Autoavaliação
O programa de Mestrado Profissional em Física do CBPF é uma experiência pioneira e inédita no país, voltado para a Instrumentação Científica e a Inovação Tecnológica. Um dos principais desafios deste mestrado profissional tem sido, por um lado, convencer a comunidade cientifica da área, da relevância desta nova proposta de pós-graduação e, por outro lado, fortalecer parcerias com empresas, indústrias e outras instituições públicas e privadas científicas ou tecnológicas.
Quanto aos procedimentos de auto avaliação, o programa conta com o conselho Superior da coordenação de pós –graduação (CS-COEDU) que têm como objetivo coordenar os programas de Pós-Graduação do CBPF (acadêmico e profissional ) de acordo com as especificações do Plano Diretor do CBPF e em sintonia com os demais programas do Centro, tais como: Iniciação Científica, Tecnológica, Vocação Científica etc. Além disso, existe um comitê consultivo do próprio Mestrado Profissional. Estes comitês definem as estratégias de seleção de discentes, acompanhamento dos discentes quanto a prazos e integralizações e faz a autoavaliação no sentido de identificar os pontos positivos e pontos negativos.
O comitê do Mestrado Profissional elaborou um “Documento de Orientação: Autoavaliação em Programas de Pós-Graduação” que foi enviado aos docentes e discentes além de um “Formulário de Autoavaliação com Análise SWOT para Programas de Pós-Graduação” composto de diversas perguntas objetivas para subsidiar a Autoavaliação. Este documento está disponível na página do MP no site www.cbpf.br.
Documento de Orientação: Autoavaliação em Programas de Pós-Graduação
Introdução ao Conceito de Autoavaliação
A autoavaliação é um processo interno e contínuo de análise crítica, no qual o programa de pós-graduação examina suas atividades, resultados e processos, com o objetivo de promover melhorias contínuas. Trata-se de uma ferramenta estratégica que permite identificar pontos fortes, fragilidades e oportunidades de avanço, alinhando o programa às demandas institucionais, científicas e sociais.
Conforme sugerido por Kells (1995), a autoavaliação é essencial para fomentar uma cultura de qualidade e responsabilidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dos programas de ensino superior.
Objetivos da Autoavaliação
● Promover a melhoria contínua do programa.
● Identificar boas práticas e fragilidades.
● Subsidiar os processos de planejamento estratégico.
● Garantir o alinhamento com os critérios da CAPES e com as demandas da sociedade.
● Ampliar a participação da comunidade acadêmica na gestão do programa.
Princípios Orientadores
1. Participação Coletiva: Envolver docentes, discentes, egressos e técnicos administrativos.
2. Clareza e Transparência: Compartilhar objetivos, métodos e resultados com todas as partes interessadas.
3. Base em Evidências: Utilizar dados quantitativos e qualitativos confiáveis.
4. Continuidade: Realizar avaliações regulares, com análise e revisão sistemáticas.
5. Foco na Melhoria: Direcionar ações para resultados concretos e mensuráveis.
Questões Orientadoras
As seguintes questões podem ser utilizadas como base para orientar a reflexão do programa durante o processo de autoavaliação:
1. Missão e Objetivos
○ O programa está alinhado às demandas da sociedade e aos objetivos institucionais?
○ Os objetivos do programa são claros e atingíveis?
2. Ensino e Formação
○ Como é avaliada a qualidade das disciplinas ofertadas?
○ O perfil dos egressos reflete os objetivos do programa?
○ Os recursos didáticos e tecnológicos são adequados?
3. Produção Acadêmica e Científica
○ A produção científica do programa atende aos critérios de qualidade da CAPES?
○ Qual é o impacto das publicações e projetos desenvolvidos?
4. Gestão e Infraestrutura
○ O programa possui estrutura administrativa eficiente?
○ As instalações físicas e laboratórios são suficientes e bem utilizados?
5. Inserção Social e Internacionalização
○ O programa contribui de forma significativa para a sociedade?
○ Existe cooperação internacional efetiva?
6. Sustentabilidade
○ Quais são os riscos e desafios enfrentados pelo programa?
○ Como os recursos financeiros e humanos estão sendo utilizados?
Procedimentos e Instrumentos
1. Procedimentos
○ Planejamento: Criação de um plano detalhado para a execução da autoavaliação, incluindo cronogramas e responsáveis.
○ Coleta de Dados: Aplicação de questionários, entrevistas e análise documental.
○ Análise Crítica: Discussões coletivas para interpretar os dados e identificar tendências.
○ Elaboração de Relatórios: Consolidação dos resultados em relatórios claros e objetivos.
○ Implementação de Melhorias: Criação de um plano de ação baseado nos resultados.
2. Instrumentos
○ Questionários: Para coleta de percepções de docentes, discentes e egressos.
○ Indicadores: Métricas de desempenho, como número de publicações, taxas de titulação, captação de recursos.
○ Entrevistas e Grupos Focais: Discussões qualitativas com stakeholders.
○ Análise SWOT: Identificação de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
○ Relatórios de Avaliação Anterior: Para comparar evolução ao longo do tempo.
Modelos de Instrumentos
1. Modelo de Questionário para Discentes
○ Qualidade das disciplinas e corpo docente.
○ Disponibilidade de recursos e infraestrutura.
○ Participação em projetos de pesquisa e extensão.
2. Modelo de Relatório de Produção Científica
○ Publicações em periódicos (estratificação por Qualis).
○ Participação em eventos científicos.
○ Projetos financiados e colaborações institucionais.
3. Modelo de Avaliação Qualitativa
○ Relatos de experiências (egressos e discentes).
○ Análise de impacto social e científico.
Etapas de Implementação da Autoavaliação
1. Constituição da Comissão de Autoavaliação
○ Seleção de membros representativos da comunidade acadêmica.
2. Capacitação e Sensibilização
○ Treinamentos sobre os objetivos e métodos da autoavaliação.
3. Execução
○ Coleta de dados e aplicação dos instrumentos definidos.
4. Análise e Síntese
○ Elaboração de relatórios e discussão dos resultados.
5. Planejamento e Ação
○ Criação e implementação de um plano de melhorias.
Conclusão
A autoavaliação é um processo dinâmico e fundamental para garantir a qualidade e a relevância dos programas de pós-graduação. Ao adotar instrumentos e procedimentos bem estruturados, o programa pode não apenas atender às exigências da CAPES, mas também fortalecer sua contribuição acadêmica, científica e social.
O programa vem mantendo um bom desempenho excelente em termos número de publicações qualificadas do corpo docente e discente. Os docentes estão envolvidos em um bom número de projetos estratégicos e inovadores, com envolvimento dos discentes. Há uma capacidade de formação de pessoal maior do que a usualmente executada. Um dos limitadores para o crescimento no número de alunos absorvido pelo Programa é a falta de bolsas disponíveis das agencias de fomento, embora mais recentemente tenha havido um número de bolsas e contratos CLT vinculados aos projetos com empresas como a Petrobras e Vale. Além disso, temos contado com um número crescente de bolsas concedidas diretamente aos orientadores e candidatos para superar esta barreira.
Os efeitos da pandemia ficaram mais evidentes em 2021 e somente no final do quadriênio é que se está começando a recuperação do número de discentes admitidos no programa, assim como o número de formandos.
A totalidade dos estudantes do CBPF conta com mesa de estudos equipada com computador pessoal. A infraestrutura de ensino (salas de aula, auditórios, recursos de multimídia) está sendo aprimorada. O Conselho Superior da Coordenação de Formação Científica do CBPF está tomando ações para reduzir o tempo de redação das dissertações, como, por exemplo, a oferta de curso de redação científica em língua portuguesa, desde 2010, e um acompanhamento rigoroso dos prazos de acordo com as regras do regulamento.
