Notícias
Premiação em física laureia mais de 13 mil coautores em uma mesma categoria
A Breakthrough Prize Foundation anunciou no sábado (05) os vencedores dos Breakthrough Prizes de 2025, premiações que homenageiam cientistas que realizam descobertas notáveis em edição genética, doenças humanas, partículas fundamentais do Universo e seus princípios matemáticos subjacentes.
Mas o Prêmio Breakthrough em Física Fundamental deste ano trouxe uma particularidade: premiou os coautores de publicações baseadas em dados do Large Hadron Collider (LHC) Run-2 do Organização Europeia para Investigação Nuclear (CERN) e seus quatro grandes experimentos: A Large Ion Collider Experiment (ALICE), A Toroidal LHC ApparatuS (ATLAS), Compact Muon Solenoid (CMS) e Large Hadron Collider beauty (LHCb).
“Pelas medições detalhadas das propriedades do bóson de Higgs, confirmando o mecanismo de quebra de simetria da geração de massa, a descoberta de novas partículas fortemente interativas, o estudo de processos raros e assimetria matéria-antimatéria, e a exploração da natureza nas distâncias mais curtas e nas condições mais extremas no Grande Colisor de Hádrons do CERN”, define o portal da premiação (em tradução livre).

- Imagens do túnel do LHC durante o LS2 - Crédito: CERN
Ao todo foram reconhecidos 13.508 coautores de publicações baseadas em dados do LHC Run-2 divulgados entre 2015 e 15 de julho de 2024. [ATLAS – 5.345 pesquisadores; CMS – 4.550; ALICE – 1.869; LHCb – 1.744].
Os vencedores desta categoria levam um prêmio de US$ 3 milhões e a distribuição destinada foi de US$ 1 milhão para ATLAS; US$ 1 milhão para o CMS; US$ 500.000 para ALICE e US$ 500.000 para o LHCb. Em consulta com os líderes dos experimentos, a Breakthrough Prize Foundation doará o prêmio para a CERN & Society Foundation, a fim de oferecer bolsas para estudantes de doutorado de institutos membros para passar tempo de pesquisa no CERN, dando aos estudantes experiência trabalhando na vanguarda da ciência e novos conhecimentos para levar de volta para seus países e regiões de origem.
Onde tem física tem CBPF
O CBPF possui dois grupos atuando diretamente com experimentos do CERN: no âmbito do CMS, o grupo CMS-CBPF, composto pelos pesquisadores Gilvan Alves, Carsten Hensel e Clemencia Mora Herrera, o técnico Fábio Marujo e os posdocs, Patricia Rebello Teles e Eduardo Coelho; e no LHCb, o grupo de pesquisadores Jussara Miranda, Ignácio Bediaga, André Massafferri, Alberto Reis e o tecnologista Ulisses Carneiro.
O CBPF participa desde 2008 na colaboração CMS no CERN, tendo desenvolvido durante esse tempo projetos em instrumentação científica, incluindo o sistema de aquisição de dados para o Calorímetro Frontal do experimento, além de diversas análises em física com teses de mestrado e doutorado defendidas no CBPF.
Na colaboração LHCb, os pesquisadores do CBPF participam do desenvolvimento das câmaras multifilares para detecção de múons, do desenvolvimento de eletrônica para leitura dos dados brutos vindos do detetor, do desenvolvimento de software para aquisição de dados, além de fazerem parte da GRID, uma rede mundial de computadores dedicados ao processamento de dados, além de muita física – trabalhando neste último, pelo CBPF, os técnicos Renato Santana, Jaime Paixão, Orlana Oliveira e o tecnologista Eraldo Júnior. O CBPF participou também, através do pesquisador André Massafferri, do desenvolvimento do novo detetor de trajetórias do LHCb - o 'SciFi', um sofisticado arranjo de fibras óticas que utiliza tecnologia bastante inovadora.
Prêmio: https://breakthroughprize.org/
Laureados: https://breakthroughprize.org/Laureates/1
Premiação em física laureia mais de 13 mil coautores em uma mesma categoria