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PROCEDIMENTO INÉDITO
HU-Unifap realiza a primeira cirurgia de artroplastia de ombro pelo SUS
Macapá (AP) – O Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou a primeira cirurgia de artroplastia total de ombro. Conduzido pelos cirurgiões Alandelon Menezes e Felipe Pena, o procedimento foi feito no dia 30 de julho e trata-se da primeira prótese reversa de ombro implantada via Sistema Único de Saúde (SUS) no estado do Amapá.
“É um momento de realização e conquista, principalmente para os pacientes que não tinham essa possibilidade de fazer o procedimento pelo SUS no Amapá. Geralmente, eles eram encaminhados para outro estado ou ficavam sem o tratamento específico”, disse o médico cirurgião, Alandelon Menezes.
O que é a artroplastia?
A artroplastia de ombro é uma cirurgia que substitui a articulação do ombro por uma prótese. No caso da prótese reversa, o formato da articulação é invertido: a parte esférica (bola) é colocada no osso do ombro e a parte côncava (cavidade) é fixada no braço. Segundo Menezes, “isso permite que outros músculos, como o deltoide, assumam parte da função do ombro quando os tendões principais, como o manguito rotador, não estão funcionando bem”.
A cirurgia proporciona o alívio da dor crônica e melhora a mobilidade e função do membro, fazendo com que o paciente recupere sua independência nas atividades diárias.
Em que casos é indicada?
A prótese reversa é indicada principalmente para pacientes que têm lesões irreparáveis do manguito rotador, associadas a dor intensa e perda de movimento. Também pode ser indicada em casos de artrose avançada, fraturas complexas do ombro (especialmente em idosos), ou após falhas de cirurgias anteriores. A necessidade da cirurgia geralmente vem de dor crônica, limitação funcional importante e perda de qualidade de vida que não melhoram com outros tratamentos.
De acordo com o cirurgião, apesar de ser cada vez mais realizada no Brasil, a prótese reversa ainda não é uma cirurgia de rotina na maioria dos hospitais, pois exige técnica especializada e treinamento específico do cirurgião. “No entanto, em centros especializados, ela já se tornou um procedimento consolidado, com bons resultados para pacientes selecionados”, disse.
Equipe especializada
O HU-Unifap conta com uma equipe comprometida e dedicada à assistência aos pacientes, oferecendo procedimentos complexos e de difícil acesso em outros hospitais do estado. Segundo a enfermeira Milena Macedo, essa conquista é resultado do trabalho conjunto de uma equipe multidisciplinar. “A equipe de enfermagem, o anestesista e os cirurgiões trabalharam de forma integrada, fazendo com que a cirurgia fosse realizada de modo seguro e eficiente”.
Relato do paciente
Adail Machado, 88 anos, motorista aposentado, foi o primeiro a ser atendido na cirurgia de artroplastia. Ele sofria com a condição há cerca de cinco anos e, nos últimos quatro anos, precisava retirar um líquido inflamatório todos os meses para sentir algum alívio. Por isso, a qualidade de vida era severamente afetada pelas dores fortes e constantes, que chegavam ao ponto de prejudicar seu sono.
O diagnóstico de artrose glenoumeral foi feito em consultas com especialistas em ombro e com exames de imagem. Via regulação, o paciente foi então encaminhado ao Serviço de Ortopedia do HU-Unifap e, após consulta, iniciou todo o processo que culminou na realização da cirurgia.
Segundo ele, a recuperação está sendo excelente. “Não sinto dores fortes no pós-operatório, graças aos protocolos exigidos pelo HU, a decisão de realizar a cirurgia foi a melhor escolha. O tratamento e a equipe são de excelência, com atendimento super humanizado, e o ambiente é de alta qualidade”, concluiu.
Perspectivas futuras
A previsão é que o Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário possa oferecer outros procedimentos de alta complexidade. “A expectativa é de colocarmos em prática procedimento de artroscopia de ombro e, um tempo mais à frente, colocaremos a prótese de joelho, artroscopia de joelho, prótese de cotovelo e de cabeça de rádio, deformidades congênitas e adquiridas de membros inferiores. Tudo isso oferecido para o paciente, pelo SUS”, finalizou Alandelon.
Sobre a Ebserh
O HU-Unifap faz parte da Rede Ebserh desde 2022. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Reportagem: Neurizete Duarte, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh