Com investimento de R$ 166,8 mil, Hupes-UFBA inaugura novo espaço de Ecocardiografia e amplia cuidado em cardiologia de alta complexidade

Salvador (BA) - No dia 7 de novembro, às 9h, o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES-UFBA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), inaugura o novo espaço do Serviço de Ecocardiografia, resultado de reforma e adequação da área física no valor de R$ 166.885,79, executada ao longo de seis meses, com recursos de custeio decorrentes do contrato entre o Hospital e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).

A entrega faz parte de um conjunto de melhorias para a Unidade do Sistema Cardiorrespiratório, que inclui a realização de ecocardiografia à beira-leito, a retomada da angiotomografia e da ressonância cardíaca, leitos monitorizados para insuficiência cardíaca avançada e a incorporação de novos recursos diagnósticos, com impacto direto para pacientes do SUS com doenças de maior complexidade.

A nova área marca uma reorganização do cuidado em cardiologia no hospital. Para Murilo Damasceno, chefe do Setor de Cuidados Especializados do Hupes-UFBA, a mudança qualifica a estrutura e o fluxo assistencial. “Na prática assistencial, o novo espaço de ecocardiografia organiza e integra melhor tudo o que já vínhamos fazendo em cardiologia no hospital. Ganhamos um ambiente mais moderno, funcional e acolhedor, que permite ampliar o número de exames, dar mais conforto aos pacientes e otimizar o fluxo entre ambulatório, internação e emergência, priorizando casos mais complexos”, afirma.

Entre os avanços, Murilo destaca a possibilidade de realização de ecocardiografia à beira-leito na enfermaria clínico-cirúrgica 1D, voltada a pacientes em estado mais grave. “É um divisor de águas para os pacientes mais graves. Hoje conseguimos responder mais rápido a dúvidas diagnósticas em quadros de choque, dispneia aguda, piora de insuficiência cardíaca ou suspeita de tromboembolismo, diretamente ao lado do leito, o que encurta o tempo entre o diagnóstico e a decisão terapêutica”, explica. Ele acrescenta que a retomada da angiotomografia e da ressonância cardíaca “completa o rol de serviços, permitindo investigar doença coronariana, cardiopatias estruturais e cardiomiopatias com mais precisão, muitas vezes evitando procedimentos mais invasivos”.

As melhorias incluem ainda leitos de enfermaria com monitorização multiparamétrica vinculados ao projeto UFBA–SESAB de insuficiência cardíaca avançada, ampliação da oferta de exames de holter, realização de testes em esteira ergométrica e uso de aparelhos de óxido nítrico inalatório para casos selecionados de hipertensão pulmonar e disfunção ventricular direita.

Segundo Murilo, esse conjunto permite estratificar melhor o risco, ajustar terapias de forma personalizada e acompanhar a resposta ao tratamento, além de criar um cenário de alta complexidade para formação de residentes, estudantes e equipes multiprofissionais. “Do ponto de vista de ensino e pesquisa, o ganho é enorme: residentes, estudantes e multiprofissionais passam a ter um cenário real de alta complexidade, com acesso a diferentes modalidades de imagem e monitorização”, ressalta.

Em curto e médio prazo, a unidade pretende acompanhar indicadores como capacidade mensal de exames (ecocardiograma, holter, teste de esforço, angiotomografia e ressonância cardíaca), tempo de espera entre agendamento e realização, tempo de resposta para exames de urgência à beira-leito e a proporção de pacientes com insuficiência cardíaca e hipertensão pulmonar que conseguem concluir toda a linha diagnóstica dentro do próprio hospital.

Também serão monitorados desfechos como taxa de reinternação, tempo de internação e necessidade de terapia intensiva nesses perfis. Murilo explica que as metas numéricas estão em consolidação junto às áreas de planejamento, considerando a nova configuração estrutural e tecnológica, com perspectiva de ampliar o número de exames, reduzir de forma significativa o tempo de espera e priorizar de maneira sistemática os casos de maior complexidade.

Na perspectiva da gestão, a gerente de Atenção à Saúde do Hupes-UFBA, Carolina Calixto, reforça que a intervenção está inserida no planejamento institucional. Segundo ela, “as entregas realizadas integram o planejamento que está alinhado às diretrizes estratégicas da Ebserh voltadas ao fortalecimento da qualidade assistencial, à ampliação das condições para o ensino em serviço e ao estímulo à pesquisa aplicada à realidade hospitalar”.

O Gerente Administrativo, Rodrigo Machado destaca que o conjunto de ações reforça o compromisso com a melhoria contínua da infraestrutura e dos processos de trabalho, assegurando um ambiente mais seguro, resolutivo e acolhedor para usuários(as) e profissionais. “Para as equipes, a entrega do espaço representa um avanço nas condições de trabalho, com ambientes mais adequados, fluxos otimizados e suporte tecnológico que favorece o desenvolvimento das atividades assistenciais, de ensino e pesquisa, consolidando o papel do Hupes-UFBA como hospital universitário de excelência”, completa.

Sobre a Ebserh

O Hupes-UFBA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por Felipe Monteiro