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CONHECIMENTO NUCLEAR PARA TODOS
Trabalho de Iniciação Científica do IEN/CNEN conquista o Prêmio CNEN 2025
Hilary da Silva Lima, aluna de iniciação científica e bolsista do Laboratório de Realidade Virtual do IEN/CNEN, vencedora do Prêmio CNEN 2025. Foto: Gledson Júnior
Durante a cerimônia de aniversário de 69 anos, marcada para o próximo dia 10 de outubro, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) entregará aos vencedores das categorias de Iniciação Científica, Pós-Graduação Lato Sensu, Mestrado Profissional, Mestrado Acadêmico e Doutorado o Prêmio CNEN 2025. Na lista de trabalhos produzidos pelas unidades técnico-científicas pertencentes à Comissão e que receberão esse reconhecimento, encontra-se o projeto de autoria de Hilary da Silva Lima, representando o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN).
Sob a orientação do Dr. Cláudio Henrique dos Santos Grecco, professor permanente no programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares do IEN/CNEN, Hilary se sagrou na categoria de Iniciação Científica com o trabalho “Museu do Conhecimento Nuclear e Divulgação Científica: A Contribuição do IEN na História da Ciência e Tecnologia Brasileira”.
Esse trabalho se dedica a divulgar na comunidade científica o projeto pioneiro no Brasil do Museu Virtual do Conhecimento Nuclear (MCNuc), desenvolvido pelo Laboratório de Realidade Virtual do IEN/CNEN, e que em 2024 recebeu a nota máxima de avaliação (5,00) do edital voltado para a recuperação e preservação de acervos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
De acordo com Hilary, a iniciativa para produzir essa pesquisa surge quando o seu orientador, ao participar de eventos de divulgação científica, relatou a dificuldade de estabelecer um diálogo sobre ciência nuclear e o quanto as pessoas, em geral, se declinavam quando o assunto era colocado em pauta.
“O projeto do Museu de Conhecimento Nuclear dialoga de maneira simples e clara sobre a ciência nuclear fazendo com que as pessoas compreendam a verdadeira importância dela em nossas vidas. É dessa forma que reduzimos a distância entre o conhecimento sobre energia nuclear e suas aplicações e a sociedade, mostrando às pessoas que ambos fazem parte do nosso cotidiano”, afirmou Hilary.
A aluna acrescenta que a condução do professor Cláudio Grecco para a construção dessa tese e o trabalho de 20 anos exercido pelo Laboratório de Realidade Virtual do IEN/CNEN nessa seara possibilitaram que o estudo estivesse com a qualidade almejada por ela e que passasse por menos barreiras ao longo de sua execução, já que Hilary integra o time de bolsistas desse laboratório.
A trajetória de amor pela ciência até o Prêmio CNEN

- Hilary Lima apresentando o efeito holográfico no espaço de visitações do Laboratório de Realidade Virtual, inaugurado em julho no IEN/CNEN. Foto: Gledson Júnior.
Natural do município de Santo Antônio do Jardim, no interior do Estado de São Paulo, com população estimada de 6.237 habitantes, Hilary conta que o incentivo vindo da família e a qualidade do ensino público, a qual teve acesso, permitiram, que ela vislumbrasse a deixar essa pequena cidade para buscar a formação acadêmica na área nuclear:
“Minha mãe, faxineira, e meu pai, que era saqueiro de café, sempre me ensinaram que o estudo muda a vida da gente, e que a educação é a melhor herança que eles poderiam me deixar. Foi assim que eu cresci, sabendo que seria estudante, universitária, acadêmica, pesquisadora e uma futura profissional de excelência”.
O interesse pela área nuclear surgiu ainda na infância, durante sua formação escolar, quando conheceu a história da cientista polonesa Marie Curie, responsável pelos primeiros estudos no mundo sobre radioatividade e primeira mulher a vencer o Prêmio Nobel em duas áreas distintas da Ciência: Física e Química. Nos anos finais do ensino médio, a estudante se aprofundou sobre a carreira de engenheiros nucleares e se viu apaixonada por esse ofício: “Acredito que o fato de que a partir de uma coisa tão pequena (o átomo) se poder fazer grandes coisas (energia, irradiação, radiofármacos) já é algo fascinante por si só”.
Atualmente, além de ser aluna de iniciação científica no IEN/CNEN, também é formada como técnica em eletrônica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), é graduanda em Engenharia Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Conselheira Executiva da Liga Acadêmica de Computação da Escola de Química da UFRJ e Presidente da American Society of Mechanical Engineers (ASME UFRJ). Com essa bagagem, Hilary iniciou, há cerca de dois anos, a produção do trabalho sobre o Museu do Conhecimento Nuclear, laureado com a premiação concedida pela CNEN:
“Acredito que meu trabalho se destaca por alcançar a sociedade de forma tão leve e duradoura, uma vez que conseguimos nos alinhar a um dos objetivos do IEN/CNEN que é ‘impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico da área nuclear, além de gerar e transferir conhecimento e tecnologia para os setores público e privado, beneficiando a sociedade como finalidade’, e isso é exatamente o que o projeto faz”, afirma Hilary.
A acadêmica afirma que o reconhecimento vindo do principal órgão de pesquisa em ciência nuclear do país reforça que está no caminho certo rumo à carreira de engenheira nuclear. Além disso, existe a expectativa de que a premiação impulsione o projeto do Museu Virtual do Conhecimento Nuclear a chamar a atenção de outras instituições de ensino, tornando-o acessível em escolas, universidades e em outros ambientes de ampla circulação de pessoas, contribuindo para que essa área da ciência seja difundida para as atuais e futuras gerações.
Vale lembrar que na edição do ano passado do Prêmio CNEN, o IEN/CNEN havia vencido na categoria Mestrado Acadêmico, com o trabalho “Previsão do deslocamento de pluma radioativa”, do aluno Marcos Antônio Gonçalves da Silva Filho, orientado pelo pesquisador Dr. Claudio Márcio do Nascimento Abreu Pereira.
Confira o trabalho completo de Hilary Lima no documento em anexo abaixo.
Escrito por: José Lucas Brito (SETCOS/ IEN)