Como resultado das ações dos últimos anos, a distribuição de orientandos por docente ficou mais homogênea e aumentou após o último credenciamento. Desde 2017 até 2020, o total de alunos matriculados situa-se em torno de pelo menos um aluno por docente permanente, sendo que o perfil atual do corpo docente é preferencialmente de física aplicada, experimental e/ou instrumentação, como recomendado na última visita da comissão da Capes ao programa.
A média da produção Intelectual do MP do CBPF para publicações, principalmente vinculadas às atividades do programa, com docentes, alunos e ex-alunos do MP e da PG do CBP tem sido de cerca de 100 publicações por ano. Na média, 20% destas publicações foram realizadas com discentes do programa, mas tendem a aumentar.
Estes trabalhos publicados possuem vinculação direta com a missão do programa e/ou aplicação de instrumentação desenvolvida e utilizada no CBPF. Vários desses trabalhos foram publicados em periódicos internacionais, embora o MP do CBPF esteja principalmente dedicado à produção técnica, tais como: Notas Técnicas do CBPF, trabalhos em conferência, relatórios técnicos discentes e docentes, patentes de produto e processo, modelos de utilidade, produção tecnológica, protótipos, dispositivos, softwares, livros, capítulo de livros, manuais etc.
Deve-se enfatizar o depósito de 4 patentes por docentes do MP no quadriênio e, diversas produções técnicas realizadas por discentes e docentes. Até 2024, o MP do CBPF consolidou 83 dissertações defendidas.
No portal da PG do CBPF e no CBPFfindex mais informações podem ser encontradas: em www.cbpf.br.
A publicação de Notas Técnicas do CBPF (NT do CBPF) que teve início em 2012 e passou a atuar nos moldes de revistas de circulação internacional, tendo corpo editorial, arbitragem externa, registro ISSN e DOI (dx.doi.org/10.7437/NT2236-7640) tem sido uma das mais importantes repositórios dos trabalhos desenvolvidos pelos discentes nas suas dissertações.
As publicações não são restritas à produção do CBPF. As NTs do CBPF são publicadas no site da biblioteca do CBPF (http://revistas.cbpf.br/index.php/nt/index) e também em papel para distribuição em bibliotecas.
Para defender sua dissertação, cada aluno deve publicar relatórios técnicos semestrais no formato de um paper ou dissertação e ter pelo menos uma publicação na revista Notas Técnica do CBPF (NTs). A média de Notas Técnicas tem sido de 1,5 por dissertação defendida, com tendência a aumentar. A proteção intelectual dos trabalhos - através do depósito de patentes e registros - é incentivada e promovida pelo programa em cooperação com o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do CBPF.
Por recomendação da CAPES, desde 2012, a publicação periódica do CBPF mais importante para o Mestrado Profissional é a revista indexada, com corpo editorial com membros internos e externos e arbitragem externa: NOTAS TÉCNICAS (http://revistas.cbpf.br/index.php/nt). A publicação de resultados de trabalhos de Instrumentação Científica e Tecnológica é obrigatória nesta revista ou em outra de instrumentação para que os alunos do Mestrado Profissional em Física do CBPF possam defender a sua dissertação de mestrado.
Autoavaliação pontos fortes:
A excelência do programa de pós-graduação do CBPF onde se insere o programa de Mestrado Profissional em Física com ênfase em Instrumentação Científica, se deve principalmente aos seguintes pontos:
1 - Qualidade de seu corpo docente: Todos os 18 docentes do programa do Mestrado Profissional são Experimentais das diversas áreas de pesquisa da Física com sólida formação e experiência em Instrumentação científica e tecnológica. 56 % dos docentes são bolsistas de Produtividade. E todos os docentes estão inseridos em projetos institucionais nacionais e internacionais.
2 - Qualidade de sua produção científica: Concentração de publicações nos extratos Qualis A1 e A2
3 - Inserção internacional e nacional: através da participação em grandes experimentos internacionais e colaborações nacionais.
