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RECIFE (PE)
HC-UFPE participa de projeto que alia Inteligência Artificial com exames de oncodermatologia
Pesquisadores estão fazendo um banco de dados de lesões de pele sugestivas de câncer de pele de pessoas da região junto com o desenvolvimento de um aplicativo a ser utilizado na oncodermatologia. Imagem ilustrativa: freepik.
Recife (PE) – Hospital das Clínicas da UFPE, em parceria com o LuxAI, laboratório de Inovação do Centro de Informática (CIn) da UFPE, trabalha no estudo e desenvolvimento de soluções para o impacto da variabilidade visual de Inteligência Artificial aplicados à oncodermatologia. A parceria conquistou dois prêmios recentemente, durante a 16ª Conferência Brasileira sobre Melanoma, em Porto Alegre: o 2º lugar (com os resultados da pesquisa científica) e o 3º lugar (com o DermAI, o aplicativo móvel voltado à coleta das imagens e desenvolvimento de IA). O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Esse é um dos projetos que compõem o programa de saúde digital do HC que realiza o desenvolvimento e a validação de tecnologias em parceria com os diversos atores do ecossistema de inovação de Pernambuco com o objetivo de trazer soluções aplicadas ao SUS”, destaca a chefe do Setor de Tecnologia da Informação e Saúde Digital (Setisd) do HC, Shirley Cruz.
A pesquisa desenvolvida com pacientes da Clínica Dermatológica do HC está treinando a IA com exemplos de imagens dermatoscópicas de lesões de pele, avaliando tanto a representatividade das imagens quanto os metadados para medir a diversidade dessas bases.
“Estamos fazendo um banco de dados de lesões de pele sugestivas de câncer de pele de pessoas da nossa região junto com o desenvolvimento de um aplicativo, o DermAI, a ser utilizado na oncodermatologia, ferramenta que pode auxiliar um médico generalista do Programa de Saúde da Família, por exemplo, a identificar uma lesão que pode ser um câncer de pele”, explica a dermatologista do HC e professora do Centro de Ciências Médicas (CCM-UFPE), Jéssica Guido, coordenadora do eixo clínico do projeto, que atua definindo os critérios e protocolos de coleta.
No CIn, o projeto é liderado tecnicamente pelo pesquisador Kelvin Batista da Cunha, sob a coordenação dos professores Paulo Borba e Tsang Ing Ren, com o apoio de alunos do Centro. Essa integração entre a equipe do LuxAI e os profissionais do HC-UFPE permite a execução do projeto num ambiente real, garantindo diversidade de casos, conformidade ética e potencial impacto clínico.
Os resultados revelados na pesquisa mostraram que condições variáveis de captura (como iluminação, foco e enquadramento) e a presença de artefatos (como sombras, gel e marcações feitas por dermatologistas) podem atrapalhar o treinamento, reduzir o desempenho dos modelos e levar a decisões incorretas.
Utilizado em consultas dermatológicas em unidades públicas de saúde, como o HC, o app possibilita treinar modelos com grupos pouco representados da população e expandir a coleta por diferentes regiões do país. “Quando a gente gera ferramentas, como essa, que utiliza a IA para ajudar na medicina de uma patologia tão frequente como o câncer de pele, a gente, de certa forma, vai promover ajuda no diagnóstico precoce e promover a cura de mais pacientes reduzindo tanto a morbidade quanto a mortalidade do câncer de pele”, comenta Jéssica Guido.
Sobre a Ebserh
O HC-UFPE faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Moisés de Holanda
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh