Imersão em expedições científicas do Inpa é destaque em comemoração dos 30 anos do Bosque da Ciência

Final de semana dos 30 anos do Bosque da Ciência. Foto: Camila Barbosa- PCE/Inpa.

A programação especial do aniversário de 30 anos do Bosque da Ciência, espaço de educação ambiental e popularização da ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), levou conhecimento científico e diversão para mais de 5 mil visitantes de 2 a 6 de abril. Foram realizadas mais de 50 atividades, entre exposições, oficinas, jogos e teatro, apresentando os estudos de laboratórios, projetos e grupos de pesquisa do Inpa, instituição com 70 anos de trajetória científica na Amazônia. 

Para o Chefe do Bosque, Jorge Lobato, a semana de aniversário foi um sucesso e reforçou o papel do Bosque como um espaço valioso para o aprendizado e o compartilhamento de conhecimentos. “Agradecemos a todos os pesquisadores, técnicos, jornalistas, bolsistas, alunos de pós-graduação e colaboradores que se dedicaram para que essa semana se tornasse realidade e para as atividades refletirem a nossa paixão pela ciência e pela educação”, declara Lobato.

A bióloga Natália Kruklis, brasiliense que está de férias com a família em Manaus, ficou encantada com a beleza do espaço de visitação e com o fato de poder conhecer uma amostra da biodiversidade Amazônica no coração de Manaus. O Bosque é o primeiro parque verde urbano de Manaus aberto ao público e está localizado em plena área central da cidade.

“É muito bonito, essa biodiversidade, essa riqueza que a gente vê de árvores, de animais. O Bosque é um bom espaço para ensinar sobre conservação. As crianças desde pequenas podem aprender a apreciar isso, é uma grande oportunidade”, afirma. 

Interação 

Biólogo Chico do Inpa, durante a expedição cientifica no Bosque da Ciência. Foto: Camila Barbosa- PCE/Ascom.

Uma das atrações do sábado foi a “expedição científica” realizada pelo técnico do Inpa da Coleção Científica de Invertebrados, o biólogo Francisco Xavier, conhecido como Chico. Na atividade no Bosque, os visitantes puderam vivenciar um pouquinho da rotina de técnicos, pesquisadores, bolsistas e estudantes de pós-graduação durante as expedições científicas na Floresta Amazônica, dos procedimentos de campo até os instrumentos utilizados, como as armadilhas para coleta de insetos, pulsar (rede), frascos e pinças.

“A ideia é mostrar esses artrópodes em seu ambiente natural, dentro da floresta do Bosque da Ciência, e explicar sua importância para o meio ambiente e para a população”, explica Chico, que atua no Inpa desde 1987. O biólogo enfatiza que a iniciativa busca levar a ciência gerada no Inpa em uma linguagem simples e qualificada para estudantes e visitantes, promovendo a imersão na vida científica e na experiência de pesquisa na floresta. 

O objetivo é apresentar a biodiversidade da Amazônia, com destaque para os insetos, aranhas, escorpiões e outros invertebrados, que representam a maior quantidade de espécies de organismos vivos na Terra. Em parceria com os monitores do Programa Ciência na Escola (PCE), Chico montou uma exposição de artrópodes. Nela estavam a maior aranha já registrada, o maior besouro e a mariposa com a maior envergadura de asas, exemplares que compõem a coleção de Insetos do Inpa. 

“O Bosque da Ciência é uma vitrine para as pesquisas do Inpa. Para preservarmos e termos conhecimento dessa biodiversidade, para valorizarmos a riqueza biológica da Amazônia, precisamos acessar esse conhecimento. Na nossa exposição visual e prática,  buscamos compartilhar isso com as pessoas que passaram por aqui”, diz o biólogo. 

Programa Ciência na Escola 

Teatro de fantoche sobre a história do Bosque com os monitores do PCE. Foto: Fernanda Reis- Ascom Inpa.

Com o PCE os visitantes interagiram com a ciência de maneira lúdica, por meio de brincadeiras, peças de teatro, oficinas e esportes como a caminhada ecológica e a prática do slackline. Neste esporte de aventura, que desafia o participante a se equilibrar numa fita amarrada entre as árvores do Bosque,  os monitores do PCE inserem na mediação informações sobre animais arborícolas e suas estratégias de equilíbrio para viver entre os galhos das árvores.    

O coordenador-geral do PCE, Roberto Bianco, explica que as atividades do programa foram pensadas para promover a educação ambiental sobre o meio ambiente, mas principalmente a respeito de animais como as aranhas que podem aparecer nas residências das pessoas e são vistas como ameaças, porém podem atuar como controladoras de pragas. “Nossa missão aqui é promover a educação ambiental e a popularização do conhecimento científico gerado pelo na Amazônia, mais especificamente”.

Adultos e crianças ficaram encantados ao interagir com a fauna amazônica e tirarem suas dúvidas e curiosidades com os monitores do PCE. “O público estava extremamente animado e curioso. Foi muito gratificante ver o entusiasmo de todos e o quanto o público aproveitou esse momento de aprendizado”, conta Leila Andrade, monitora do Programa Ciência na Escola. 

Homenagens

O Senador Omar Aziz solicitou Voto de Aplauso para o Bosque da Ciência na sessão do Senado Federal do dia 27 de março, pelo “excepcional trabalho” desenvolvido em “favor da educação, da pesquisa e da preservação ambiental em Manaus”. Na justificação, um trecho do documento diz o seguinte: “Ao longo dessas três décadas, é incomensurável a contribuição dessa instituição para, em especial, a nossa linda cidade de Manaus, mas também para o estado do Amazonas e para o Brasil. Sendo assim, não podíamos deixar de agradecer e homenagear o Bosque da Ciência por seu exímio trabalho em favor da educação, da pesquisa e da preservação ambiental em Manaus, proporcionando uma experiência única com a natureza, popularizando a ciência e enriquecendo a cultura e o bem-estar de moradores locais, escolas e turistas.”

Estão agendadas duas sessões solenes em homenagem ao Bosque. No dia 15 de abril será na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e no dia 08 de maio na Câmara Municipal de Manaus.