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Exposição “Brasil: Terra Indígena” destaca protagonismo dos povos originários na formação da cultura brasileira
Museu Goeldi | COP30 com Ciência – A partir desde domingo (9/11), estará aberta ao público a exposição “Brasil: Terra Indígena”, no Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém. Produzida pelo Instituto Cultural Vale, por meio do Centro Cultural Vale Maranhão, em parceria com o Museu Goeldi, com patrocínio da Vale e realização do Ministério da Cultura via Lei de Incentivo à Cultura, a exposição evidencia o protagonismo indígena na relação sustentável com a terra e na formação essencial da identidade brasileira. A exposição retrata a história da presença cultural dos povos indígenas no território nacional, reunindo a produção cultural de mais de 300 povos indígenas que habitam os 26 estados e o Distrito Federal do Brasil.
“Brasil: Terra Indígena” também se conecta ao debate sobre mudanças climáticas e biodiversidade no contexto da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começa em Belém no dia 10. “Valorizar e reconhecer o protagonismo indígena, especialmente no período em que o mundo todo está reunido no Brasil para pensar os futuros que queremos construir, é uma oportunidade única de conectar o país com a sua história e o mundo com as identidades brasileiras, em sinergia com a atuação da Vale para fortalecer e visibilizar a diversidade da nossa cultura e com a nossa presença na Amazônia há 40 anos, como agente de desenvolvimento”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
Para o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, o fato de Belém, uma das portas de entrada para a Amazônia, ter sido escolhida para simbolizar o compromisso do Brasil no combate às mudanças climáticas, destacando a região como solução para a crise global, é muito simbólico. “A exposição amplifica esse simbolismo, instalada no Parque do Museu, ela ressalta que Belém é também um 'museu vivo' da herança indígena. Murais, fotografias e instalações dialogam com a biodiversidade amazônica e as heranças indígenas”, analisa.
Mais de 2 mil peças
São mais de 2 mil peças em exposição, como cestarias, cerâmicas e indumentárias de povos indígenas de todos os estados do país. Além da expressão material dos povos, a curadoria, realizada coletivamente, contempla a obra fotográfica de 45 artistas indígenas, que registraram o cotidiano e a presença de importantes lideranças indígenas da atualidade. A parceria com o Instituto Moreira Salles enriquece o conteúdo da mostra ao trazer imagens etnográficas e históricas de povos indígenas produzidas por grandes nomes da fotografia nacional, como Maureen Bisilliat e Marcel Gautherot.
Para o curador e diretor do Centro Cultural Vale Maranhão, Gabriel Gutierrez, “Brasil: Terra Indígena” é uma convocatória. “Uma afirmação da presença dos povos originários, que seguem criando o país com suas culturas e suas lutas. No contexto da COP 30, quando o mundo se volta à Amazônia e às urgências climáticas, esta exposição reafirma: não haverá futuro sustentável sem os povos indígenas”, explica.
Emanoel de Oliveira Junior, coordenador de museologia do Museu Goeldi, explica que o visitante é convidado a ver, ouvir e sentir a força de culturas indígenas que sustentam a vida. “Precisamos reconhecer e integrar essa visão de mundo, não como herança, mas como ciência para futuros possíveis”, enfatiza.
Dentre os diversos temas abordados, “Brasil: Terra Indígena” apresenta as línguas indígenas existentes no Brasil em um mapa inédito, desenvolvido especialmente para a exposição, e mostrando também as cosmovisões dos povos originários. A Amazônia concentra quase duas centenas das línguas ainda faladas, muitas delas ameaçadas.
A coleção de artefatos apresentada é fruto de relacionamento e construção colaborativa com os diversos povos originários brasileiros ao longo dos anos, e conta com empréstimos importantes dos acervos etnográficos e arqueológicos do MPEG. As peças contam sobre cosmologias, histórias e narrativas de luta que estruturam a identidade brasileira, reconhecendo a centralidade da “Terra Indígena” na própria noção de território nacional.
Sobre a Vale
A Vale acredita que a cultura transforma vidas. Pelo quinto ano consecutivo é a maior apoiadora privada da Cultura no Brasil, patrocinando e fomentando projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.
Para fortalecer sua atuação na Cultura, em 2020 foi criado o Instituto Cultural Vale, que já esteve ao lado de mais de mil projetos em todo o país, com investimento de mais de R$ 1 bilhão em recursos próprios da Vale e via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Conheça mais sobre a Vale em vale.com
Sobre o Museu Goeldi
Centro pioneiro nos estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimento, organização e manutenção de acervos de referência mundial relacionados à região. Estimula a apreciação, apropriação e uso do conhecimento científico sobre a região pela população.
Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Museu Goeldi é um dos mais antigos, maiores e populares museus brasileiros. Foi fundado em 1866 na cidade de Belém, onde está localizado seu Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa. Mantém ainda no Arquipélago do Marajó (PA) a Estação Científica Ferreira Penna, um laboratório avançado para o estudo do funcionamento da Floresta Amazônica.
Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão
Localizado em um casarão do centro histórico de São Luís, o Centro Cultural Vale Maranhão prioriza a produção cultural maranhense sem deixar de abrir espaço para conteúdos que venham de outros lugares. Tem o objetivo de interagir com o espaço em que está inserido, somando forças com instituições vizinhas para pensar, de maneira conjunta, em maneiras de fortalecer o centro histórico da capital do estado como polo cultural de reconhecimento nacional.
SERVIÇO:
Exposição: Brasil: Terra Indígena
Local: Museu Paraense Emílio Goeldi – Centro de Exposições Eduardo Galvão (Av. Magalhães Barata, 376 – São Brás, Belém - PA)
Abertura ao público: a partir deste domingo (09/11) - com entrada gratuita, de domingo a domingo, das 9h até às 16h.