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SETEMBRO VERDE
No CHC-UFPR, a doação de órgãos e tecidos é o “sim” que salva vidas
Curitiba (PR) – O Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) apoia o Setembro Verde, a campanha de incentivo e conscientização à doação de órgãos e tecidos para transplantes. No Brasil, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, 78 mil pessoas estão nessa fila de espera. Uma causa tão importante que até ganhou uma data - o 27 de setembro -, instituído como o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O CHC-UFPR é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Meu médico disse que eu só tinha dois meses, se não conseguisse um doador”, disse Maria José Laurindo Fagundes, enfermeira aposentada de 70 anos, que recebeu um transplante de fígado em junho de 2024. “Minha vida hoje é normal, só não como de tudo porque tem coisa que eu não gosto, não gosto de fritura, de salgadinho. O transplante foi maravilhoso para mim, mudou minha vida. Sou muito agradecida a Deus, aos médicos e ao hospital”, completa Maria José. “Doar é muito importante, a gratidão que eu tenho é muito grande. Para as famílias dos doadores, eu digo: não esqueçam, é um pedacinho do seu ente querido que vive lá, na outra pessoa”, disse a paciente.
O processo
O transplante só é possível a partir do “sim” do doador e da sua família. Mas esse “sim”, muitas vezes, não se concretiza por falhas de comunicação, que geram o desconhecimento e até a desinformação das pessoas que poderiam doar. “É importante a família saber a posição da pessoa que deseja doar, porque a doação é autorizada somente pelos familiares”, explica Valéria de Sousa, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do CHC-UFPR.
O processo de doação e transplante envolve várias etapas, desde a manifestação do desejo da pessoa em vida; o diagnóstico de morte encefálica (no caso de órgãos) e parada cardiorrespiratória (no caso de tecidos, como córneas, vasos, pele, ossos e tendões); a atuação da Cihdott junto à família; a realização de exames de compatibilidade e doenças; a retirada do órgão; o transporte e a cirurgia transplantadora.
A Cihdott atua desde a suspeita de morte encefálica, no diagnóstico dela, passando pela entrevista familiar, pelo preparo para a retirada dos órgãos e a retirada propriamente dita.
Doação
Referência mundial, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Sistema Único de Saúde (SUS) atua em parceria com a Central de Transplante de cada Secretaria Estadual, dando transparência à lista de espera e proporcionando um serviço gratuito e universal. Valéria explica: “Quando acontece uma situação em que pode ter doação, como um óbito encefálico, nos comunicamos com a central de transplantes, que é quem valida quais órgãos vão ser captados. Aí organizamos toda a logística aqui no hospital, inclusive o centro cirúrgico, para a equipe que vem captar o órgão”. Em 2024, o Brasil bateu o seu recorde de transplantes com mais de 30 mil procedimentos, um crescimento de 18% em relação a 2022. Os órgãos e tecidos mais transplantados foram córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).
A maior parte das doações é realizada após a morte do doador, sendo necessária a autorização da família que, geralmente, respeita o desejo do parente. Daí, a importância de informar aos mais próximos sobre a decisão de doar. No CHC, em 2024, 88% das famílias entrevistadas autorizaram a doação dos órgãos de seu familiar, levando a doações de rins, fígados, pulmão e tecidos (pele, ossos, valvas cardíacas, medula óssea e tendões).
Há também a doação entre vivos com o transplante de um dos rins (doador falecido fornece os dois), parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, sendo a compatibilidade sanguínea necessária em todos esses casos, além de testes para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.
Sobre a Ebserh
O CHC-UFPR faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Moisés de Holanda e Marcio Kameoka
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh