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ACOLHIMENTO NECESSÁRIO
HUGG fortalece cultura de humanização com encontro que une hospital e comunidade
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou em 27 de novembro o I Encontro de Humanização do HUGG, no Anfiteatro Geral do hospital. O evento reuniu profissionais, estudantes, pacientes e familiares em um dia inteiro de atividades voltadas para compartilhar experiências, fortalecer vínculos e refletir sobre práticas que transformam a experiência hospitalar.
Logo na abertura, a presidente da Comissão de Humanização, Priscila Cassemiro, destacou o caráter coletivo da iniciativa, construída em parceria com o Programa de Extensão Florescer e com outros projetos do hospital. “É um trabalho de amor, de verdade. É um trabalho em colaboração entre a Comissão de Humanização e o Programa de Extensão Florescer. A gente está muito feliz e muito grato, porque tem tido o privilégio de trabalhar com a humanização em um hospital público, universitário, unindo tantos programas de extensão, nossos alunos e, sobretudo, nossos pacientes, que são alvo do nosso cuidado”, afirmou. Segundo Priscila, o encontro foi pensado como um espaço de reconhecimento para todos que ajudam a tornar o cuidado mais acolhedor.
A construção da humanização como responsabilidade compartilhada foi outro ponto enfatizado pela presidente da comissão. Ela lembrou que a proposta envolve diversos atores, que juntos constroem novas formas de cuidar. “É desse jeito que a gente tem construído a humanização aqui no hospital: juntando a gestão, os profissionais, os alunos, os pacientes, os familiares e os professores. Hoje vai ser um pouquinho disso tudo que a gente tem vivido”, disse. Segundo Priscila, ter familiares de pacientes, inclusive de pessoas que já faleceram, participando do encontro reforça o vínculo que se mantém para além da internação.
O objetivo de “lançar luz” sobre iniciativas que muitas vezes passam despercebidas norteou a programação do dia. “Quando a gente começou a programar esse evento, ele nasceu de um desejo de lançar luz sobre aquilo que tem sido feito no hospital, em tantas iniciativas lindas que têm acontecido aqui. Muitas vezes a gente não sabe nem o que o colega está fazendo. Então esse é talvez o grande objetivo do nosso evento hoje”, explicou Priscila. Para ela, era importante valorizar tanto os projetos estruturados quanto “as ações pequenas do dia a dia, que têm feito diferença na vida de tantas pessoas e talvez ainda não tenham recebido o devido reconhecimento”.
Ao longo do encontro, a programação integrou diferentes projetos de extensão e frentes de cuidado humanizado. Após o credenciamento, os participantes acompanharam a apresentação musical do Coral Renascer. Em seguida, o palestrante convidado Roberto Palmeira, do Instituto Rope, falou sobre a importância de realizar sonhos na fase final da vida. A manhã seguiu com a mesa-redonda “Contribuições da extensão universitária na promoção do cuidado humanizado”, com representantes dos programas Enfermaria do Riso, Virtualidades, Florescer e Renascer, e mediação da Comissão de Cuidados Paliativos. Ainda pela manhã, houve premiação e sessão pôster dos programas de extensão. Depois do intervalo de almoço, a programação contou com apresentação musical do grupo Vozes do Coração e com a atividade “Comunicação como estratégia para humanização: dramatizando o protocolo SPIKES”, conduzida por André Mazieiro, encerrando o encontro.
Em sua apresentação, Roberto trouxe a perspectiva da realização de desejos significativos para pessoas com doenças ameaçadoras da vida, trabalho desenvolvido pelo Instituto Rope em parceria com diversos serviços de saúde. Segundo o palestrante, a proximidade com a finitude faz com que as pessoas revejam prioridades e reconheçam o que realmente importa. “Quando você recebe uma notícia que muda a sua vida, você traz para o presente tudo o que é importante. Você começa a valorizar o que realmente importa, e isso é um processo mágico. Muitas vezes você não vive os seus sonhos, vive os seus medos. Vamos esquecer o medo e continuar partindo para o sonho”, destacou.
Roberto também chamou atenção para os arrependimentos que costumam aparecer no fim da vida, relacionados a escolhas guiadas apenas por expectativas externas. “As maiores questões de arrependimento antes da morte são essas: ‘Eu gostaria de ter tido coragem de viver a minha vida, mas segui a expectativa dos outros. Trabalhei tanto… Para quê? Por que eu não estive mais com os meus amigos?’”, relatou. De acordo com ele, o trabalho do Instituto Rope busca justamente oferecer tempo e espaço para que pessoas em situação de doença grave possam realizar desejos simbólicos, ressignificar trajetórias e fortalecer vínculos com quem amam.
Na avaliação de Roberto, a parceria com hospitais universitários, como o HUGG, amplia o alcance da proposta ao aproximar estudantes e profissionais de uma visão de cuidado que olha para os sonhos e para o sentido da vida, e não apenas para a doença.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
Fotos: Ronaldo Nacarati