4 - Infraestrutura computacional: o CBPF tem um ótimo parque computacional e oferece excelentes condições para seus estudantes e pesquisadores com amplo e rápido acesso à internet nacional e mundial. O CBPF é o ponto de presença da rede acadêmica em nível metropolitano e regional no Rio de Janeiro.
5 - O CBPF concentra em suas instalações um conjunto de laboratórios, técnicas e linhas de pesquisa que incentivam uma formação multidisciplinar e flexível, propiciando o contato com o estado da arte na área de instrumentação científica.
6 - Infraestrutura laboratorial e de Biblioteca: o CBPF conta com vários laboratórios, alguns deles tendo introduzido técnicas pioneiras no Brasil. Vários destes laboratórios, como o de Difração de Raios X, SQUID, LABNANO e o Laboratório de Superfícies e Nanoestruturas (LabSurf) são Multiusuários e prestam serviço a diversas outras instituições do Rio de Janeiro e do Brasil;
7 - Inserção dos profissionais egressos do programa no mercado de trabalho tanto privado (em empresas de cunho tecnológico) quanto intuições científicas nacionais e internacionais.
8 – Forte atuação na área de inovação: o CBPF é a sede do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-Rio) e mantém contínua interação e apoio deste núcleo.
Os trabalhos de cunho tecnológico desenvolvidos no âmbito do programa partem principalmente de demandas decorrentes das linhas de pesquisa, e são articulados com projetos científicos da instituição em colaborações nacionais (e.g. INT, LNA, CNEN, etc), internacionais (e.g. LHCb, Auger, Double Chooz, JET/EFDA, etc) e com empresas inovadoras (Petrobrás, Polimera, Magmatec etc.). Deste modo, a produção da instrumentação se traduz também na forma de produção cientifica e tecnológica resultante destes projetos, contribuindo para formação de pessoal qualificado, para a pesquisa cientifica, desenvolvimento tecnológico e ao mesmo tempo gerando tecnologia com potencial inovador.
O CBPF é uma instituição muito conhecida na área de ciência fundamental, porém ainda pouco identificada com a física aplicada e desenvolvimento tecnológico. Deste modo, a procura de candidatos está abaixo do potencial de orientação do corpo docente. Faz-se necessária uma melhor divulgação do programa para atrair mais alunos, parceiros de projetos e financiamento. Torna-se necessário expandir a oferta de cursos, workshops e a participação em feiras de tecnologia, divulgando o programa e seus resultados. Neste sentido, tem se procurado organizar as Oficinas de Instrumentação Científica e Inovação Tecnológica – O2i tendo uma excelente participação de profissionais de empresas e da comunidade cientifica e tecnológica interna e externa.
A partir de 2016, os docentes concentraram seus esforços nas escolas anuais Experimentais de Física do CBPF (EAFEXP) que foram um sucesso, mas os eventos O2i serão acionados a partir de 2025.
EM QUAIS PONTOS O PROGRAMA PODE MELHORAR
1) Incentivar a captação de financiamento sob a forma de bolsas para o aumento da captação de bons alunos para alavancar o programa
2) Ampliação do programa em convênio com outras instituições em todo o País, com empresas de tecnologia e com instituições no exterior.
3) Política mais atuante de divulgação em mídias digitais e redes sociais para a captação de alunos e financiadores. Retomada dos eventos “Oficinas de Instrumentação O2i “com a participação de alunos e empresas.
4) Redução dos tempos médios de titulação de Mestrado para os valores ideais inferiores aos atuais, mantendo um alto nível de produção discente/docente. Atualmente vários alunos estão empregados em empresas de base tecnológica, o que acaba elevando o tempo de titulação desses alunos. Além disso, a crise econômica contribuiu para essa elevação desse tempo. De qualquer forma, a media no quadriênio está em 30 meses
5) Ampliação de projetos financiadores do programa e com alunos provenientes de empresas.