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SAÚDE DIGITAL
HU-Furg registra sistema digital para atendimentos da Educação Física
O GEDEFIS, registrado no INPI, qualifica a assistência de Educação Física no HU-Furg
O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), registrou, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o software Gestão de Dados da Educação Física na Saúde (GEDEFIS). Criado pelas equipes assistencial e de Tecnologia da Informação (TI), o sistema está em uso desde fevereiro de 2019 e reúne informações de pacientes atendidos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ferramenta centraliza dados clínicos e funcionais, como: anamneses, avaliações físicas, indicadores de risco cardiovascular, comorbidades, informações nutricionais, uso de medicamentos, resultados laboratoriais e prescrições individualizadas de exercício. O objetivo é facilitar a análise de cada caso, padronizar os protocolos utilizados no Hospital e melhorar a qualidade dos registros.
Da prática ao sistema
A profissional de Educação Física, Thaís Farias Collares, explicou que o projeto surgiu a partir da necessidade de substituir fichas impressas e planilhas, que dificultavam a organização dos dados. Além disso, a equipe percebeu que os softwares disponíveis no mercado eram voltados para academias e não contemplavam as especificidades do ambiente hospitalar. “Utilizávamos fichas em Word e planilhas em Excel. O GEDEFIS surgiu para organizar essas informações e gerar resultados automáticos, como composição corporal, capacidade funcional, entre outros componentes da aptidão física”, detalhou.
O sistema passou a evoluir conforme as demandas clínicas. “Sempre que surgem novas necessidades, conversamos com a TI, que ajusta e atualiza as abas do sistema”, complementou Thaís. Entre as funcionalidades em uso estão o registro de consumo alimentar, testes físico/funcionais, parâmetros de atividade física, exames, histórico clínico e informações das sessões realizadas na reabilitação.
A equipe de Profissionais de Educação Física, composta por Thaís Farias Collares, Lucélia Medeiros Lúcio e Silvia de Quadro Dorneles, também estruturou um espaço específico para registrar as sessões de exercícios realizadas durante os atendimentos ambulatoriais. Isso permite acompanhar a evolução do paciente ao longo do treinamento físico e identificar necessidades ao ser reencaminhado.
O desenvolvimento técnico foi realizado pelo analista de TI, Christian Giménez Barañano, que transformou a proposta em um sistema funcional. Ele estruturou as abas, organizou os cálculos automáticos e implementou protocolos validados, garantindo que as informações.
Segundo Christian, “O sistema possui alta disponibilidade, podendo ser acessado de qualquer terminal no hospital, por pessoal autorizado, a qualquer momento. É protegido contra perdas de dados por cópias de segurança diárias. Os dados poderão ser mantidos indefinidamente sem o perigo de corrosão por passagem do tempo como acontece em papel. E traz a possibilidade de acompanhamentos por indicadores ou outras estruturas ainda a serem definidas”.
O que muda na assistência?
Entre as contribuições da ferramenta, estão a automatização de cálculos, a organização em abas e a implementação de parâmetros de referência que agilizam a análise dos dados pela equipe. O sistema também permite a visualização de histórico completo das consultas, inclusive de pacientes que retornam após internação ou encaminhamentos. Assim, a equipe consegue visualizar o histórico do paciente rapidamente, facilitando decisões como: necessidade de avaliações complementares; definição do momento adequado para iniciar o exercício físico; encaminhamento para outros profissionais; e escolha entre reabilitação intra-hospitalar ou orientações para atividades externas.
Segundo Thaís, “essa organização favorece a tomada de decisão em tempo real e evita desperdícios, já que todas as informações ficam no sistema, reduzindo impressões e armazenamento de papéis”. Além disso, o software contribui em diferentes frentes, dentre elas: padronização de protocolos da Educação Física no HU-Furg/Ebserh; melhoria da qualidade dos registros assistenciais; redução do uso de papel e impacto positivo na sustentabilidade; e fortalecimento de pesquisas e trabalhos de profissionais e residentes, que utilizam os dados registrados para análises.
O interesse em levar o GEDEFIS para outras unidades da Rede Ebserh já foi manifestado. Para isso, será necessária a codificação de módulos compatíveis com o Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), sistema-padrão da Rede. Dessa forma, os Profissionais de Educação Física dos outros 44 Hospitais Universitários poderão utilizar a ferramenta.
O registro no INPI
Para o registro do GEDEFIS, houve articulação com a e Unidade de Gestão da Informação e Tecnologia em Saúde (UGITS), ligada à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP), e responsável pelo fluxo de registro de propriedade intelectual na instituição. A Unidade incentiva que outros profissionais que desenvolvam tecnologias, softwares ou produtos inovadores procurem o setor para realizar o registro adequado.
O chefe da UGITS, Pedro Baptista dos Santos, destacou que o registro do software fortalece a gestão da inovação no HU-Furg e na Rede Ebserh. Segundo ele, “a formalização e o registro dos softwares garantem a proteção da propriedade intelectual e reconhecem oficialmente o desenvolvimento de soluções tecnológicas criadas no ambiente hospitalar”. Pedro ressaltou ainda que o processo padroniza práticas inovadoras, estimula novos desenvolvimentos e garante que tecnologias com potencial de impacto sejam “catalogadas, valorizadas e difundidas na Ebserh”.
Sobre a Ebserh
O HU-Furg faz parte da Rede Ebserh desde julho de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh