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MEIO AMBIENTE
Cetene fortalece projeto pedagógico de escola no Jordão com mudas da Mata Atlântica
Doação de mudas nativas para alunos e professores da Escola Maria Rita Lessa integra comemorações pelo Dia da Árvore, em parceria com a CPRH.
Como parte das comemorações pelo Dia da Árvore, pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizaram na última segunda-feira (22) a doação e o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica durante visita à Escola de Referência em Ensino Médio Maria Rita Lessa, no bairro do Jordão, zona sul do Recife.
A iniciativa, realizada em parceria com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), destacou um novo front de atuação do poder público: o uso da tecnologia de ponta no enfrentamento às consequências desiguais que as comunidades tradicionais e periféricas sofrem através da degradação do meio ambiente.
Os pesquisadores do Cetene levaram mudas de espécies como Pau-brasil, Angico-branco, Ipê-branco e Pitomba, produzidas por meio de biotecnologia de micropropagação in vitro. No centro de pesquisa, a tecnologia é usada para conservar espécies ameaçadas e produzir mudas em escala com alto padrão genético. Já a CPRH, através da política pública estadual Plantar Juntos, agregou suporte técnico e alinhou a ação aos compromissos ambientais de Pernambuco.
AÇÃO FORTALECEU PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA
Com a doação e o plantio das mudas, o Cetene visou também fortalecer o projeto pedagógico desenvolvido pelos próprios professores e alunos da unidade de ensino. A Coordenadora do Programa Mata Atlântica do Cetene, a dra. Laureen Houllou ressaltou o papel transformador do desenvolvimento tecnológico na esfera pública.
“Acreditamos que a tecnologia deve estar a serviço da natureza e das pessoas. Levar nossa expertise em biotecnologia para uma escola pública na periferia foi um passo concreto no combate às desigualdades ambientais. É fundamental que essa conexão se torne cada vez mais forte”, ressaltou.
O professor de geografia Anderson de Moura explicou como as iniciativas ambientais da escola ganharam forma. “O projeto surgiu da nossa inquietação com a questão do racismo ambiental na comunidade do Jordão. Nós, professores, começamos a discutir a justiça socioambiental com os alunos”, afirmou.
O engajamento cresceu com a participação na Olimpíada 'Restauro à Natureza' e se consolidou em um projeto que envolveu professores de Matemática, Português, Biologia e Geografia. “Cada um abordou o tema sob uma perspectiva diferente. Gráficos, biodiversidade, produção textual. A interdisciplinaridade fortaleceu o processo. Os alunos abraçaram a ideia”, complementou o professor.
Atividades como compostagem com restos de merenda, produção de substrato e plantios anteriores de mudas pavimentaram o caminho para a parceria com o Cetene e a CPRH.