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Vivências científicas no Inpa e Menção Honrosa marcam encerramento do Conic e Coniti
Foto: Lucciano Lima/ Ascom Inpa
A iniciação científica e a iniciação em desenvolvimento tecnológico do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) trazem vivências científicas e transformações na vida de universitários. Entre desafios e sonhos, os bolsistas encontraram nos programas do Inpa oportunidades de aprender, experienciar e de trilhar caminhos profissionais que fortalecem a pesquisa na Amazônia.
O protagonismo desses jovens pesquisadores marcou o encerramento do XII Congresso de Iniciação Científica (Conic) e o IV Congresso de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Coniti). A cerimônia ocorreu no dia 22 de setembro, no Auditório da Ciência do Inpa, instituição com sete décadas de trajetória científica na Amazônia.
Um dos momentos mais aguardados foi a entrega da Menção Honrosa aos destaques do ano 2023-2024, quando 15 jovens pesquisadores subiram ao palco, acompanhados de seus respectivos orientadores, e foram reconhecidos pelo desempenho em seus trabalhos. Na ocasião, com o auditório repleto de familiares, amigos e professores, o público também acompanhou a palestra do diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, com o tema “Sementes de conhecimento, horizontes de transformação: o jovem pesquisador no mundo da mudança”.
O diretor destacou que a experiência de vivenciar o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Paic e Pibic) e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) transforma a percepção profissional e acadêmica dos pesquisadores. “É um momento de assumir responsabilidades e assumir a potência da autonomia intelectual”, frisou.
O evento reuniu 150 trabalhos de estudantes de graduação, realizados em campo e em laboratório, evidenciando a diversidade de temas pesquisados no Inpa e a contribuição das diferentes áreas do saber para a compreensão e preservação do bioma amazônico.
Jovens destaques da ciência e tecnologia
Mais do que uma etapa acadêmica, o programa de iniciação científica do Inpa tem se mostrado um verdadeiro impulsionador de carreiras, oferecendo aos estudantes a chance de aprofundar conhecimentos, descobrir novas vocações e consolidar caminhos profissionais.
Agraciada como um dos destaques, a estudante de medicina veterinária Larissa Dolzane contou que a iniciação científica veio como novidade e desafio no próprio campo de atuação. “Eu nunca tinha trabalhado com nada sobre tecnologia de alimentos, muito menos com pescado, mas com a iniciação científica eu entendi que a área da piscicultura, principalmente no Amazonas, precisa ser mais explorada, mais vista. Eu sinto que amadureci muito profissional e academicamente, porque é uma experiência que te muda e te molda para a faculdade e para o mercado de trabalho”, revelou.
“Eu fiquei muito feliz de ganhar uma menção honrosa porque são mulheres na ciência. É muito importante ter várias mulheres trabalhando, pesquisando e inseridas nesse meio. É um convite que fica: a importância da iniciação científica na vida de um acadêmico, que vai fortalecer você tanto como pessoa quanto como profissional, e vai abrir vários leques para você desenvolver diferentes trabalhos que irão influenciar muitos aspectos”, contou a médica veterinária Gabriele Mendonça.
As trajetórias de Larissa Dolzane e Gabriele Mendonça tiveram em comum a orientação do pesquisador Rogério Souza de Jesus, que acompanhou de perto os trabalhos e contribuiu para o amadurecimento acadêmico e profissional das estudantes.
Confirma a lista dos agraciados.
Carreira científica
Para a pesquisadora do Inpa Rosemary Roque, durante a iniciação científica o discente tem a oportunidade de vivenciar a ciência na prática. “É o momento de aprender técnicas e metodologias, executando um projeto de pesquisa e seguindo o rigor científico. Além disso, é fundamental para aqueles que desejam ingressar nos cursos de pós-graduação oferecidos pelo instituto”, destacou.
Para o zoólogo Elifas Brandão, o programa foi uma oportunidade de ampliar os estudos com famílias de moscas durante a formação na universidade, pesquisando “Quem são os Richardidae (Insecta: Diptera) da coleção de invertebrados do Inpa?”. “A iniciação científica me tocou muito, porque eu acabei me apaixonando pela área da pesquisa. Eu desenvolvi, após o PIBIC, o meu trabalho de conclusão de curso dentro da temática que explorei no programa. Agora, no mestrado, também estou desenvolvendo a pesquisa na mesma área, que é taxonomia, e isso acabou me moldando”.
Diretamente do Núcleo de Apoio à Pesquisa do Inpa no Acre, o engenheiro agrônomo Francisco de Assis recebeu reconhecimento pelo seu projeto e destacou a importância da iniciação científica como uma oportunidade estratégica e decisiva para sua carreira. “Foi uma grande ponte para um objetivo maior. Primeiro, eu queria fortalecer meu currículo para, posteriormente, conseguir uma vaga na pós-graduação. O Inpa, por meio da iniciação científica, potencializou isso”, revelou Assis, que é mestrando em Produção Vegetal na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Confiança na escolha científica
De acordo com a chefe da Divisão de Apoio à Capacitação (Dicap), Eleilza Litaiff, o instituto tem um papel fundamental na formação e na construção da confiança dos novos pesquisadores, e atuar na Amazônia é um desafio gratificante.
“O que posso dizer ao estudante que deseja ingressar na iniciação científica é que ele não tenha medo de adentrar os muros da instituição e nem as portas do laboratório, porque é nessa descoberta, às vezes, de um trabalho que parece ser uma sementinha, que vai brotar uma grande árvore. É um desafio maravilhoso, e acreditem na ciência desde o seu início”, destacou Litaiff.
O sentimento também é compartilhado pelos novos estudantes, como destaca a bolsista de iniciação científica da área da entomologia Dayane Assayag. Para ela, apesar dos desafios e incertezas, a experiência tem sido reveladora.
“São vários desafios, mas ainda está tudo tranquilo. E, para outros estudantes que desejam entrar na iniciação científica e, de repente, estejam com algum receio, é só tentar e arriscar, porque, no começo, eu não tinha muita segurança sobre a área que queria, mas, agora, como entrei e vi como funciona, estou apaixonada por tudo isso”, disse.
Durante a semana do evento, os bolsistas de iniciação científica e de iniciação em desenvolvimento tecnológico e inovação apresentaram oralmente os trabalhos desenvolvidos no período de 2024-2025, em mais de dez áreas do conhecimento: botânica, genética, agronomia, engenharias, clima e ambiente, recursos florestais, multidisciplinar, ciências humanas e sociais, zoologia, saúde, ecologia e química de produtos naturais.
IC e Pibiti
O Programa de Iniciação Científica do Inpa conta com o financiamento das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Pibic/CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas - Fapeam (Paic/Fapeam). O Programa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti/CNPq) é financiado pelo CNPq.
O programa de formação científica tem o objetivo de proporcionar ao bolsista de graduação, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensamento científico e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa. Além disso, busca formar pessoal qualificado para o futuro ingresso nos programas de pós-graduação. Já o Programa Institucional de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação estimula os jovens do ensino superior nas mesmas metodologias e práticas próprias, aproximando o aluno das demandas e soluções do setor produtivo.




