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HISTÓRIA
HUCFF-UFRJ comemora 100 anos da disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias
Rio de Janeiro (RJ) - O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ/Ebserh) celebrou, dia 9 de outubro, os 100 anos da disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP). O evento, marcado por um clima amistoso e de saudosismo, reuniu professores, alunos, colaboradores e autoridades acadêmicas para refletir sobre a história e a contribuição para a sociedade da disciplina, que teve o pesquisador Carlos Chagas como professor titular em 1925.
O Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto de Andrade Medronho, abriu a solenidade destacando a importância histórica da disciplina, criada em 1925, que ao longo de um século formou profissionais de referência na medicina brasileira. Em seu discurso, Medronho relembrou nomes como Carlos Chagas, Evandro Chagas e Emílio Ribas, reforçando o papel do HUCFF como formador de médicos para todo o país.
“São cem anos de uma disciplina que deu grandes contribuições para o desenvolvimento científico, tecnológico e social. Muito suor, trabalho, competência e excelência do corpo docente, técnicos e alunos, todos eles fazendo uma mudança na vida de muitas pessoas, famílias e comunidades”, destacou o Reitor, ressaltando a responsabilidade da universidade frente aos desafios sociais.
O superintendente do Complexo Hospitalar da UFRJ, do qual o HUCFF faz parte, Amâncio Paulino Carvalho, falou sobre os desafios e avanços da gestão hospitalar de modo amplo. Ele destacou a modernização dos hospitais, a ampliação do quadro de pessoal e os investimentos recebidos, após a adesão à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Com a chegada da Ebserh, chegaram mil e duzentos novos profissionais, e o orçamento passou de 110 para mais de 200 milhões de reais. Os elevadores, que há tempos precisam de reparos, estão sendo reformados. A missão tem sido apoiar ensino e pesquisa, respeitando sempre a autonomia didático-pedagógica”, explicou Amâncio.
Compromisso com ensino, pesquisa e assistência à saúde
Alberto Schneider, diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, ressaltou que os cem anos da DIP marcam não apenas um legado histórico, mas também o compromisso contínuo com ensino, pesquisa e assistência à saúde. Em tom emotivo, parafraseou o poeta Carlos Drumond. “As coisas findas, muito mais do que lindas, estas ficarão. Aqui estão professores que mantêm acesa a chama da excelência da Faculdade de Medicina, integrando ensino, pesquisa e assistência hospitalar”, afirmou Schneider.
Encerrando a solenidade, a coordenadora da graduação do Departamento de Doenças Infecciosas, Simone Nouér, destacou o orgulho de todos os envolvidos e a continuidade do trabalho desenvolvido ao longo do século. O marco inicial da disciplina foi a posse do pesquisador Carlos Chagas como professor titular em 1925. Daí, a disciplina se expandiu para um serviço de assistência nos hospitais, pesquisa com o programa de pós-graduação e um departamento dentro da Faculdade de Medicina.
“A infectologia da UFRJ se consolidou como disciplina que acompanha a humanidade, formando médicos e cientistas comprometidos com a vida e com a dignidade. Reconhecemos a grandeza de todos os que nos antecederam e firmamos a responsabilidade de construir os próximos cem anos”, afirmou Simone.
Durante o evento, foram entregues medalhas comemorativas aos professores que contribuíram para a construção da história da disciplina, em reconhecimento ao trabalho de excelência em pesquisa, ensino e assistência médica.
Memórias do Pavilhão Carlos Chagas
Na época, o Hospital São Francisco de Assis (Hesfa), também vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), abrigava a Cátedra de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP), responsável pelo atendimento de casos de malária e outras infecções que desafiavam a medicina.
“Tinha administração própria e leitos conveniados com o INAMPS. Era uma coisa quase rural”, relembra o professor aposentado Celso Ramos. A rotina era intensa e os recursos, escassos. Segundo Ramos, o pavilhão funcionava 24 horas por dia, e os médicos e alunos tinham acesso direto ao laboratório, onde realizavam exames de microbiologia e parasitologia. “A gente fazia tudo. Internava pacientes de malária, fazia a contagem parasitária, acompanhava o caso. Era um aprendizado intenso e de muita responsabilidade”.
Sobre a Ebserh
O HUCFF faz parte do Complexo Hospitalar da UFRJ, gerido pela Ebserh desde 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Claudia Holanda
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh