Notícias
CBPF fala sobre computação quântica no AI Salon Rio de Janeiro
No dia 22 de outubro, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) participou do AI Salon Rio de Janeiro, evento que reuniu fundadores de startups, desenvolvedores de Inteligência Artificial (IA ou AI, em inglês), investidores e acadêmicos para trocar experiências e impulsionar a inovação.
A AI Salon é uma comunidade global para conexão e colaboração. O encontro ocorre em várias cidades ao redor do mundo, como Estocolmo, Santiago, Porto, Roma e Singapura, entre outras – e mostrou, nessa edição, como a pesquisa acadêmica está impulsionando o ecossistema de inovação no Rio de Janeiro.
A proposta do evento foi também a de mostrar como a pesquisa acadêmica carioca se conecta com a indústria e como a colaboração entre instituições pode fortalecer a posição nacional com relação a IA. Nesse contexto, João Paulo Sinnecker, pesquisador e vice-diretor do CBPF, fez um resumo sobre a história da instituição e apresentou trabalhos e parcerias, como a realizada com o Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern), que propõem e participam de esforços nacionais em computação quântica e IA.
Sinnecker destacou o trabalho do CBPF no desenvolvimento do primeiro computador quântico do Brasil e o trabalho do QuantumTec, laboratório equipado com um Refrigerador de Diluição, que mantém dispositivos a temperaturas próximas do zero absoluto, e uma Evaporadora, para a fabricação de chips quânticos e dispositivos supercondutores, além da participação na Rede Rio de Comunicação Quântica:
“Ela é a primeira rede de internet quântica do Brasil. A comunicação é feita com luz entre o CBPF, a UFF (Universidade Federal Fluminense) e o IME (Instituto Militar de Engenharia). A luz atravessa o espaço aéreo, livre, por cima das águas da Baía de Guanabara. Já a conexão entre o CBPF, a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) é feita por fibra ótica”.
A Rede trabalha para posicionar o país no cenário global em criptografia quântica. A pesquisa foca na segurança das chaves criptográficas com fundamento na física quântica, ao contrário dos protocolos atuais, que se baseiam na matemática dos algoritmos de decodificação. O objetivo é criar uma comunicação altamente segura a partir do uso de partículas de luz (fótons), com foco em áreas estratégicas e na segurança de dados.
O encontro contou também com a participação de empresários, como Antoine Marmelo, da Bizuu, André Nunes, da Zane, e Gabriel Lopes, da Sevia, que apresentaram suas startups e como a IA os ajudou a destacá-las no mercado.
O encerramento do evento contou com o painel “Made in Rio: A potência acadêmica por trás da revolução da IA no Brasil”, que ocorreu logo após a fala de Sinnecker, no qual os professores Aderson Campos Passos (IME), Alexandre Evsukoff (UFRJ), Lucas Nissenbaum (Instituto de Matemática Pura e Aplicada – Impa), Marcos Kalinowski (PUC-Rio) e Renato Cerqueira (Instituto de IA da Behring Foundation na PUC-Rio) se reuniram para debater como a excelência acadêmica impulsiona a inovação, o empreendedorismo, além de como as universidades estão preparando a próxima geração de profissionais de IA.
A presença do CBPF no evento reafirma o seu compromisso com o avanço tecnológico e a conexão dos laços entre academia, indústria e sociedade no Rio de Janeiro e no mundo.

