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Novos servidores reforçam a missão científica do Inpa na Amazônia.
Pesquisadores, tecnologistas e analistas aprovados no concurso público do Inpa-MCTI/2023 e do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) passam a integrar diferentes áreas do Instituto, em evento marcado por emoção. Foto: Anne Karolline - Ascom Inpa.
Emoção, superação e esperança marcaram a chegada dos 63 novos servidores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), acolhidos nesta quinta-feira (11), no Auditório da Ciência. Mais que o início de carreiras promissoras, a integração simboliza o fortalecimento de um dos maiores centros mundiais de referência em biodiversidade, ecologia tropical e mudanças climáticas, além de abrir caminhos para novas frentes de pesquisa e inovação dentro do Instituto.
A recepção fez parte da integração institucional dos aprovados nos concursos públicos do Inpa-MCTI/2023 e do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Neste último, os três (03) novos servidores, analistas em ciência e tecnologia (C&T) já estão atuando em diferentes áreas: na Coordenação de Gestão de Pessoas (COGPE), na Coordenação de Ações Estratégicas (COAES) e na Coordenação de Gestão, Inovação e Empreendedorismo (COGIE).
Já o grupo formado por pesquisadores e tecnologistas passam a reforçar o quadro das quatro coordenações de pesquisa do Inpa: Coordenação em Biodiversidade (COBIO); Coordenação de Dinâmica Ambiental (CODAM); Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde (COSAS) e Coordenação de Tecnologia e Inovação (COTEI).
As quatro coordenações de pesquisa estão ligadas à Coordenação-Geral de Pesquisa, Capacitação e Extensão (CGPE), sob a gestão do pesquisador Jorge Porto, que, na oportunidade, apresentou as principais frentes de ações transversais e as estruturas que contemplam as atividades do Inpa.
A retomada da soberania científica
O diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, destacou que a chegada dos novos servidores representa um resgate emblemático da pesquisa feita na Amazônia. “É um marco na história do nosso instituto, porque esse novo grupo vem renovar, em todos os sentidos, a nossa força de trabalho”, disse.
O professor enfatizou que o Inpa foi criado nos anos 1950 como resposta à necessidade de reafirmar a soberania brasileira sobre a Amazônia, e hoje lidera uma rede de instituições científicas na Panamazônia, sendo a prova de que ciência é uma ação coletiva voltada para o bem comum.
Sonhos de infância também se materializaram com essa acolhida institucional. A pesquisadora da Coordenação de Biodiversidade (COBIO), Lydiane Lúcia Bastos, recordou sua primeira visita ao Bosque da Ciência quando tinha 10 anos. “Nesse passeio da escola, vi um engenheiro florestal pela primeira vez e determinei como meta pessoal que seria, no futuro, uma pesquisadora também. Hoje, esse momento se realiza 30 anos depois e isso é emocionante demais para mim”, revelou.
A pesquisadora agora atua com sementes florestais, e sua linha de pesquisa vem ganhando novas tecnologias, como o uso de inteligência artificial e imagens de raio-x para acelerar análises e apoiar projetos de restauração de áreas degradadas. Um exemplo de como a ciência amazônica também dialoga com inovação de ponta.
Esse mesmo espírito de inovação também se reflete em outra frente de trabalho, com ações da Coordenação de Gestão, Inovação e Empreendedorismo (COGIE). A analista em C&T, recém-ingressa no Inpa, Mariana de Oliveira Santos, explicou que a área atua em processos de transferência de tecnologia, incubação de empresas e registro de propriedade intelectual. “O Inpa tem um potencial enorme de transformar conhecimento em novos negócios baseados na biodiversidade e na bioeconomia, com impacto fantástico tanto para a economia brasileira quanto para a mundial”, afirmou.
Na expectativa de novos projetos, a analista da COGIE revela que, em outubro, um novo ciclo de incubação com cinco empresas reforçará as apostas em transformar pesquisas em oportunidades sustentáveis para a região.
Para o pesquisador José Luís Campana Camargo, da COBIO, o momento é de reconstrução. “A gente passou por uma fase difícil e agora voltamos a ter mais esperança. O próprio concurso é um sinal disso, porque fazia muitos anos que não se abria esse tipo de edital para o Inpa e outras instituições federais. Esse ingresso de mais de 60 novos pesquisadores é de imenso valor”, comemorou.
O pesquisador da Coordenação de Dinâmica Ambiental (CODAM), Israel Sampaio, resumiu o momento como uma realização pessoal antiga. “Eu sou baiano e esse momento representa um sonho, porque lá em 2009 uma professora em uma aula de ecologia me falou que o Inpa era uma instituição de referência nacional e internacional em pesquisas de florestas tropicais, e naquele momento uma chave virou na minha cabeça e resolvi vir para cá. Agora, de fato, estou realizando um sonho como pesquisador”, relatou.
A programação incluiu palestras e apresentações de diferentes serviços voltados ao servidor público, além da acolhida da Coordenação de Gestão de Pessoas e do Programa de Qualidade de Vida (PQV) do Inpa.
Raízes de futuro
O simbolismo da chegada dos novos servidores contou com o aconchego de um café da manhã regional e plantio coletivo no Bosque da Ciência, realizado com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (SEMMASCLIMA). As mudas arbóreas e frutíferas foram plantadas em um gesto que marcou o renovo do Inpa e a esperança depositada na nova geração de cientistas.
O encerramento ficou por conta de uma apresentação cultural de músicas regionais que deram o tom de acolhida.
EcoCaminhada 2025 - na sexta-feira (12), a integração prosseguiu com a 9ª Ecocaminhada do Programa Qualidade de Vida do Inpa, em comemoração aos 10 anos do programa, reunindo centenas de participantes para a prática de atividades físicas. O trajeto percorreu as principais vias do Bosque da Ciência, passando pelos Tanques do Peixe-boi, Ilha da Tanimbuca, Trilha Suspensa, Lago das Tartarugas, Centro de Estudos dos Quelônios da Amazônia e Lago dos Jacarés, reforçando o compromisso do instituto com bem-estar, saúde e contato com a biodiversidade amazônica.
A Ecocaminhada contou com a parceria da Fipecq Vida, GEAP Saúde, ASSINPA, Laboratório de Alimentos e Nutrição, COATL e Bosque da Ciência.