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AMAMENTAÇÃO
HU-Furg/Ebserh promove seminário no Dia Mundial de Doação de Leite Humano
Rio Grande (RS) – O Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu, em 19 de maio, o seminário alusivo ao Dia Mundial de Doação de Leite Humano. O evento, realizado das 8h às 17h, foi voltado aos profissionais das áreas da saúde do HU e da Rede Básica de Saúde, docentes e acadêmicos de graduação e cursos técnicos. Este ano, o slogan vencedor da campanha mundial e adotado pela Rede Global de Bancos de Leite Humano foi “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho. Doe leite materno”, da catarinense Giovanna Milane.
A nutricionista e coordenadora do BLH do HU-Furg, Grace Santos, acentuou a importância desse momento de capacitação: “Ao abordar questões relevantes, visamos fortalecer a prática da amamentação e incentivar a doação de leite materno. Com isso, buscamos garantir um atendimento cada vez mais qualificado e comprometido com a saúde das mães e dos bebês”.
Confira como foram as palestras
A primeira exposição foi sobre “O processo de amamentação dentro da UTI Neonatal”, ministrada pela enfermeira da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, Alana Paula Souza Santos, que falou dos processos e de melhorias possíveis na Unidade. Em seguida, aconteceram duas intervenções complementares: “Apetrechos durante amamentação no Alojamento Conjunto”, com a enfermeira Adriana Oliveira, e “Norma Brasileira de comercialização de alimentos (NBCAL)”, com a enfermeira Cristiane da Rocha. Apetrechos são mamadeiras, chupetas, bicos de silicone intermediários, conchinhas e, até mesmo, as fórmulas infantis que dificultam o aleitamento materno e podem ocasionar o desmame precoce. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso desses itens interfere negativamente na prática da amamentação, fato esse que pode comprometer o desenvolvimento da região oral da criança, além de afetar funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons da fala. Ressalta-se, portanto, que, em caso de dificuldades para amamentar, as mães podem procurar a consultoria em um banco de leite ou o pediatra.
A nutricionista Caroline Carone falou sobre o “Teleamamentação”, criado em 2020, durante a pandemia de covid-19. O serviço realiza cerca de 400 atendimentos mensais pelo número (53) 3233.8880, sendo que apenas 5% dos atendimentos precisam ser presenciais. O objetivo do Teleamamentação é sanar dúvidas, oferecer atendimento individualizado e auxiliar as mamães que enfrentam dificuldades na amamentação.
Na sequência, a enfermeira Laiana Damasceno abordou a temática “Doações de leite externo, captação e visita domiciliar” e salientou que o processo para garantir a qualidade e segurança do alimento para os bebês que o recebem é rigoroso. A enfermeira explicou a importância de verificar se os exames, as sorologias e a carteira de gestante estão em dia, além de averiguar se a mãe está amamentando e se o bebê está saudável. A presença de um profissional da enfermagem durante a coleta é fundamental para avaliar a saúde da família e garantir a qualidade do leite coletado.
A enfermeira Jeane Rocha explicou o funcionamento do “Pré-natal de alto risco”, esclarecendo que a regulação encaminha para o HU as gestantes que realmente precisam desse atendimento e, por essa razão, explicitou a necessidade de um fluxo ágil. Com a melhoria do processo, o número de atendimentos mensais aumentou significativamente, chegando a uma média de 48 consultas novas.
A presença da doula Bruna Barros foi fundamental para entender “O papel da doula no incentivo ao aleitamento materno e doação de leite humano”. Além disso, ela orientou sobre o uso adequado do slim e os riscos do uso de mamadeiras e de pomadas no seio. Com sua experiência e conhecimento, a doula é capaz de orientar e acompanhar a mãe em todas as etapas desse processo.
Encerrando a programação, na “Roda de puérperas”, a enfermeira Apoenna Azevedo destacou a importância do acesso a informações e apoio familiar durante o pré-natal, pós-parto e puerpério, pois isso proporciona menos problemas no aleitamento materno e aumenta o número de mulheres amamentando.
O BLH incentiva o aleitamento
O BLH é uma ferramenta para as mães que precisam de apoio na amamentação, “para que elas saibam que não estão sozinhas em suas dificuldades e que o Banco está disponível para ajudar e para captar doações”, salientou a coordenadora do BLH, Grace Santos. Atualmente, há apenas vinte doadoras no município de Rio Grande e algumas das cidades vizinhas de Pelotas e São José do Norte.
Segundo a especialista, é necessário que mais mulheres sejam incentivadas a doar leite, independentemente da idade de seus filhos. A profissional enfatizou que muitas mães acreditam que, após um certo período, o leite materno não é mais necessário e deixam de doar. No entanto, o leite materno é essencial para o desenvolvimento infantil, independentemente da idade. “Cada leite é importante, pois cada criança tem necessidades diferentes”, explicou Grace. Vale lembrar que as mães com dificuldades para doar quando seus filhos são recém-nascidos, ainda podem fazer a doação quando os bebês estiverem maiores.
Doa leite humano
Você, mulher que amamenta, pode fazer a diferença para bebês que precisam de leite materno. Se está saudável e não toma medicamentos que afetem a amamentação, pode ser uma doadora de leite. Fique atenta:
- Doações internas: direto no BLH do HU-Furg, no 3° andar da área hospitalar, segunda a sexta-feira e feriados, das 7h30 às 19h; e aos sábados e domingos, das 7h30 às 18h30.
- Doações externas: são realizadas mediante pré-cadastro via Teleamamentação, pelo número (53) 3233.8880 (telefone/WhatsApp).
Sobre a Rede Ebserh
O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg) faz parte da Rede Ebserh desde julho de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andréia Pires, com revisão de Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh