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Bolsistas do IEN/CNEN receberão premiação da Alerj
Deputada Dani Balbi conhecendo o trabalho do Laboratório de Nanorradiofármacos do IEN/CNEN. Foto: Gledson Júnior
O Gabinete da deputada estadual do Rio de Janeiro Dani Balbi (PCdoB) selecionou duas bolsistas do Laboratório de Nanorradiofármacos do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN) para receberem o Prêmio “Mulheres que Florescem na Ciência”: Jéssica Faria e Natália Cristina da Silva. A entrega dessa premiação está marcada para o dia 24 de novembro, no campus do Maracanã da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Essa premiação visa celebrar e reconhecer o trabalho de cientistas que contribuem significativamente em suas áreas de estudo, inspirando novas gerações e fortalecendo uma produção científica inclusiva e diversa.
As pesquisadoras ainda foram convidadas pela parlamentar para conduzirem a avaliação sobre o grupo de trabalho de outras pesquisadoras que se inscreveram no seminário voltado a Gênero e Saúde, que acontecerá no dia 25 deste mês.
“Essas duas jovens simbolizam a força da nova geração de cientistas brasileiras — meninas que, apesar das adversidades, se afirmam na pesquisa com excelência, curiosidade e coragem. Conceder essa premiação é uma forma de valorizar trajetórias que representam o futuro que queremos para a ciência fluminense: diverso, inclusivo e comprometido com o desenvolvimento nacional. Ao reconhecer o talento de pesquisadoras que surgem em instituições públicas, reafirmamos o papel transformador da educação e da pesquisa pública como motores da soberania científica do país”, afirma a deputada Dani Balbi.

- Dr. Ralph Santos-Oliveira explicando sobre as terapias desenvolvidas no Laboratório de Nanorradiofármacos à deputada Dani Balbi. Foto: Gledson Júnior
O convite para esse premiação concedida no âmbito da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) surgiu após Dani Balbi realizar uma visita ao Laboratório de Nanorradiofármacos no fim de agosto, oportunidade em que o Dr. Ralph Santos-Oliveira, coordenador desse setor, lhe apresentou alguns dos estudos e terapias que estão em desenvolvimento, como o tratamento com radioemboluização utilizando microesferas a partir de vidro reciclado, que atenderá pacientes com câncer de fígado sem a necessidade de cirurgia.
Essa pesquisa inédita e totalmente nacional, além de aproveitar as microesferas a partir de vidro reciclado, material abundante no Brasil, também realizou a dopagem de microesferas com Hólmio-166 (166Ho), identificando a capacidade de uso desse radioisótopo em terapias oncológicas, possibilitando sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a redução dos custos a esse tratamento.
Outra pesquisa do Laboratório de Nanorradiofármacos que também despertou o interesse da deputada foi a que utiliza nanopartículas de ouro-198, com potencial para tratar o câncer de pulmão e a artrite reumatoide.
“O Instituto de Engenharia Nuclear é um patrimônio científico do Brasil. Sua contribuição para a formação de jovens pesquisadoras é inestimável. O IEN/CNEN alia excelência técnica à missão social de democratizar o acesso às ciências nucleares, promovendo oportunidades que rompem barreiras de gênero e classe”, acrescenta Dani Balbi.
O desenvolvimento dessas terapias ocorre por meio dos estudos e empenho da equipe de bolsistas que compõem esse laboratório. Entre eles, Jéssica Faria, bacharel e mestre em Genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutoranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP no Programa de Fármacos e Medicamentos, onde o Dr. Ralph também é credenciado. Por quatro anos, fez parte do Laboratório de Biotecnologia e Bioengenharia Estrutural do Instituto de Biofísica da UFRJ, onde atuou, durante a pandemia da Covid-19, na produção biotecnológica de proteínas utilizadas em kits de testes rápidos, o que permitiu, segundo ela, aprimorar técnicas de biologia molecular e celular.
Desde 2024, Jéssica faz parte do Laboratório de Nanorradiofármacos do IEN/CNEN, etapa em que considera relevante para a sua carreira profissional e determinante para o seu ingresso no doutorado em Ciências na Universidade de São Paulo (USP), onde desenvolve um projeto que une nanotecnologia e políticas públicas em busca de novas estratégias terapêuticas para a tuberculose.
Já Natália Cristina da Silva, que também será premiada pelo gabinete da deputada Dani Balbi, formou-se em biologia pela Universidade Castelo Branco, fez mestrado em neurobiologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especializou-se em neurobiologia celular e molecular, investigando vias de sinalização na retina em desenvolvimento.
Pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou os seus estudos em nanotecnologia aplicada à saúde e, na sequência, realizou doutorado em Radioproteção e Dosimetria pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde desenvolveu um estudo sobre nanomicelas de taurina radiomarcadas como abordagem teranóstica para o Alzheimer. Seu ingresso no Laboratório de Nanorradiofármacos ocorreu através da bolsa de doutorado Nota 10, da Faperj.
Também pela Faperj, o IEN/CNEN foi contemplado com duas bolsas no edital do “Programa Jovens Talentos 2025”, tendo o Dr. Ralph Santos-Oliveira como proponente, destinadas a alunas matriculadas no ensino público do Rio de Janeiro, com o objetivo de incentivar os estudantes do estado a desenvolverem pesquisas científicas vinculadas às universidades públicas e/ou privadas, institutos federais de ciência e tecnologia localizados em território fluminense.
A deputada Dani Balbi lembra que a Faperj apoia um outro projeto, intitulado “Partículas de Igualdade: Integrando Meninas e Mulheres às Ciências Nucleares no Rio de Janeiro”, que visa despertar a vocação pela ciência e abrir portas para futuras carreiras científicas. Além disso, a representante da Alerj reforça a importância do Estado em investir em políticas estruturantes de incentivo à ciência, especialmente para a população feminina:
“O papel do Parlamento é garantir que projetos como esses aqui do IEN/CNEN encontrem apoio, financiamento e visibilidade, fortalecendo a presença das mulheres na ciência e ampliando a capacidade tecnológica do Rio de Janeiro”, afirma Balbi.
Escrita por: José Lucas Brito (Setcos/ IEN)

