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Inpa e Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas formalizam acordo de cooperação técnica
Parceria reforça atuação conjunta entre pesquisa científica e políticas públicas de saúde no Estado. Foto: Carol Sackser- Ascom Inpa.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) assinaram um acordo de cooperação técnica entre as instituições. O termo formaliza uma parceria que já existe há anos e prevê áreas de atuação na saúde como monitoramento epidemiológico, identificação de microrganismos em nível genético e formação profissional, desde técnicos até pós-graduando.
A formalização do acordo é importante porque garante estrutura para projetos futuros, com regras claras, facilita o compartilhamento de amostras, dados e equipamentos e reforça o compromisso das instituições de transformar pesquisa científica em ações de proteção à saúde. “A assinatura do acordo leva essa relação para outro nível, tendo em vista o comprometimento do alto escalão das duas organizações”, destacou o diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira.
Para a diretora-presidente da FVS-RPC, Tatyana Amorim, o acordo evidencia o importante papel da intersetorialidade na aplicabilidade das pesquisas e das evidências científicas produzidas nas políticas públicas de saúde. “Queremos aprimorar a vigilância, a preparação e a resposta a emergências sanitárias, como dengue, malária, chikungunya e covid-19”, ressaltou.
O tecnologista do Inpa, João Vicente de Souza, que atua no Laboratório de Micologia da Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde (COSAS) explicou: “O acordo técnico é uma formalização de uma parceria que já soma cerca de 10 anos. Ele permite que todas as ações da nossa coordenação de saúde possam se beneficiar, e inclui projetos específicos, como microbiologia, com foco na formação de pessoas e utilização de equipamentos avançados, garantindo maior versatilidade no uso de amostras e informações”
“O convênio eleva a cooperação a um novo patamar, abrindo o escopo para toda a COSAS, e destravando novas frentes de pesquisa translacional. Em síntese, transformamos ciência em política pública, acelerando respostas a desafios como infecções fúngicas invasivas e a segurança do paciente no Estado”, ressaltou João Vicente.
Além de Pereira e Amorim, participaram da reunião pesquisadores do Inpa e egressos do instituto, Walter Oliva , Evelyn Campelo e Vanessa Pinheiro, o que reforça o papel do Instituto na formação de profissionais que hoje ocupam posições estratégicas no Amazonas, como na área de vigilância em saúde. O Instituto possui nove programas próprios de pós-graduação, dos quais 70% dos egressos que fazem mestrado e doutorado na instituição permanecem na Amazônia.
O acordo também abre caminho para ações futuras, como a realização de um simpósio sobre o nexo clima-saúde, previsto para o próximo ano, que discutirá o impacto de eventos climáticos extremos na saúde da população amazônica.
Estudos
Ao longo da trajetória de cooperação, a parceria entre Inpa e FVS-RCP formou pessoal qualificado. O mestrado de Vivian Pereira (HUGV) investigou sepse por Candida em recém-nascidos; o mestrado de Vanessa Pinheiro (PPGCF-UFAM) caracterizou a presença de Candida em superfícies de UTIs em Manaus; o doutorado de Walter Segundo (Rede Bionorte/FVS) fortaleceu protocolos de vigilância e identificação genética de microrganismos e o atual mestrado da Evelyn Campelo (PPGCF-UFAM) investiga a sensibilidade a antifúngico em casos graves de candidemia (Candida sp. no sangue).
Os resultados desses e outros estudos produziram evidências científicas com impacto direto na vigilância de leveduras em ambiente hospitalar e no enfrentamento da candidemia no Amazonas. Os estudos também subsidiaram políticas estaduais de aquisição de antifúngicos baseadas em evidências, otimizaram fluxos entre laboratório e assistência e qualificaram decisões clínicas.