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Cetene recebe pesquisador de Instituto alemão de virologia de plantas
Paolo Margaria, terceiro da esquerda para a direita, é líder do Grupo de Virologia de Plantas do Leibniz Institute - DSMZ
O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste recebeu na última semana o líder do Grupo de Virologia de Plantas do Leibniz Institute – German Collection of Micoorganisms and Cell Cultures GmbH (DSMZ), da Alemanha: Paolo Margaria. A visita é resultado de uma parceria entre o instituto e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e agora conta com a contribuição do Cetene, Unidade de Pesquisa do MCTI.
Ao longo de três dias, o doutor Paolo Margaria participou de reuniões com o diretor Marcelo Carneiro Leão, ministrou a palestra com o tema "Descoberta e Diversidade de Vírus: uma parceria científica Brasil-Alemanha no Leibniz Institute DSMZ". Além disso, ele também ofereceu o workshop "Nanopore sequencing e bioinformática para detecção e monitoramento de patógenos de plantas" – incluindo sequenciamento on site e treinamento prático.
“Eventos dessa natureza demonstram a relevância e o impacto positivo que iniciativas conjuntas podem alcançar. Também fortalecem as competências locais e evidenciam o potencial de colaboração científica entre o DSMZ e instituições brasileiras. A partir disso, queremos aproximar as equipes, alinhar as expectativas e identificar oportunidades concretas de cooperação futura”, resumiu a tecnologista do Cetene Bianca Galúcio.
O cientista estrangeiro também reconheceu as possibilidades de contribuições mútuas entre as instituições. Para Paolo, a atuação já consolidada do Cetene no campo da nanotecnologia pode ser um complemento aos estudos na área de virologia de plantas desenvolvidos pela instituição na qual ele atua.
“Nós queremos intervir em plantas a partir do manejo dos vírus, que são organismos muito pequenos. Assim, temos a nanotecnologia aqui no Cetene e a cultura de tecidos no DSMZ, temos também a cultura de tecidos e toda a competência necessária para estudar vírus. Dessa forma, poderíamos complementar a nanotecnologia e a virologia para verificar se conseguimos controlá-los usando métodos inovadores”, vislumbra Paolo Margaria.
Durante a visita, o Cetene manifestou o interesse em estabelecer cooperação por meio de um ofício, que dá início às tratativas para que a colaboração internacional se estabeleça. O que pode potencializar o uso da infraestrutura laboratorial, recursos tecnológicos e capital intelectual, fortalecendo as capacidades técnico-científicas voltadas à geração de soluções inovadoras.
Workshop
Além da agenda institucional, o representante do DSMZ ministrou o workshop “Nanopore sequencing e bioinformática para detecção e monitoramento de patógenos de plantas”, no qual apresentou a tecnologia desenvolvida por sua equipe. O bolsista PCI do Cetene, Bruno Mendes, também foi instrutor do workshop. Ele já atuou no Instituto, por meio do Serviço de Intercâmbio Alemão DAAD.
Os alunos que participaram da capacitação destacaram que, entre outros benefícios, a ferramenta acelera a entrega de resultados de sequenciamento, apresentando dados em tempo real, para diagnóstico fitopatológico em campo. “Em questão de uma hora, ou até menos do que isso, é possível fazer o sequenciamento, identificar o microrganismo que está interagindo com a planta, entender o que está acontecendo em uma determinada amostra com a qual estamos trabalhando”, destacou a bolsista PCI do Cetene, Daniele Brum.
O treinamento possibilitou a experiência prática de análise, quando outro aspecto chamou a atenção dos alunos: a possibilidade de levar o sequenciador para atividades externas. “A gente não fica limitado ao sequenciamento dentro do laboratório. Podemos levar esse sequenciador, facilitando, principalmente, o olhar do fitopatologista, a diagnose de doenças no campo. Isso nos permite dar um resultado mais rápido para o produtor”, comentou David Ferreira, da Embrapa Semiárido.