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Desafie-se com o LSST – Strong Lensing Data Challenge
Estão abertas as submissões para o Strong Lensing Data Challenge (SLChallenge) – um desafio colaborativo de dados para análise, classificação e modelagem de Lentes Gravitacionais Fortes que deve utilizar dados simulados e reais adaptados às condições observacionais do Legacy Survey of Space and Time (LSST) do Observatório Vera C. Rubin, no Chile.
A proposta envolve aplicar técnicas de aprendizado de máquina, visão computacional e outras metodologias a um desafio astrofísico real – encontrar sistemas de lentes gravitacionais fortes e extrair seus parâmetros físicos –, além de ajudar a preparar pipelines/algoritmos capazes de lidar com dados em escala Rubin.
Nesse contexto, os participantes deverão projetar e implementar métodos para detectar candidatos a lentes fortes em grandes conjuntos de dados astronômicos. Para isso, devem trabalhar com imagens a fim de testar seus modelos em um ambiente realista em escala completa semelhante ao LSST. Há ainda o incentivo à realização de um segundo desafio: medir parâmetros físicos dos sistemas de lente.
Organizado pelo Strong Lensing Science Collaboration do LSST e pelo Laboratório de Inteligência Artificial para a Física do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (Lab-IA/CBPF), o novo desafio reforça a importância do instituto na área – em 2020, o Lab-IA conquistou o primeiro lugar no “II Strong Gravitational Lensing Challenge”, superando equipes internacionais com um algoritmo baseado em aprendizado profundo, desenvolvido para classificar e analisar candidatos a lente. Essa conquista demostrou a capacidade da comunidade nacional de Astrofísica em competir internacionalmente.
Segundo o responsável pelo Lab-IA do CBPF, Clécio De Bom, que lidera o desafio, a participação no SLChallenge permite ganhar visibilidade nas comunidades científicas do Rubin e de lentes gravitacionais fortes, construir experiência em IA para astronomia e análise de dados em grande escala, além de participar de um esforço colaborativo com uma comunidade de cientistas e desenvolvedores.
As submissões, que podem ser individuais ou em equipe, deverão ser feitas até o dia 30 de setembro. Não é necessário ter direitos de acesso aos dados do Rubin para participar.
Para saber mais sobre participação no SLChallenge e acessar os conjuntos de dados, regras e tutoriais iniciais, visite o site do evento.
Sobre o Legacy Survey of Space and Time (LSST)
O Legacy Survey of Space and Time (LSST) entrou em operação científica no dia 23 de julho de 2025. É um projeto do Observatório Vera C. Rubin, nova instalação de astronomia e astrofísica em construção no Cerro Pachón, no Chile, que homenageia a astrônoma Vera Rubin (1928-2016), autora da primeira evidência convincente da existência da matéria escura.
A transmissão do LSST demonstrou a imensa capacidade do telescópio de observar o Universo. As primeiras imagens, obtidas na região sul do aglomerado de Virgem, demonstraram detalhes ainda não vislumbrados por outros telescópios: mais de dois mil novos asteroides foram identificados, incluindo sete NEOs (objetos que passam perto da órbita terrestre). A imagem ainda contém cerca de dez milhões de galáxias e várias estrelas da Via Láctea.
O LSST prevê fornecer, até o fim de 2025, um volume incomparável de dados ópticos sobre o Universo transitório e variável.
No site do Observatório, a Câmera LSST, parte do telescópio de pesquisa Simonyi, é apontada como a maior câmera digital já construída, capaz de capturar imagens detalhadas do céu do hemisfério sul por 10 anos. Produzirá, assim, o maior filme astronômico de todos os tempos, que dará vida ao céu noturno, revelando um tesouro de descobertas: asteroides e cometas, estrelas pulsantes e explosões de supernovas.
Mais informações: https://rubinobservatory.org/