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AMBIÊNCIA HOSPITALAR
HUSM-UFSM transfere unidades de oncologia pediátrica e transplante de medula para revitalização dos espaços
Santa Maria (RS) – O Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), transferiu temporariamente o Centro de Transplante de Medula Óssea (CTMO) e o Centro de Tratamento à Criança e ao Adolescente com Câncer (CTCriac) do térreo para o sexto andar da instituição. A mudança ocorreu para permitir a renovação física dos espaços que atendem crianças e adolescentes em tratamento oncológico. A previsão de retorno à área revitalizada é o primeiro semestre de 2026.
A iniciativa integra o projeto de extensão “Ambiência e humanização no tratamento do câncer infantil”. O projeto foi viabilizado por meio da destinação dirigida do Imposto de Renda de cidadãos de Santa Maria, com recursos repassados à UFSM por convênio firmado entre a Prefeitura Municipal e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). O valor destinado é de R$ 789.562,65.
Melhorias para segurança e cuidado
A oncopediatra do HUSM, Paula Ries, explicou que a revitalização vai além de uma atualização visual. “A renovação busca atualizar a estrutura para oferecer ainda mais segurança, prevenindo situações que possam favorecer a presença de umidade e micro-organismos, especialmente em pacientes com a imunidade fragilizada. Nosso objetivo maior é construir um ambiente saudável e sem riscos para as crianças em tratamento do câncer”, pontuou.
Entre as melhorias previstas estão:
- Revitalizações físicas: troca de pisos, renovação de banheiros, pintura, substituição de forros e modernização das salas de internação.
- Mobiliário e equipamentos: atualização de poltronas dos acompanhantes, brinquedoteca, postos de enfermagem, salas de pequenos procedimentos, salas de reuniões, computadores, televisores e instalação de internet sem fio.
- Redes e infraestrutura: renovação das redes elétrica e hidráulica, iluminação e sistemas de ventilação.
Essas ações refletem os objetivos específicos do projeto, que buscam:
- Proporcionar ambiente mais humanizado e acolhedor para crianças e adolescentes em tratamento de câncer;
- Reduzir riscos de contaminação e infecção hospitalar;
- Melhorar a experiência dos familiares e acompanhantes durante a internação;
- Oferecer condições adequadas de salubridade e conforto para profissionais que atuam nas unidades;
- Atender às expectativas dos usuários quanto a um atendimento seguro e acolhedor.
A arquiteta do HUSM, Mayara da Costa Cordeiro, ressaltou que a transferência foi planejada para proteger os pacientes durante as obras. “Foi elaborado um plano de contingência em conjunto com as áreas assistenciais e de infraestrutura para que todos fossem acomodados temporariamente de forma segura. Também foram feitas intervenções no 6º andar da torre principal do HUSM, onde funciona a Unidade da Criança e do Adolescente, para adaptar o novo local que absorveu esta demanda, priorizando sempre a saúde e segurança do paciente”, afirmou.
Impacto para pacientes e para o SUS
O serviço de Oncologia Pediátrica do HUSM existe há cerca de 30 anos e não passava por uma grande revitalização havia aproximadamente duas décadas. A ação visa garantir condições adequadas de salubridade, reduzir infecções hospitalares e melhorar o atendimento oferecido pelo Hospital, que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Além da estrutura, cuidar da ambiência ajuda a reduzir os impactos emocionais do adoecimento, tanto para as crianças quanto para os familiares e profissionais”, reforçou a oncopediatra Paula.
O médico responsável pelo transplante de medula óssea, Dr. Gustavo Fischer, destacou a relevância do serviço para além de Santa Maria. “O CTMO do HUSM é o único centro de transplante de medula óssea do interior do Estado, absorvendo todo o oeste do Rio Grande do Sul e oferecendo aos pacientes um tempo menor de espera para realizar o procedimento”, afirmou.
Segundo ele, o principal diferencial do serviço é contribuir para reduzir as filas de espera. “O principal problema do TMO no Brasil é o excesso de pacientes e as longas filas para transplante. O HUSM entra como mais um centro para oferecer o procedimento à população, com mais facilidade de acesso”, explicou.
Fischer reforçou ainda que as obras em andamento não têm caráter apenas estético. “Compreendem aspectos de infraestrutura importantes, diretamente relacionados aos cuidados do TMO. A atualização reduz áreas de mofo, rachaduras nas paredes, frestas nos vidros e infestação no mobiliário. Todas essas medidas visam diminuir possíveis focos de contato com germes ambientais, o que é essencial para pacientes imunossuprimidos”, detalhou.
Durante o período de obras, o CTMO foi transferido para o sexto andar, em uma unidade temporária. “Nessa fase, os transplantes alogênicos mais complexos foram suspensos e os casos urgentes encaminhados para outros centros. Já os transplantes autólogos, considerados menos complexos, seguem sendo realizados nas dependências do sexto andar, que, embora não ofereçam as mesmas condições do CTMO original, possibilitam a continuidade do serviço”, explicou.
O médico acredita que a revitalização representará um salto de qualidade. “Esperamos uma modernização da ambiência e melhoria dos indicadores assistenciais. Além disso, os ganhos serão sentidos tanto pelos pacientes e familiares, com maior segurança e redução da taxa de infecções, quanto pelos profissionais, que terão melhores condições de trabalho”, concluiu.
Sobre a Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires e Maria Eduarda Silva da Silva, estagiária do Curso de Jornalismo da UCR16
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh