Notícias
Diversão e conhecimento marcam Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Inpa
Com mais de 100 atividades, a programação gratuita aproxima escolas, famílias e visitantes à pesquisa, reforçando o papel científico e social do evento e do instituto na Amazônia. Foto: Kaylane Golvin- Ascom Inpa.
Curiosidade, diversão e aprendizagem marcam a programação da 22ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). A instituição está de portas abertas ao público até esta quinta-feira (23) com mais de 100 atividades entre exposições, oficinas, jogos, palestras e visitas a laboratórios de pesquisa. A SNCT teve início na terça-feira (21). Ver programação completa.
O diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, reafirmou o compromisso do instituto com a sociedade ao abrir os campi à população. “A SNCT é uma oportunidade para aproximar a ciência da sociedade, derrubar mitos e fortalecer a confiança pública na ciência. Esses três dias são muito especiais para conhecermos de perto as pesquisas que o Inpa realiza sobre ecossistemas aquáticos, biodiversidade, clima, alimentação, saúde, tecnologias e educação ambiental”, comemorou.
Com sete décadas de trajetória científica, o Inpa é uma instituição pública que se dedica a compreender, valorizar e proteger a maior floresta tropical do planeta, a Amazônia. Atua na capacitação de pessoas, produção de tecnologia e inovação e no compartilhamento de conhecimentos e experiências que revelam o valor da ciência feita na Amazônia e pelos amazônidas.
A programação da SNCT é realizada das 9h às 12h e das 13h às 16h, no Inpa. A concentração de exposições acontece na praça da bandeira, no campus 1, localizado na avenida André Araújo, 2936, bairro Petrópolis. A entrada é gratuita, basta agendar pelo site do Bosque da Ciência, no link https://bosquedacienciaam.wixsite.com/agendamento.
Construindo memórias
Atenta ao olhar curioso do filho, de cinco anos, diante das coleções de invertebrados, a confeiteira Diana Rodrigues encontrou na SNCT uma oportunidade de colocar a criança em contato com temas que às vezes são pouco abordados na escola e de ela própria realizar um antigo desejo de conhecer o Inpa. Rodrigues conta que o filho tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e se interessa por insetos e dinossauros.
“Essa é a primeira vez que venho ao Inpa e, mesmo depois de adulta, sempre tive vontade de conhecer. Meus pais nunca se interessaram, então tudo o que eu puder fazer pelo meu filho, para que ele aprenda, desperte a sua curiosidade e crie boas memórias, eu farei”, revelou a mãe.
A mestranda do Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv/Inpa), Lissandra Sampaio, ligada ao grupo “Cogumelos da Amazônia”, compartilhou conhecimentos sobre fungos e a experiência de sua trajetória acadêmica. “Nosso grupo trouxe diferentes espécies como, os Pycnoporus, popularmente conhecido com ‘orelha de pau’, um fungo encontrado em troncos de árvores em decomposição, especialmente em regiões tropicais, e o grupo que eu estudo que são os Gasteroides – um grupo muito interessante, porque a dispersão de esporos deles é muito fácil de ser observada, parecendo uma nuvem de fumaça”, contou Sampaio.
Popularização da ciência
A participação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia possibilita o aprendizado de forma simples e interativa, além de promover o contato direto com os profissionais e estudantes da comunidade científica do Inpa, uma das mais importantes instituições científicas sobre a Amazônia. Além de pesquisadores, são expositores técnicos, e estudantes de pós-graduação dos cursos de mestrado e doutorado.
“Trouxemos 90 alunos do 7º ano para prestigiar esse evento tão importante, porque socializar a ciência e apresentar as possíveis profissões é uma forma de agregar ainda mais conhecimento ao que vemos em sala de aula, como uma oportunidade de contato direto com pesquisadores e suas pesquisas”, explicou a professora de Ciências da Escola Estadual de Tempo Integral Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista, Carolina de Sá.
O interesse por conhecer mais sobre os animais da biodiversidade amazônica e pelas profissões da carreira científica motivaram o estudante Paulo Ricardo da Silva, do 7º ano. O adolescente dedicou boa parte do seu tempo para interagir com os mediadores do Projeto Harpia, grupo que trabalha com monitoramento de ninhos de gavião-real na Amazônia e Mata Atlântica, divulgação e educação ambiental com foco na conservação da espécie que está ameaçada de extinção.
“Eu tô gostando de conhecer porque, diferente da sala de aula, a gente aprende de perto. Eu nunca tinha visto uma garra de um Gavião-real e achei a explicação muito boa. Eu não sabia, por exemplo, que a fêmea só colocava dois ovos por temporada. Eu quero voltar mais vezes aqui para aprender cada vez mais, chegar à faculdade e, quem sabe, trabalhar no Inpa”, revelou.
A exposição sobre a vida do Gavião-real, também conhecido como harpia, a maior e mais poderosa águia das Américas, conta com uma réplica em tamanho real do ninho da ave. Os ninhos de dois metros de diâmetro são feitos em árvores emergentes na floresta, posicionados em alturas acima de 35 metros.
“Temos também uma pata de Gavião-real com garras que mede nove centímetros de comprimento, penas, ossos de presas da dieta alimentar - como macacos e preguiças, além de vídeos e outros materiais ilustrativos para falar da importância da ave de topo de cadeia na manutenção da floresta amazônica”, contou a pesquisadora do Projeto Harpia, Helena Aguiar.
Oficinas e visitas aos laboratórios
Nesta edição, o evento reúne mais de 30 grupos, projetos e laboratórios do instituto, além de importantes parceiros, consolidando-se como um espaço de divulgação científica e de diálogo do Inpa com a sociedade. A programação inclui visitas a nove laboratórios, como Coleções Zoológicas, Laboratório Temático de Biologia Molecular, Centro de Estudos dos Quelônios da Amazônia (Cequa) e oficinas dentre as quais bordados com elementos naturais, Sabores da floresta - receitas sem glúten e sem lactose, Um dia de cientista - explorando a ecotoxicologia Aquática na Amazônia e Escrita científica e normalização de projetos com inteligência artificial. Na quinta (23), acontecerá uma sessão especial dos Seminários da Amazônia, com palestras de 20 minutos, com transmissão pelo canal no YouTube/@INPAdaAmazonia.
Veja a programação dos seminários.
Desfile de abertura
O desfile de abertura foi realizado por 80 alunos da Escola Estadual de Tempo Integral Bilíngue Djalma da Cunha Batista, que encantaram o público com muita energia e entusiasmo. Acompanhados pela Banda de Música do Comando do 9º Distrito Naval, os estudantes percorreram o trajeto da portaria das esculturas até a Praça da Bandeira com a presença do mascote “Bosquinho” que deu o tom do clima de celebração da ciência.





