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CBPF firma parceria com CNPq para segurança de dados científicos
O Rio Science Datacenter (RSDC), centro de processamento, armazenamento e comunicação de dados científicos – uma parceria entre o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) – acaba de agregar uma nova funcionalidade: a hospedagem de equipamentos de infraestrutura de Tecnologia da Informação das plataformas Lattes e Carlos Chagas.
O compromisso foi selado no último dia 03/04, com a assinatura de acordo de cooperação técnico-científica entre CBPF e CNPq. Estiveram presentes na solenidade Ricardo Galvão, diretor do Conselho e ex-diretor do CBPF; Olival Freire, Diretor Científico; e Débora Menezes, Diretora de Avaliação de Resultados e Soluções Digitais.
A gestão da parceria ficará a cargo da Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico (COTEC), pelo lado do CBPF, e da Diretoria de Análise de Resultados e Soluções Digitais (DASD) por parte do CNPq. O acordo tem vigência de cinco anos, com possibilidade de prorrogação.
“A plataforma Lattes atende a uma demanda do país de importância muito grande (...) e isso que nós estamos fazendo agora tem uma importância enorme para a ciência brasileira e tenho certeza que vamos progredir. (...) Cada vez mais estamos avançando em uma colaboração e sinergia entre diferentes instituições”.
Avanço científico com segurança dos dados
A segurança e integridade dos dados em uma pesquisa científica são fundamentais para garantir resultados confiáveis e uma investigação com credibilidade. Quando os dados não são protegidos de maneira adequada, corre-se o risco de manipulação, extravio ou até mesmo vazamento de informações sensíveis, comprometendo o resultado.
Além disso, a preservação da integridade dos dados assegura que os resultados possam ser replicados e validados por outros pesquisadores, um princípio essencial para o avanço do conhecimento científico.
“Buscando este objetivo, foi criado um ambiente Disaster Recovery (recuperação de desastres, em tradução livre), com foco na criação de estratégias para proteger os dados e os serviços críticos contra falhas, desastres naturais, ataques cibernéticos ou outros eventos inesperados – garantindo que, no caso de um desastre, as operações possam ser rapidamente retomadas”, explicou Marcelo Portes de Albuquerque, responsável pelo RSDC.
Adotar práticas rigorosas de segurança e garantir a autenticidade dos dados são passos essenciais para manter a transparência, a ética e a confiança na pesquisa científica.
Conexão histórica
O CNPq e o CBPF compartilham uma trajetória marcada pelo compromisso com a ciência e o fortalecimento da pesquisa no Brasil. Em 1951, o Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, que também foi um dos fundadores do CBPF, liderou a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (atual CNPq). Neste mesmo ano, o Almirante se torna vice-presidente do Conselho do CBPF. Essa ligação, que desde o início contribuiu para a infraestrutura científica nacional, tinha um compromisso mútuo: enquanto o CBPF se fortalecia como um dos principais centros de pesquisa à época, o Conselho crescia como um catalizador focado em financiar e incentivar as ideias que iriam revolucionar o conhecimento.
Foi em 1975, diante das crises financeiras e da intervenção da Ditadura Militar que levou pesquisadores do CBPF à aposentadoria compulsória, o instituto foi incorporado formalmente ao CNPq. Esse feito consolidou os avanços da pesquisa e ampliou as possibilidades de inovação e colaboração em projetos estratégicos.
Hoje, com a nova cooperação assinada e em pleno funcionamento, CBPF e CNPq reafirmam a conexão que atravessa décadas e preservam o legado de impulsionar a pesquisa garantindo infraestrutura, inovação e segurança para toda a comunidade científica.
“O CBPF nasceu com o propósito de impulsionar a pesquisa avançada em física, enquanto o CNPq, criado dois anos depois, assumiu a missão mais ampla de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico em diversas áreas do conhecimento no Brasil. Ao longo de seus 76 anos, o CBPF integrou o CNPq por 24 deles. Este Acordo reafirma essa parceria histórica. E é simbólico que aconteça às vésperas dos 75 anos do CNPq, reforçando nosso compromisso comum com o avanço da ciência e tecnologia no país”, conclui Márcio Portes de Albuquerque, diretor do CBPF.

