História do Laboratório AGROECO – INPA
O Laboratório de Capacidade de Suporte Humano e Agroecossistemas (AGROECO) teve origem no final da década de 1970, a partir das pesquisas do Dr. Philip M. Fearnside, hoje um dos cientistas mais citados do mundo em estudos sobre a Amazônia no contexto das mudanças climáticas. A criação do laboratório foi inspirada em sua tese de doutorado, concluída em 1978, intitulada “Estimation of Carrying Capacity for Human Population in a Part of the Transamazon Highway Colonization Area of Brazil”. Esse trabalho pioneiro estabeleceu as bases teóricas e metodológicas para estimar a capacidade de suporte humano em agroecossistemas tropicais, tema inovador à época.
Ao ingressar no quadro de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em 1978, o Dr. Fearnside deu início a uma trajetória contínua de estudos sobre impactos do desmatamento, limitações da produtividade agropecuária e cenários de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Nos anos 1980, o laboratório consolidou um grupo de pesquisadores recém-chegados ao INPA — entre eles Newton Leal, Fernando Rodrigues, Paulo Maurício Graça e Reinaldo Barbosa — que expandiram as pesquisas para temas como erosão do solo em áreas agrícolas, eficiência da queima de biomassa e estimativas de biomassa florestal, contribuindo para os primeiros diagnósticos sobre mudanças ambientais decorrentes do desmatamento. Poucos anos depois, em 1991, juntou-se ao grupo o técnico Raimundo Barbosa Matos, o primeiro e único técnico do laboratório, cuja dedicação exemplar e atuação contínua até os dias atuais têm sido essenciais para o funcionamento, a memória e o êxito das atividades científicas ao longo de mais de três décadas.
Na década de 1990, o AGROECO ampliou sua atuação ao abordar o ciclo global do carbono e introduzir a discussão sobre a valoração dos serviços ambientais da floresta amazônica, propondo formas de desenvolvimento sustentável para populações rurais — uma ideia que, hoje, é central em políticas de mitigação climática.
A partir de 2009, com a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Serviços Ambientais da Amazônia (INCT SERVAMB), o laboratório ganhou novo impulso e estrutura colaborativa, conectando o INPA a outras instituições de pesquisa e ensino do Brasil e do exterior. Essa fase marcou o desenvolvimento de novas linhas de investigação, como modelagem do uso da terra, modelagem climática e análise da degradação florestal por fogo e exploração madeireira via sensoriamento remoto.
Os resultados do SERVAMB foram decisivos para quantificar os impactos humanos sobre os serviços ambientais amazônicos, integrando ciência, tecnologia e políticas públicas.
Mais recentemente, em 2024, o laboratório passou a integrar o novo INCT Valor Ambiental da Amazônia, ampliando seu foco para a modelagem do desmatamento e do clima, incorporando estudos sobre os efeitos de eventos climáticos extremos nos serviços ecossistêmicos da região.
A trajetória do Laboratório AGROECO reflete mais de quatro décadas de pesquisa pioneira sobre sustentabilidade, desmatamento e serviços ecossistêmicos na Amazônia. Desde sua origem nos anos 1970, o grupo vem contribuindo com modelos e diagnósticos que integram ciência, sociedade e políticas públicas, consolidando uma linha contínua de pesquisa sob a coordenação de seu fundador desde a criação.
Vida no AGROECO: Ciência, Colaboração e Amizade
A vida no Laboratório AGROECO vai muito além dos experimentos, relatórios e modelagens.
Aqui, a ciência caminha junto com a colaboração e a amizade, em um ambiente que valoriza tanto o rigor científico quanto as relações humanas que tornam possível cada conquista.
No dia a dia do grupo, é comum ver pesquisadores e estudantes trocando ideias nos corredores, revisando artigos em conjunto ou planejando coletas de campo na floresta. Essa rotina de trabalho coletivo e aprendizado contínuo reflete o espírito que move o AGROECO desde sua fundação: produzir conhecimento com propósito, comprometido com a Amazônia e com as pessoas que dela dependem.
As campanhas de campo pelas BR-319 renderam histórias memoráveis, que misturam ciência, imprevistos e bom humor.
Quem já participou de uma campanha sabe que carro atolado, pneu furado fazem parte da rotina tanto quanto os instrumentos de coleta ou os notebooks de dados.
Entre os perrengues, risadas e longas viagens, surgem os momentos mais marcantes — aqueles que fortalecem o espírito de equipe e lembram por que fazemos o que fazemos.
Cada saída de campo é uma experiência única: estudar a floresta em áreas remotas, enfrentar estradas e, ao fim do dia, compartilhar uma refeição simples sob o som da mata.
Essas vivências moldam a identidade do AGROECO e nos conectam profundamente com o território que estudamos.
São histórias de dedicação e pertencimento, que mostram a Amazônia como ela é vivida por quem a estuda — em toda a sua beleza, complexidade e imprevisibilidade.
É essa combinação de ciência, cooperação e amizade que faz do AGROECO um espaço único, onde o conhecimento e a vida se encontram por amor à Amazônia.
Entre os momentos mais marcantes estão as reuniões de grupo, as saídas de campo, participação em simpósios e congressos e as comemorações internas. Essas ocasiões celebram não apenas sua contribuição científica inestimável, mas também a trajetória compartilhada de todos que, ao longo dos anos, construíram o legado do AGROECO.
A vida no AGROECO acontece na estrada e na floresta, entre planilhas, mapas e modelos. Grande parte dos nossos estudos nasce no coração da Amazônia, onde rios hidrológicos e voadores se encontram em um mesmo ciclo vital de água, floresta e atmosfera. São pesquisas realizadas em locais remotos — mas que, ao mesmo tempo, nos aproximam do centro pulsante do ecossistema amazônico e do entendimento profundo de suas dinâmicas.
FALE CONOSCO
Conheça mais sobre nossa equipe e projetos acessando o espelho do grupo no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq):
🔗 dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5183223292565980
Lá você encontrará informações detalhadas sobre os pesquisadores, linhas de pesquisa, publicações e projetos que integram o grupo.
📍 Coordenação:
Laboratório Agroeco – Prédio 149, INPA Campus III
Localização: Ver no mapa
📧 Contato:
agroeco.inpa@gmail.com
🌱 Redes sociais:
Siga nossas atualizações e novidades: instagram.com/agroeco.inpa
💡 Conecte-se conosco e acompanhe as iniciativas que integram ciência, floresta e sociedade na Amazônia.


