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EVENTO
HDT realiza a sua I Jornada de Disfagia
Araguaína (TO) – A condição clínica marcada pela dificuldade de engolir alimentos e líquidos e que traz uma série de consequências aos pacientes afetados foi debatida por especialistas na I Jornada de Disfagia do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), nos últimos dias 17 e 18. O HDT é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“O balanço da Jornada foi bastante positivo. Destaco a boa participação do público e a qualidade dos palestrantes, todos de renome e referência na região para falar da disfagia, que possui alta relevância clínica, epidemiológica e multidisciplinar dentro dos serviços de saúde por ser uma condição frequentemente subdiagnosticada, mas com grande impacto sobre a segurança do paciente, a qualidade de vida e os desfechos clínicos hospitalares” explica o chefe da Unidade Multiprofissional do HDT, Pedro Leite, que foi um dos organizadores e palestrante do evento.
Pedro Leite comenta que estudos científicos apontam que a prevalência de disfagia pode variar de 11% a 93% dependendo da população avaliada, sendo especialmente elevada em idosos, pacientes do pós-acidente vascular cerebral (AVC), portadores de doenças neurológicas, oncológicas ou críticos em terapia intensiva. Ocorre ainda em doenças pulmonares crônicas (como DPOC), em doenças musculares e autoimunes, além de recém-nascidos e crianças com malformações craniofaciais, prematuridade ou distúrbios neuromotores. “Em pacientes hospitalizados, cerca de um em cada quatro idosos apresenta algum grau de disfagia, e entre indivíduos pós-AVC, a ocorrência pode alcançar até 50% dos casos”, pontua Pedro.
O objetivo da Jornada foi proporcionar uma compreensão aprofundada sobre a disfagia, apresentando os desafios do diagnóstico precoce, as melhores práticas terapêuticas e as inovações tecnológicas que podem melhorar o prognóstico dos pacientes. O evento abordou desde a avaliação clínica até as opções de tratamento mais avançadas, com ênfase na integração de equipes multidisciplinares.
No primeiro dia, o evento debateu temas como “Via alternativa de alimentação em Cuidados Paliativos”, com a médica clínica Alessandra Paz; “Disfagia nas doenças reumatológicas”, com a reumatologista Alessandra Rossi; “Videoendoscopia da Deglutição: da indicação a realização, com o otorrinolaringologista Daniel Nunes”; e “Disfagia e distúrbios Pulmonares, ministrada pelos fisioterapeutas Francisco Maurilio Carrias e Santo Ezzio.
“Foi um evento muito rico em vários aspectos, como o bom nível dos palestrantes e com temas relevantes apresentados que trouxeram bom conhecimento para os alunos da graduação, para os residentes e para os profissionais”, elogia o fonoaudiólogo do HDT, Aguivam Castro Souza.
No segundo dia, foram discutidos “Sarcopenia e manejo da disfagia, com o nutricionista Pedro Leite; “Videodeglutograma: indicação e manejo”, com o fonoaudiólogo Ives Marcelo; “Broncoscopia e traqueostomia nas disfagias”, com o cirurgião torácico Antônio Oliveira; “Disfagia no câncer de cabeça e pescoço”, com o cirurgião de cabeça e pescoço Elder Feltrin; e “IDDSI - Importância da sua implantação no Hospital de Doenças Tropicais”, com a fonoaudióloga lanne Mel, sobre a escala de padronização da Iniciativa Internacional de Padronização de Dietas para Disfagia para descrever as consistências adaptadas de alimentos e líquidos espessados utilizados para indivíduos com disfagia de todas as idades.
HDT é referência
No HDT, os pacientes disfágicos são acompanhados pela equipe multiprofissional, em especial, os fonoaudiólogos e nutricionistas. “Desde o ano passado, passamos a realizar o videodeglutograma, que é um exame radiológico, padrão-ouro, que avalia em tempo real todas as fases do ato de engolir, fundamental para o paciente disfágico, pois permite identificar o local e o tipo de alteração na deglutição, detectar penetração ou aspiração de alimentos nas vias aéreas e orientar de forma precisa a conduta terapêutica — como a escolha de consistências seguras e manobras de reabilitação”, completa Pedro Leite, que palestrou sobre esse tema.
Sobre a Ebserh
O HDT-UFT, faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Moisés de Holanda
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh