Notícias
Inpa assina Carta de Belém para fortalecer a ciência amazônica rumo à COP30
A elaboração e assinatura do documento reuniu universidades e institutos para propor soluções científicas e socioambientais para a região amazônica. Banner: Kaylane Golvin- Ascom Inpa.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) assinou a “Carta de Belém” durante o encontro “Conexões Amazônicas: ciência em rede para a COP30”, realizado na última semana de setembro na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém (PA). O documento propõe ações para monitoramento da biodiversidade, transição sustentável da agricultura, resiliência urbana, fortalecimento da bioeconomia e combate ao racismo ambiental, valorizando povos e comunidades tradicionais na agenda climática.
A participação do Inpa ocorreu por meio do Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (Cenbam) e do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Ocidental (PPBio AmOc), com a colaboração de universidades, institutos de pesquisa, centros de inovação, organizações comunitárias e parceiros internacionais comprometidos em propor soluções alinhadas aos eixos estratégicos da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil.
De acordo com a pesquisadora do Inpa, Clarissa Rosa, representante do instituto no evento, a participação na elaboração da Carta reforçou a trajetória do Inpa na articulação e a presença científica em diferentes territórios da região. “Foram discutidos pontos de sinergia e integração dos projetos, desafios e possíveis soluções. Todos os participantes puderam contribuir com sugestões, e o documento teve grande foco no fortalecimento das instituições e da pesquisa da Amazônia e dos amazônidas”, explicou.
“A contribuição do Cenbam foi fundamental, pois essa é a maior estrutura de monitoramento da sociobiodiversidade que temos na Amazônia e é uma iniciativa do Inpa, iniciada há mais de 20 anos. Nessas redes, o instituto é o núcleo executor, coordenando diversos núcleos regionais, que incluem Acre, Mato Grosso, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Roraima e mais recentemente o Maranhão”, acrescentou.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o Inpa vem atuando no fortalecimento da pesquisa no interior da Amazônia, tradicionalmente concentrada em Manaus e Belém, valorizando o protagonismo de pesquisadores indígenas e de comunidades tradicionais.
O encontro foi encerrado com a leitura coletiva da Carta de Belém, simbolizando o compromisso conjunto com o fortalecimento da pesquisa amazônica.
Inpa e contribuições para a Cop30 (Leia aqui)
No último mês de agosto, o Inpa e a comunidade científica da Amazônia entregaram um documento ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus. O material foi construído no período de dois meses de maneira coletiva e colaborativa por meio de um “mutirão científico” envolvendo mais de 70 instituições e destaca a importância da ciência e dos saberes tradicionais para orientar políticas climáticas com justiça socioambiental e desenvolvimento sustentável na região.

