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Pavilhão Mário de Almeida: berço da física no Rio inicia novo capítulo para a ciência brasileira
No dia 10 de dezembro, o Pavilhão Mário de Almeida, primeira sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), começa a escrever mais um capítulo de sua história. O ato simbólico realizado no local reafirmou o compromisso do CBPF e marca a parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para preservar esse patrimônio e transformá-lo em um espaço vivo de memória, educação e encontro constante com a ciência. Ele também se alinha ao movimento de revitalização do Campus da Praia Vermelha da UFRJ.
A força do Pavilhão
No Pavilhão, o laboratório de Cesar Lattes ganhou forma, pesquisas pioneiras em microscopia conduzidas por Elisa Frota Pessoa e Neusa Amato avançaram fronteiras e outros marcos científicos nasceram. Foi também ali que surgiram institutos que hoje se consolidam como referência em suas áreas, como o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), onde funciona a sede do Centro Latino-Americano de Física (Claf) e por onde passaram cientistas de renome internacional, como J. Robert Oppenheimer e Richard Feynman.
O contrato de Cessão de Uso Oneroso nº 205/2025 do Pavilhão assinado em outubro pela UFRJ e pelo CBPF garantirá não só sua restauração, como a revitalização do espaço e tudo que ele representa: será abrigo do Centro Nacional de Memória da Física – Cesar Lattes e local aberto para uso público relacionado a atividades científicas e culturais.
Roberto Medronho, reitor da UFRJ, destaca a relevância do ato: "A física do Brasil tem repercussões mundiais. Ter um centro de memória que reverencia Cesar Lattes e tantos outros físicos vai ser muito importante para mostrarmos aos jovens da educação básica e do ensino superior a importância que tem a física no nosso país e a importância de termos uma parceria muito grande com o CBPF. Ressalto que estamos indo agora também para o Parque Tecnológico, estabelecendo muitas parcerias em prol da nossa sociedade, em prol do nosso país. Então, este é um momento que considero histórico – estar aqui reafirmando e consolidando esta parceria com o CBPF".
Segundo o diretor do CBPF, Márcio Portes de Albuquerque, esse acordo também representa a continuidade de uma parceria histórica: “Estamos muito felizes em formalizar esta parceria com a UFRJ, que reitera a força histórica da cooperação entre nossas instituições. A restauração do Pavilhão Mário de Almeida tem um significado especial: foi a primeira sede própria do CBPF, onde trabalharam Cesar Lattes, José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Elisa Frota Pessoa e outros fundadores. Essa iniciativa, apoiada pelo MCTI, pela Finep e pelo FNDCT, confirma nosso compromisso de preservar a história científica brasileira e projetar o futuro da física no país”.
Veja as opiniões de quem também participou:
| Isa Assef – Subsecretária de Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais (SPEO): “O CBPF é um celeiro de formação, principalmente na área da pós-graduação, o que é muito importante e necessário para o Brasil. Assim, é um ganho enorme mais essa parceria entre a UFRJ e o CBPF, que são duas instituições da maior valia para a ciência brasileira." | ||
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Luiz Davidovich – Assessor presidencial da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep): "Hoje, estou aqui representando a Finep para reafirmar que fortalecer a memória de instituições como UFRJ e CBPF é muito importante para o Brasil, especialmente hoje em dia, quando vemos que as universidades sofrem cortes orçamentários. É sempre bom lembrar o que a ciência já fez pelo Brasil. Por isso também a SBPC, a ABC estão propondo que a ciência e a educação fiquem fora do teto de gastos. Isso é um capital que o Brasil tem e que precisa ser liberado para o desenvolvimento e a soberania do país [...] Este pavilhão, por onde passaram grandes cientistas brasileiros, também representa tudo isso: a importância da ciência, a importância da história da ciência, do bem que ela já fez para o país e de como ela pode contribuir para a soberania nacional, para o desenvolvimento do Brasil e para a população em geral". |
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Ulisses Barres – Diretor do Conselho Latino-Americano de Física (CLAF): "Este é um momento auspicioso para o CLAF, porque terá um espaço que não é só de vida administrativa, mas um espaço de vida científica, acadêmica. O CLAF estará inserido nesse novo pavilhão, um centro de memória da física brasileira e latino-americana, mas também um centro de visitantes. E isso vai trazer uma vida de cooperação científica, de troca de ideias, de eventos. É, de fato, quase um momento de refundação do seu espaço – o Pavilhão é a sede histórica do CLAF, que sempre esteve lá –, da dinâmica do seu papel na América Latina e no Brasil". |
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| Guto Videira – Historiador de ciência e pesquisador colaborador do CBPF: "A partir de agora, o Pavilhão Mário de Almeida, que foi a primeira sede própria do CBPF, vai ter um uso diferente daquele que foi dado quando foi construído e inaugurado. Terá uma preocupação com a preservação, com a divulgação, com a pesquisa em torno da história da física no Brasil. Não se trata apenas da história do CBPF, e mesmo da história da física na UFRJ, mas sim do Brasil". | ||
| Nilton Alves Junior – Coordenador do Núcleo de Informação C&T e Biblioteca do CBPF: “Depois de quase três anos de diálogos, ideias e construção conjunta, ver este projeto ganhar forma é profundamente inspirador. Ele renova nossa confiança e acende a esperança em um futuro ainda mais promissor para a ciência, para o CBPF e para todos que acreditam no poder transformador do conhecimento”. | ||
| Fernando Peregrino – Pró-reitor de Gestão e Governança da UFRJ: "É um momento muito especial para mim, como integrante do quadro do CBPF e pró-reitor da UFRJ. Sinto-me honrado de ver essa edificação se transformar em um centro de memória da física brasileira, do Leite Lopes, do César Lattes, do Tiomno, de tantos personagens que engrandeceram a nossa ciência no Brasil". |







