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EMPATIA
Ações voluntárias ampliam humanização e apoio emocional nos hospitais universitários geridos pela Ebserh
Brasília (DF) – Nas diferentes regiões do país, hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) abrigam projetos consolidados, com voluntários engajados em visitas, apoio social, doações, atividades terapêuticas e ações de acolhimento. Nesta reportagem, destacam-se algumas dessas iniciativas que fazem diferença na vida de pacientes, acompanhantes e trabalhadores.
Voluntários são pessoas que dedicam tempo, talento e empatia para apoiar quem mais precisa, sem esperar nada em troca. Nos hospitais, promovem acolhimento, apoio emocional, integração social e mais humanização no cuidado oferecido via Sistema Único de Saúde (SUS).
Acolhimento e apoio social
No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), a Associação Amigos do Hospital Universitário (AAHU) soma 41 anos de atuação. São cerca de 200 voluntários, 80 deles dedicados exclusivamente às visitas a leitos, que, de segunda a sexta, conversam e dão suporte emocional aos pacientes.
Em 2025, foram cerca de 25 mil atendimentos, disponibilizando lanche e um espaço próprio de descanso na sede, em frente ao Ambulatório Geral do HU, para pacientes que aguardam consultas ou exames. A entidade também mantém um brechó beneficente, realiza campanhas sociais, prepara enxovais e apoia pacientes em situação de vulnerabilidade por meio da entrega de cestas básicas, kits de higiene, chinelos e agasalhos.
“Ser voluntário no HU-UFSC é dedicar tempo e atenção aos pacientes e acompanhantes, levando carinho e, na medida do possível, ajudando com o que eles precisam”, afirma Ana Maria Dutra, voluntária há 24 anos e atual presidente da associação.
Inspiração e presença
Em Teresina (PI), a Constelação das Divas é um grupo de apoio emocional a mulheres oncológicas formado por cerca de 80 componentes que vivenciaram ou estão vivenciando o câncer, e que transformaram suas histórias em fonte de acolhimento no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI). O grupo foi criado em 2016, a partir de encontros de dança e caminhadas entre pacientes que buscavam melhorar o bem-estar durante o tratamento.
A voluntária Vanessa Alves, 45 anos, professora e integrante desde a fundação, conta que a união nasceu da necessidade de conexão. “Éramos algumas mulheres que já nos reuníamos para dançar e, a partir de um convite para caminhadas de outra fundadora, Eline, percebemos como aquela atividade fazia bem. Fomos chamando outras mulheres e, quando vimos, já existia um propósito: trabalhar a atividade física como promoção de saúde e bem-estar para pacientes oncológicas”, relata.
A iniciativa funciona como uma rede de apoio emocional. A atuação respeita a história e as necessidades de cada participante. “Nós não somos uma instituição, somos um grupo de apoio. Somos como amigas que têm em comum a oncologia e decidem se apoiar mutuamente. Por isso o nome Constelação: é sobre iluminar e também ser iluminada”, explica.
Com o tempo, a Constelação passou a desenvolver atividades terapêuticas diversas e produção literária, como o livro Quando a Vida Bate Forte. O grupo também realiza visitas a pacientes internados, levando lanche solidário e palavras de esperança.
As integrantes promovem ainda ações temáticas em datas comemorativas. Na Semana Santa, emocionou pacientes e profissionais do HU-UFPI: “Lavamos os pés de pacientes internados. Para nós, foi muito significativo levar essa lição do servir. É uma forma de mostrar que aquela pessoa é olhada, valorizada. Nosso trabalho é levar inspiração, acolhimento e presença”, destaca Vanessa.
Propósito de vida
Em Belém, o trabalho voluntário também se faz presente por meio da Associação Amigos do Barros Barreto (AB), que atua no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará. Criada em 2002, a associação conta com 33 voluntários e tem a missão de apoiar a assistência aos usuários do SUS nos ambulatórios e áreas de internação. Atualmente, a AB desenvolve três iniciativas: o “Bazar do AB”, que capta recursos para financiar ações como a compra de fraldas e produtos de higiene distribuídos gratuitamente aos pacientes do HUJBB; o projeto “Bíblia nos Hospitais”, realizado em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil, que oferece apoio espiritual a pacientes e acompanhantes; e o projeto “AB Kids”, conduzido por voluntárias graduadas em Serviço Social, que promove atividades lúdicas e educativas para as crianças da pediatria.
“Ser voluntária é uma honra. Muitas vezes deixamos de estar com a família ou de cumprir tarefas pessoais para ajudar quem realmente precisa. Mas cada sorriso de agradecimento vale a pena”, destaca Nazaré Corrêa, diretora executiva da AB.
Segundo ela, pequenos gestos fazem grande diferença para pacientes e acompanhantes em situação de vulnerabilidade. “Às vezes uma pessoa chega ao hospital sem roupa para vestir. Quando conseguimos oferecer uma peça do bazar, um kit de higiene ou uma fralda, percebemos o quanto isso significa para ela naquele momento.”
Reconhecimento
Instituído em 1985, o Dia Internacional do Voluntariado (5 de dezembro) é uma celebração internacional que oferece uma oportunidade de reflexão para organizações e sociedade civil incentivarem governos a apoiarem esforços voluntários e reconhecerem suas contribuições para a sociedade. Neste ano, o tema escolhido é “Cada Contribuição Importa”.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Reportagem: Elenita Araújo, com edição de Danielle Campos.
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh.