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Consórcio Europeu do Observatório Cherenkov Telescope Array (CTAO) é estabelecido e Brasil negocia participação
A Comissão Europeia oficializou, em 7 de janeiro de 2025, o Observatório Cherenkov Telescope Array (CTAO) como um Consórcio Europeu de Infraestrutura de Pesquisa (ERIC), consolidando o maior e mais avançado observatório de astronomia de raios gama do mundo. Com sede na Itália, o CTAO ERIC reúne 11 países e uma organização intergovernamental, o Observatório Europeu do Sul (ESO).
Este evento coroa anos de planejamento pelos diversos grupos que contribuem para o Observatório, como a contribuição do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) na construção do Telescópio de Grande Porte (LST-1), que já está em comissionamento nas Ilhas Canárias, na Espanha, com financiamento da com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
O reconhecimento do CTAO como um consórcio internacional viabiliza a construção de mais de 60 telescópios distribuídos entre os sítios de observação nas Ilhas Canárias e nos Andes, no Chile. Além do LST-1, outros três telescópios de grande porte serão instalados nos próximos dois anos. No Hemisfério Sul, a previsão é que os primeiros cinco Telescópios de Pequeno Porte (SSTs) e dois Telescópios de Médio Porte (MSTs) sejam entregues no início de 2026, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Fundação Araucária (Paraná), e liderança de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A estrutura permitirá que o CTAO inicie operações em configuração intermediária já em 2026, tornando-se o mais sensível instrumento para astronomia gama.
Participação nacional
Durante a reunião inaugural do Conselho do CTAO ERIC, em 12 de fevereiro de 2025, em Bolonha, Itália, os membros-fundadores do consórcio – Áustria, República Tcheca, ESO, França, Alemanha, Itália, Polônia, Eslovênia e Espanha – aprovaram por unanimidade o início das negociações para a entrada do Brasil como Terceira-Parte do Observatório. O Japão já participa como Parceiro Estratégico, enquanto Suíça e Austrália têm status de Observador e Terceira-Parte, respectivamente.
“O CTAO será um instrumento único, e a participação brasileira só é possível graças à colaboração de grupos de pesquisa espalhados pelo país, que trabalham há mais de uma década para atingir esse objetivo científico comum”, destacou Ulisses Barres de Almeida, pesquisador do CBPF e representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) junto ao Conselho do CTAO ERIC.
Além das negociações com o Brasil, a reunião também definiu a liderança do observatório para os próximos anos. O Conselho nomeou Stuart McMuldroch como Diretor-Geral do CTAO ERIC, responsável por conduzir o consórcio em sua jornada rumo a novas descobertas científicas.
Mais informações:
CTAO: https://www.ctao.org/