Notícias
COMEMORAÇÃO
Aos 96 anos, HUGG celebra história, profissionais e futuro da assistência
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-Unirio), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), celebrou seus 96 anos com uma semana de atividades entre 30 de outubro e 6 de novembro, em homenagem à trajetória quase centenária da instituição e ao Dia do Servidor Público. Organizada pela Divisão de Gestão de Pessoas (DivGP), por meio da Unidade de Desenvolvimento de Pessoal (UDP), em parceria com a Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP), a programação reuniu debates sobre espiritualidade e saúde, inteligência artificial, inovação no ensino e na assistência, além de momentos de reconhecimento aos profissionais que constroem o hospital diariamente.
Ao longo de sua história, o HUGG se consolidou como referência em média e alta complexidade, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), articulado com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. O hospital desempenha papel estratégico na formação de profissionais de saúde, na produção de conhecimento científico e na incorporação de novas tecnologias, integrando ensino, pesquisa e cuidado em um mesmo ambiente. As atividades comemorativas reforçaram essa identidade, aproximando assistência, gestão de pessoas e formação e destacando o protagonismo das equipes.
Na abertura, realizada em 30 de outubro, o gerente de Ensino e Pesquisa, Daniel Aragão Machado, lembrou que o HUGG é “uma casa quase centenária de excelência na área da saúde, na área de ensino e na área de pesquisa” e ressaltou o compromisso da instituição em avançar também na inovação tecnológica. “Esse evento comemorativo traz temáticas que são inovadoras para a nossa área, que fazem a gente repensar um pouco o trabalho que desenvolvemos aqui dentro. Pensar, repensar e apontar para um futuro melhor para o ensino, para a pesquisa e, obviamente, para a inovação tecnológica”, afirmou, agradecendo às equipes pelo esforço permanente que mantém o hospital em crescimento.
A valorização das pessoas que fazem o hospital acontecer também foi destaque na fala do gerente Administrativo, Vinícius Martins. Ele definiu o HUGG como “uma casa conhecida como referência de acesso democrático à saúde pública e ao ensino de qualidade desde a sua concepção até os dias atuais” e associou esse resultado ao trabalho conjunto de servidores, empregados públicos, residentes, estudantes e trabalhadores terceirizados. Ao citar o desempenho do hospital em indicadores assistenciais e de gestão, Vinícius enfatizou que esses avanços refletem a cultura interna de compromisso e pertencimento. Em um dos exemplos, relatou a iniciativa espontânea de um trabalhador terceirizado que cuidava da área externa por zelo pelo hospital. “Isso é a cultura do HUGG refletida na postura de cada um”, afirmou.
Para o gerente de Atenção à Saúde, Pedro Eder Portari, essa cultura de cuidado atravessa gerações e segue viva, especialmente no pós-pandemia. Ele destacou o compromisso histórico do HUGG com a população mais vulnerável e com o cuidado entre os próprios profissionais. Ao apresentar a mesa-redonda “Propósito de vida, espiritualidade e saúde: o que a pesquisa dos acadêmicos do HUGG-Unirio tem a nos ensinar?”, conduzida pelos cardiologistas André Casassa e Júlio Tolentino, Pedro ressaltou que a discussão nasce de pesquisas realizadas com trabalhadores e estudantes do hospital sobre sofrimento emocional, desgaste e responsabilidade no cotidiano do cuidado. “Nós somos muito bons em cuidar das pessoas”, afirmou, defendendo o aprimoramento contínuo da assistência e da formação.
O superintendente do HUGG, João Marcelo Ramalho Alves, enfatizou que os 96 anos celebrados vão além da memória do prédio histórico. “Nós não estamos comemorando 96 anos dessas paredes. Nós estamos comemorando 96 anos de milhares de pessoas que passaram aqui e que foram contaminadas pelo espírito de uma instituição de saúde — e, depois, também de ensino — que se orgulha muito de atender bem”, afirmou. Ele lembrou que a história do hospital é marcada pelo acolhimento às pessoas que mais precisam e pelo atendimento humanizado, com dedicação, carinho e respeito às diferenças. Mesmo diante de limitações estruturais e orçamentárias, o HUGG segue recebendo pacientes de diferentes regiões do país e formando profissionais comprometidos com o SUS. “Nossos 96 anos são 96 anos de ensinar a atender com amor”, completou.
O reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), José da Costa Filho, situou o hospital como um dos pilares históricos da universidade, ao lado das escolas de Enfermagem e Medicina. Ele destacou o papel do HUGG como hospital universitário que articula ensino, pesquisa, assistência e extensão com impacto direto na população atendida pelo SUS, e defendeu a preservação dessa identidade nas próximas décadas. Segundo o reitor, o compromisso das equipes do hospital em manter o cuidado humanizado, mesmo em contextos desafiadores, é motivo de orgulho para toda a comunidade acadêmica.
Durante a abertura, empregados e servidores receberam bottons personalizados com a mensagem “Eu faço parte dessa história”, marcando tempos de casa de 5, 10, 20 ou 30 anos como símbolo de reconhecimento e pertencimento. Homenagens, espaço para fala das equipes, avaliação das atividades e a mesa-redonda “Propósito de vida, espiritualidade e saúde: o que a pesquisa dos acadêmicos do HUGG-Unirio tem a nos ensinar?”, com os cardiologistas André Casarsa e Júlio Tolentino, completaram o primeiro dia da programação.
I Fórum de Inteligência Artificial e Saúde encerra comemorações
As celebrações pelos 96 anos do HUGG foram encerradas em 6 de novembro com o I Fórum de Inteligência Artificial e Saúde do HUGG, realizado no Auditório Geral. O encontro aproximou programas de pós-graduação da Unirio, pesquisadores e profissionais do hospital para discutir como a inteligência artificial pode apoiar diagnósticos, tratamentos, gestão de dados e produção científica, mantendo a centralidade do cuidado humanizado.
Na apresentação inicial, foi destacada a proposta de utilizar a inteligência artificial como ferramenta de inovação e qualificação da assistência, do ensino e da pesquisa, aproximando tecnologia e sensibilidade humana no atendimento aos pacientes. Em mensagem ao vivo, o gerente de Ensino e Pesquisa, Daniel Aragão Machado, lembrou que o fórum foi idealizado para inserir o HUGG de forma mais estruturada no debate nacional sobre tecnologia e inovação em saúde, conectando o hospital à produção acadêmica da Unirio e a iniciativas em curso no país. Ele ressaltou que a inteligência artificial “vem ganhando espaço e tomando conta das nossas discussões dentro das instituições acadêmicas e hospitalares” e afirmou que encontros como esse ajudam a preparar o hospital para chegar aos 100 anos com “muitas boas histórias construídas por quem faz parte dessa trajetória”.
Representando o Programa de Pós-Graduação em Medicina, a professora Maria Ribeiro Santos Morard parabenizou a organização e ressaltou a relevância do tema para a formação e a prática clínica, lembrando o caráter pioneiro do programa na área cirúrgica. A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia no Espaço Hospitalar, Gisella de Carvalho Queluci, destacou o aumento de projetos que envolvem inteligência artificial entre os estudantes e defendeu a reflexão crítica sobre o uso ético e responsável dessas ferramentas, entendendo a complexidade humana como estímulo para pensar e produzir conhecimento.
O vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Carlos Eduardo Brandão Mello, apontou a importância da inteligência artificial aplicada ao ensino, ao diagnóstico e à avaliação terapêutica em neurologia, reunindo diferentes categorias profissionais em torno de soluções integradas. Já a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em HIV/AIDS, Fabiana Barbosa Assunção de Souza, destacou a trajetória de pesquisa da instituição, o uso crescente de ferramentas de inteligência artificial em vigilância epidemiológica, análise de dados e revisão de literatura, e reforçou a necessidade de adoção criteriosa dessas tecnologias na produção científica e na assistência.
A programação do fórum contou com duas conferências principais: “Perspectivas atuais e futuras sobre o uso da inteligência artificial e sua relação com a saúde”, ministrada por Ana Cristina Bicharra Garcia, e “Utilização de inteligência artificial como ferramenta de inovação no ensino em saúde”, apresentada por Aureo do Carmo Filho. As palestras abordaram aplicações práticas da IA na rotina hospitalar e acadêmica, desafios éticos e oportunidades para qualificar o cuidado prestado aos usuários do SUS.
Ao final do encontro, um momento de confraternização com bolo e canto coletivo de “Parabéns” marcou simbolicamente os 96 anos do HUGG e o encerramento da semana comemorativa. O gesto reuniu trabalhadores, gestores, estudantes e representantes da universidade, reforçando o sentimento de pertencimento e a ideia que guiou toda a programação: celebrar a história construída, reconhecer quem faz o hospital no dia a dia e projetar um futuro em que tradição, cuidado humanizado e inovação caminham juntos em defesa da saúde pública.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh