Da bioeconomia às ameaças - Inpa e mais sete institutos da Pan-Amazônia unidos pelo desenvolvimento sustentável

Os oito institutos de pesquisa e inovação em biodiversidade da Pan-amazônia integrantes da Rede BioAmazonia, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), participam de debates, exposições e lançamento de obras do projeto em eventos da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30).

As ações da Rede Bioamazonia acontecem prioritariamente de 10 a 15 de novembro, na Estação Amazônia Sempre, espaço organizado pelo Banco Interamericano (BID) no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém (PA). Mas as atividades da Rede são abrangentes e a iniciativa também marca presença em eventos temáticos na Zona Azul e na Zona Verde.

"A Rede é um consórcio de instituições que visam fortalecer a cooperação científica e contribuir para a sustentabilidade da Amazônia. Na COP, estamos em oito eventos temáticos, com ênfase de participação do Inpa no eixo 'Conflitos e ameaças à biodiversidade'. Também estamos promovendo um evento para cada um dos quatro focos que compõem nossa agenda", detalhou o diretor do Inpa, Henrique Pereira, que é vice-coordenador da Rede Bioamazonia. A presidente é a diretora do Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas (Sinchi/ Colômbia), Luz Marina Cárdenas.

Em espaço aberto do Parque Zoobotânico do MPEG, a Rede Bioamazonia está com a mostra fotográfica “Amazônia a Olhos Vistos”, de 10 a 21 de novembro, e lançará no dia sábado (15) sua primeira publicação institucional Caminhos para a Ciência Pan-Amazônica, reafirmando o compromisso das instituições amazônicas com a agenda global de enfrentamento às mudanças climáticas.

A publicação leva o selo da Editora Inpa e reúne notas conceituais elaboradas de forma coletiva por pesquisadores e especialistas da Rede, que expressam um uma visão compartilhada sobre quatro eixos de atuação: Bioeconomia, Sistemas de conhecimento e governança local, Conhecimento e gestão da biodiversidade e Conflitos e ameaças. A coletânea explora conceitos, identifica lacunas científicas e propõe recomendações dentro de uma perspectiva sistêmica e pan-amazônica.

Exposição "Amazônia a Olhos Vistos"

Um dos destaques da programação será a exposição fotográfica “Amazônia a Olhos Vistos”, que traz imagens captadas por fotógrafos membros da Rede, sob a curadoria de João Valsecchi do Amaral e Miguel Monteiro, ambos do Instituto Mamirauá. As fotografias convidam o público a refletir sobre as crescentes ameaças sobre a Amazônia e as soluções que são desenvolvidas pelas organizações que integram a Rede Bioamazonia.

As fotos mostram os impactos que as mudanças climáticas e as atividades humanas têm sobre os ecossistemas, a biodiversidade e as comunidades tradicionais da Amazônia. Duas fotografias do Inpa compõem a exposição, que tem entrada gratuita e fica aberta ao público até o dia 21. Uma delas é de autoria do pesquisador Jochen Schöngart, do Grupo de Pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (GP Maua), que mostra uma floresta morta de igapó no rio Uatumã, jusante à barragem de Balbina, no Amazonas. A outra imagem é do jornalista Lucas Batista, ex-integrante da Assessoria de Comunicação (Ascom Inpa), que apresenta a Coleção Científica Biológica de Invertebrados do instituto.

Sobre a Rede

A Rede Bioamazonia é um instrumento regional com a missão de fortalecer a cooperação transfronteiriça, integrar as capacidades de pesquisa e inovação em biodiversidade e estimular a bioeconomia amazônica como alternativa ao modelo extrativista convencional.

Criada em 2024, a Rede Bioamazonia foi motivada pelo momento único que requer um enfrentamento das diversas crises e mudanças rápidas que estão alterando dramaticamente as condições de vida do planeta e, em particular, na Amazônia.