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CÂNCER DE MAMA
HUCFF promove ações do Outubro Rosa e reforça importância da prevenção ao câncer de mama
Rio de Janeiro – Em alusão ao Outubro Rosa, os setores de Quimioterapia e de Mamografia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF-UFRJ) ofereceram, ao longo do mês, uma série de atividades educativas voltadas à conscientização sobre o câncer de mama. As ações visaram sensibilizar pacientes, profissionais e a comunidade hospitalar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, além de valorizar o protagonismo das mulheres em tratamento.
A radiologista do setor de Mamografia do hospital gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Rafaela Queiroz, destacou que o câncer de mama continua sendo o mais diagnosticado e o que mais causa mortes entre mulheres no Brasil. “Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), uma em cada oito brasileiras será acometida pela doença ao longo da vida. Então, você conhece alguém que já teve, está ou terá câncer de mama”, sublinha.
Para a especialista, o acesso à informação e aos exames de rotina é essencial para salvar vidas. “Quando a mulher conhece o seu corpo e conhece sobre a doença, ela consegue detectar o câncer mais cedo, o que diminui as chances de mortalidade. E, em sua avaliação, a recente atualização das diretrizes do Ministério da Saúde — que reduziu de 50 para 40 anos a idade mínima recomendada para a mamografia — representou “um ganho muito significativo para nós”. “Cerca de 40% das mulheres hoje diagnosticadas com câncer de mama no Brasil têm menos de 50 anos”, justificou ela.
Mamografia aposta na prevenção
A equipe da Mamografia do HUCFF concentrou suas atividades de acolhimento e conscientização sobre a prevenção na segunda-feira (20). A iniciativa incluiu café da manhã de integração, distribuição de panfletos educativos, brindes, musicoterapia e rodas de conversa entre pacientes.
Segundo a enfermeira do setor Elisabete Guerhard, o foco na abordagem com o público esteve foco no autocuidado das pacientes. Com 26 anos de atuação no hospital, a profissional de saúde observou que “na linha do cuidado, o hospital oferece mamografia, biópsia, ressonância, tomografia, quimioterapia, cirurgia de mama e radioterapia”, mas que, “na prevenção, nós perdemos um pouco. Então, hoje, a nossa mensagem é para que as nossas pacientes se amem e se cuidem cada vez mais”.
Quimioterapia estimula integração e acolhimento
Já equipe da Quimioterapia promoveu uma intensa agenda no ambulatório II do HUCFF. Sempre às terças e quartas-feiras (dias 7, 8, 14, 15, 21, 22, 28 e 29), a programação incluiu palestras, dinâmicas e atividades interativas conduzidas por uma equipe multiprofissional. O esforço envolveu profissionais das áreas de enfermagem, nutrição, serviço social, terapia ocupacional, farmácia e educação física. Além do apoio da Enfermagem da Sala de Infusão, do Serviço de Tecnologia da Informação, voluntários do Projeto Outubro Rosa e sindicato de trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj).
Os encontros abordaram temas como direitos sociais dos pacientes oncológicos, orientações nutricionais, benefícios da prática de exercícios físicos e esclarecimentos sobre mitos e verdades relacionados à quimioterapia.
A programação do setor também contou com momentos de descontração e apoio emocional, tais como rodas de conversa, vídeos motivacionais e um até um workshop sobre maquiagem. Na terça-feira (14), a maquiadora Nelia Figueiredo Neri compartilhou sua experiência profissional, incentivando o cuidado com a autoestima. “Ficar bonita mexe muito com a autoestima”, observou.
Aos 44 anos e em sua segunda sessão de quimioterapia, a paciente relatou que postergou o diagnóstico definitivo, o que tornou o tratamento mais difícil: “Eu demorei para fazer um exame mais preciso. Se tivesse feito, hoje eu poderia ter sido evitado estar aqui. Mas, infelizmente, deixei para depois”.
A oficina de maquiagem com Nelia fez sucesso entre as participantes. “A gente fica muito vulnerável, se sentindo muito feia por causa do tratamento. Então, quando falam em beleza, a gente quer logo participar”, contou Silvana de Oliveira, em tratamento há oito anos. Ela também reforçou a importância da solidariedade ao longo da jornada contra o câncer. “É importante que as mulheres não tenham medo, que se sintam amadas cada dia, porque a gente encontra muito acolhimento e apoio, até entre as próprias pacientes”, incentivou. Silvana lembrou ainda que a confirmação da doença não significa o fim: “Na época que descobri, meu filho estava com dois aninhos e agora está com dez. Vi que não foi um diagnóstico para morte.”
Sobre a Ebserh
O Complexo Hospitalar da UFRJ é gerido pela Rede Ebserh desde junho de 2024. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a estatal foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Elisa Andrade
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh