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Inpa lança Guia de frutos, sementes e mudas amazônicas em evento virtual
Depois do sucesso do Guia de Propágulos e Plântulas da Amazônia, agraciado pelo Prêmio Jabuti como um dos melhores livros de Ciências Naturais do Brasil em 2009, servidores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e colaboradores de outras instituições lançam agora uma nova publicação, o Guide to Amazonian Fruits, Seeds & Seedlings. Apenas na versão em inglês, o livro traz informações detalhadas de 75 espécies de árvores de 23 famílias botânicas e busca ampliar o conhecimento sobre a flora amazônica, contribuindo para a valorização e conservação da flora nativa da região.
O lançamento da obra acontecerá nesta terça-feira, Dia da Árvore (21 de setembro), às 18h (de Manaus), pelo canal no YouTube do Herbário do Inpa, com mediação do professor do Instituto Federal de Educação do Amazonas (Ifam) Valdely Kinupp, que também é professor da Pós-Graduação em Botânica do Inpa. A obra leva a autoria da pesquisadora do Inpa, Isolde Ferraz; o coordenador científico do Projeto Dinâmica Biológica e Fragmentos Florestais (PDBFF/Inpa), José Luís Camargo; a técnica do Inpa, Mariana Mesquita; o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Bráulio Santos; a ex-bolsista do projeto Heloísa Brum; e a professora e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Cristina Albuquerque. Para adquirir a obra, acesse o site da loja virtual da Editora Inpa.
A publicação apresenta diferentes fases do desenvolvimento de cada espécie, unindo informações de fenologia reprodutiva, biometria de frutos e sementes, morfologia comparativa de plântulas (desenvolvimento inicial do embrião da planta) e árvores, germinação e formação de uma plântula. A ideia é que o livro seja de uso prático, podendo ser útil para professores, viveiristas, agricultores e outros profissionais que trabalham com espécies arbóreas, além de procurar despertar nos alunos e naturalistas o interesse pela história natural das espécies, colaborando a longo prazo para a conservação dos recursos florestais amazônicos.
Com as informações detalhadas de cada espécie é possível reconhecer indivíduos destas espécies no campo, principalmente quando ainda são pequenas (plântulas e jovens), o que é praticamente impossível sem uma grande experiência de campo ou uma reunião de informações como a disponível neste guia. “Com o conhecimento, pode-se inclusive ajudar profissionais a ampliar os estudos com as espécies estudadas, como já aconteceu no passado”, lembra José Luís Camargo, destacando ainda que as informações podem servir de subsídio para elaborar políticas públicas para nortear o uso e a conservação dos recursos florestais.
Depois do retorno tão positivo do primeiro livro, apenas em português, os autores perceberam a necessidade de atingir um público mais amplo e decidiram produzir uma versão especial do livro em inglês, que levou pouco mais de cinco anos para ficar pronto. Porém, o livro apresentado agora não é somente uma tradução do volume 1 do guia, é uma versão revisada e ampliada, com um acréscimo de 25 espécies às 50 iniciais, totalizando 75 espécies.
Além de vasto conhecimento sobre as espécies estudadas, são diferenciais do livro as fotografias de alta resolução e a estética gráfica criativa intuitiva para entender as características de cada espécie, tornando o guia atraente, didático, fácil de usar e de assimilar as informações. Outra vantagem é que a padronização das informações detalhadas possibilita a comparação e o entendimento da variabilidade entre espécies próximas, como por exemplo Protium apiculatum Swart. (breu-preto), Protium decandrum (Aubl.) Marchand (breu-ambulante) e Protium hebetatum Daly (breu-do-nó-inchado), da família Burseraceae .
“Além disso, o glossário ilustrado ao final do livro agrega tanta informação que ele, por si só, poderia ser uma publicação à parte”, conta Mesquita, que é bióloga com mestrado em Ecologia e técnica no Herbário Inpa, o maior herbário na Amazônia brasileira, onde atua no gerenciamento do banco de dados do Herbário.
De acordo com José Luís Camargo, que liderou o projeto do livro junto com Isode Ferraz, a equipe optou por publicar poucas espécies, mas com uma carga de informação maior para cada uma. “Obras similares, em geral, que são extremamente importantes, publicam mais espécies, mas com menos informação para cada uma. Simplesmente uma diferença no método que no final reflete no tempo que levamos para finalizar cada espécie”, disse Camargo.
Em média, uma espécie fica pronta após dois anos de trabalho, pois a equipe acompanha e registra todo o processo de desenvolvimento, do fruto, semente até a formação da plântula. As fotografias do livro foram feitas pela pesquisadora Isolde Ferraz, com vasta atuação em sementes florestais.