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PLANEJAMENTO FAMILIAR
Dia Mundial da Contracepção reforça a importância do acesso a métodos seguros
Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz indica que mais de 55% das gestações no Brasil não são planejadas. Entre as adolescentes, esse índice salta para mais de 80%, trazendo riscos à saúde e impactos socioeconômicos. Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 26 de setembro como o Dia Mundial da Contracepção. Nos Hospitais Universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), profissionais trabalham para garantir que homens e mulheres escolham quando e se querem ter filhos.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma variedade de métodos contraceptivos. Os mais utilizados são a pílula anticoncepcional, o preservativo masculino, a laqueadura feminina, os anticoncepcionais injetáveis e os métodos de longa duração (LARCs). A disponibilidade dos métodos mais modernos e eficazes, no entanto, ainda pode ser vista como um desafio.
Segundo o médico ginecologista Luiz Fernando Sommacal, chefe da Divisão Médica do Hospital Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), os métodos contraceptivos atuam de diferentes formas para evitar a gravidez. Ele explica, por exemplo, que os contraceptivos injetáveis à base de progesterona têm quatro mecanismos principais: inibição da ovulação, espessamento do muco cervical, alterações no endométrio e mudanças na motilidade tubária, que dificultam o transporte do óvulo.
Em relação à eficácia, o médico destaca que os métodos mais seguros são de longa ação e independentes do uso diário. “Implantes subdérmicos de etonogestrel têm uma taxa de falha inferior a 0,1% ao ano, os dispositivos intrauterinos (DIU) hormonais menos de 0,2% e o DIU de cobre entre 0,6% e 0,8%. Já métodos definitivos, como laqueadura tubária ou vasectomia, apresentam menos de 0,5% de falha ao ano”, explica.
Sommacal ressalta ainda que os métodos podem ser indicados desde a menarca, de acordo com a necessidade contraceptiva. “Em adolescentes, costuma-se preferir o DIU hormonal ou o implante, pois são eficazes, reversíveis e não dependem de reaplicações frequentes. O injetável também pode ser utilizado, desde que haja acompanhamento médico e orientação sobre possíveis efeitos colaterais, como sangramento irregular e atraso no retorno da fertilidade após a suspensão”, afirma.
O especialista reforça que a escolha do método contraceptivo deve ser individualizada e feita em conjunto com um profissional de saúde. “Cada mulher tem necessidades e condições específicas. O mais importante é que haja informação, acesso e acompanhamento para que a decisão seja segura e adequada”, conclui.
Sobre a Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.