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AGOSTO DOURADO
Projeto de incentivo à amamentação é realizado na MEJC-UFRN
Natal (RN) – Um alimento completo, seguro, gratuito e que salva vidas. Apesar dos benefícios que oferece, o aleitamento materno exclusivo ainda enfrenta barreiras de desinformação e dificuldades práticas, resultando em um índice global de apenas 46% de crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses de idade. Para mudar essa realidade, um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) atua na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), vinculada à Ebserh, para apoiar a amamentação.
Intitulado “Proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno: uma questão de salvar vidas”, o projeto é vinculado ao Departamento de Enfermagem da UFRN e conta com a participação de estudantes da área da saúde, docentes e profissionais da maternidade. Desde 2023, a iniciativa funciona por meio de visitas ao alojamento conjunto da MEJC. A equipe acolhe as novas mamães, tira dúvidas, observa a dinâmica da amamentação e ajuda a corrigir problemas comuns, como a pega e a sucção do bebê.
A iniciativa vai além do suporte imediato. Ela também promove palestras educativas, apoia a coleta, o processamento e a distribuição de leite humano realizado pelo banco de leite da instituição, promovendo visitas domiciliares para garantir que o apoio continue após a alta hospitalar.
A coordenadora do projeto, Maria de Lourdes Costa da Silva, destaca que a amamentação traz diversos benefícios para a mãe e o bebê, mas muitas vezes não é incentivada. “A paciente que amamenta diminui o sangramento e a probabilidade de hemorragia pós-parto. Já para o bebê, é um alimento fundamental, que reforça o sistema imunológico, auxilia no aumento de peso e crescimento”, explica Lourdes.
Além de fortalecer a cultura do aleitamento materno, a iniciativa é um importante pilar na formação dos futuros profissionais de saúde. “Para o estudante, principalmente para o que está iniciando o curso, esse contato com o paciente e a abordagem é primordial, pois desenvolve o acolhimento e executa o que vê na teoria”, reforça a coordenadora.
Experiência que transforma
A estudante do 5º período de Enfermagem da UFRN, Nara Saldanha, é uma das integrantes do grupo. Ela conheceu o projeto ao buscar oportunidades de extensão no início da graduação. “É incrível perceber o impacto do aleitamento nas vidas das mães, dos recém-nascidos e no sistema de saúde como um todo. A extensão foi fundamental para que eu me encontrasse, tanto pessoalmente, quanto como futura profissional”, relata Nara.
A estudante acrescenta que a experiência foi determinante para sua carreira: “O projeto foi essencial para que eu descobrisse meu amor pela neonatologia, pela saúde e pelo cuidado. Os vínculos que construí na maternidade me ajudam a desenvolver uma prática mais humana, empática e fundamentada em evidências. Além disso, a participação no projeto possibilitou a publicação de trabalhos”, enfatiza.
Sobre a Ebserh
A MEJC-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Paulina Oliveira
Coordenadoria de Comunicação Social da EBSERH