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Comunidade brasileira participa da construção das estratégias europeias para física de partículas
Veneza, na Itália, receberá entre os dias 23 e 27 de junho um simpósio aberto para definir a atualização de 2026 da “European Strategy for Particle Physics” (Estratégia Europeia para Física de Partículas, em tradução livre), iniciativa que objetiva orientar as decisões de longo prazo no campo. Alinhada à convocação feita pelo Secretariado do grupo, a comunidade brasileira de física de partículas submeteu um documento com as visões nacionais para o futuro da área.
“Esta contribuição para a atualização de 2026 da Estratégia Europeia para Física de Partículas destaca a participação atual do Brasil em experimentos do Large Hadron Collider (LHC), bem como os desenvolvimentos em andamento na tecnologia de detectores e aceleradores, e detalha a visão da comunidade em relação aos futuros colisores”, descreve o documento.
O texto apresenta o cenário brasileiro da pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica (PD&I) em detectores e aceleradores, sua atuação nos experimentos do LHC e as perspectivas da área em relação às opções para os futuros colisores, como o Future Circular Collider (FCC) e o The Linear Collider Facility at CERN (LCF@CERN). Atividades em física de neutrinos e astropartículas são outros temas abordados na contribuição. Participaram na elaboração do documento o tecnologista Ulisses Carneiro, recém-contratado do CBPF, e Antonio Vilela, aprovado no último concurso, ambos da Coordenação de Física de Altas Energias (COHEP/CBPF).
Contexto histórico
A comunidade brasileira de Física de Altas Energias (HEP) teve seu primeiro envolvimento com a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab) na década de 1980. Sua participação cresceu, em especial, com a criação da Rede Brasileira de Física de Altas Energias (RENAFAE), em 2008, fortalecendo seus objetivos científicos e tecnológicos, particularmente em instrumentação de detectores, computação e parcerias industriais. Em 2022, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou pela primeira vez um plano quinquenal para atividades relacionadas ao CERN na forma de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – voltado a dar suporte às atividades dos grupos brasileiros nos quatro grandes experimentos do LHC.
Com a ascensão do Brasil a Estado-Membro Associado do CERN, em 2024, novas oportunidades foram abertas para um envolvimento mais profundo para PD&I em aceleradores e detectores, expandindo o potencial nacional para colaborações científicas e industriais.
Veja o documento na íntegra: https://arxiv.org/pdf/2503.24295
Página do evento: https://agenda.infn.it/event/44943/overview
