPI.
Objetivando melhorar a capacitação dos profissionais para o diagnóstico da hanseníase, bem como para a classificação para fins de tratamento, a Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi) e o HU-UFPI promoveram, de 11 a 15 de setembro, o curso “Baciloscopia em Hanseníase”, dirigido a farmacêuticos, biomédicos, bioquímicos e técnicos de laboratórios de várias regiões do estado.
Com aulas realizadas no HU-UFPI e com a participação de quase 20 profissionais de diferentes municípios piauienses, o curso foi ministrado pela farmacêutica e bioquímica Maria Irismar Silveira e pelo técnico de laboratório Antônio César Campos, ambos do Hospital Dona Libânia, instituição pública de Fortaleza (CE).
“A partir dessa capacitação, os municípios que não realizavam o diagnóstico da hanseníase poderão fazê-lo, e os que já realizavam agora aperfeiçoram os procedimentos, uma vez que o diagnóstico da hanseníase exige um exame clínico criterioso. Apesar dos avanços e estratégias, a doença ainda é negligenciada e hiperendêmica de diagnóstico tardio”, afirma Velôso.
Tratamento
Dermatologista do HU-UFPI e professora da UFPI, Ana Lúcia Costa explica que, após diagnosticado, o paciente é encaminhado para a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência para tratamento específico. Entretanto, os pacientes que apresentam reações hansênicas são tratados e acompanhados no próprio HU-UFPI. Essas reações podem ser inflamação nos nervos, dor, febre, caroços e emagrecimento. “A reação hansênica é uma reação imunológica. A medicação utilizada no tratamento da hanseníase mata os bacilos, mas, como esses são corpos estranhos, o organismo faz essa reação para explusá-los”, explica a dermatologista.
Atualmente, o HU-UFPI acompanha cerca de 50 pacientes com reações hansênicas. “São pacientes com grande inclinação a apresentarem deformidades físicas. O HU-UFPI é referência na assistência prestada a esses pacientes, com ambulatório específico para o atendimento. O tratamento é medicamentoso. Passada a fase aguda, o paciente é encaminhado para fisioterapia e há casos graves que requerem internação”, ressalta Ana Lúcia.
Transmissão e sintomas
A hanseníase é uma doença transmissível, que se manifesta de dois a sete anos após a infecção da pessoa pela bactéria Mycobacterium leprae. A transmissão se dá de uma pessoa doente e sem tratamento para outra, após um contato próximo e prolongado, especialmente, no ambiente de convivência domiciliar.
Os principais sintomas da hanseníase são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando a uma perda da força do quinto dedo da mão.
A recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas procurem um serviço de saúde ao aparecimento de manchas em qualquer parte do corpo, principalmente se essas manchas apresentarem alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, configurando um dos sinais e sintomas sugestivos da doença.
Embora o Brasil tenha conseguido diminuir a taxa de detecção da doença entre 2006 e 2015, reduzindo de 43.652 para 28.761 o número de casos novos diagnosticados, a detecção no país ainda é considerada alta para a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Sobre a Ebserh
Desde abril de 2013, o HU-UFPI é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação, que administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
Com informações do HU-UFPI