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CNEN reafirma segurança operacional da Usina Nuclear de Angra 2 e destaca rigor da fiscalização no setor nuclear
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) reafirma que a Usina Nuclear de Angra 2 opera dentro das condições previstas em seu projeto e que o evento noticiado recentemente não compromete a segurança da instalação, tampouco representa risco para a população ou o meio ambiente.
Conforme já informado pelo operador da usina, a perda de estanqueidade identificada é inferior a 1 litro por dia, estando plenamente dentro das especificações de segurança do projeto da usina. Em 2010, condição semelhante foi observada e monitorada durante todo o ciclo de operação da instalação, sem violação das condições de segurança.
As ações em ambas as ocasiões foram e continuam sendo conduzidas de acordo com procedimentos padronizados, previamente aprovados pelo fabricante da usina e pelo órgão regulador, assegurando que qualquer eventualidade seja prontamente gerenciada, sem comprometer a segurança operacional.
A CNEN mantém fiscalização permanente sobre a operação das usinas nucleares do país por meio de sua inspetoria residente, localizada no Distrito de Angra dos Reis (DIANG), e demais unidades. Atualmente, cinco inspetores altamente qualificados estão dedicados exclusivamente à supervisão contínua das atividades da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, onde se encontram Angra 1 e Angra 2.
Esses profissionais acompanham em tempo real a operação das usinas, avaliando dados, inspecionando sistemas e garantindo que todas as atividades sejam conduzidas de acordo com os mais rígidos padrões de segurança nuclear. Em complemento, uma equipe com 33 especialistas atua no processo de licenciamento das usinas nucleares.
Além dessa atuação, a CNEN mantém um sistema de fiscalização abrangente, com um corpo técnico altamente qualificado composto por cerca de 250 fiscais experientes. A instituição atua de forma permanente no licenciamento e controle de mais de 4 mil instalações que utilizam materiais nucleares e radioativos em todo o país.
Esse trabalho inclui, além das usinas nucleares, aplicações médicas, industriais, minero-industriais, depósitos de rejeitos e atividades de transporte de material nuclear e radioativo, além da supervisão de aspectos relacionados à segurança física dessas operações.
As usinas nucleares são projetadas com múltiplos sistemas redundantes de segurança, seguindo padrões internacionais rigorosos para garantir a proteção da instalação e do meio ambiente. Em Angra 2, por exemplo, diversos mecanismos atuam em camadas sucessivas para prevenir e mitigar qualquer eventual falha.
No caso específico da perda de estanqueidade reportada, o sistema de vedação do vaso do reator conta com dois selos concêntricos, sendo que apenas um deles é suficiente para garantir a estanqueidade.
Além disso, há sensores continuamente monitorando a integridade desses componentes e um sistema de drenagem que acusa qualquer liberação para além dos limites estabelecidos pelo projeto permitindo uma ação corretiva por parte do operador.
Esse princípio de redundância se estende a outros sistemas da usina, incluindo o resfriamento do reator, alimentação elétrica e controle de reatividade, assegurando que múltiplas barreiras de proteção estejam sempre operacionais para manter a segurança da instalação.
Diante desse cenário, a CNEN reforça que a segurança nuclear no Brasil é conduzida com absoluto rigor técnico e alinhada às melhores práticas internacionais. Como autoridade reguladora do setor, cabe exclusivamente à CNEN avaliar, monitorar e determinar as ações necessárias para garantir a operação segura das instalações sob sua fiscalização.
A sociedade pode ter plena certeza de que o Brasil dispõe de um órgão regulador rigoroso e incansável em sua missão de zelar pela segurança nuclear, garantindo a proteção da população e do meio ambiente com transparência e responsabilidade.
Fonte: Cocom/ CNEN