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Estudante cria cenário de simulação realística para qualificar profissionais em hemotransfusão no HUL
Lagarto (SE) - Atenta aos desafios da rotina assistencial, a estudante de Enfermagem Giseli do Nascimento Silva criou, no âmbito do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT) do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS) — vinculado a Rede Ebserh —, um projeto voltado a aprimorar a segurança do paciente. A iniciativa resultou na elaboração de um roteiro de simulação realística sobre hemotransfusão, pensado para qualificar o treinamento dos profissionais hospitalares.
A hemotransfusão é o procedimento em que o paciente recebe sangue ou partes específicas dele, como plaquetas, plasma ou hemácias, doado por outra pessoa. Ela é indicada em situações de emergência, como grandes perdas de sangue, e também em casos de anemia, problemas de coagulação ou quando é preciso repor o volume sanguíneo.
“O maior desafio foi encontrar o equilíbrio entre realismo e segurança pedagógica. Eu precisava representar erros que de fato acontecem na prática, sem que isso se transformasse em um ambiente punitivo ou desconfortável para quem vivenciaria o cenário”, conta a estudante.
“Além disso, foi desafiador traduzir conflitos éticos reais para um roteiro estruturado, garantindo que os participantes percebessem a gravidade das condutas, mas também entendessem como agir profissionalmente diante de colegas que erram”, complementa.
A pesquisa foi desenvolvida nos laboratórios da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Lagarto, em parceria com a Ebserh. A orientadora, professora Jussiely Cunha Oliveira, do Departamento de Enfermagem (DENL), explicou que a hemotransfusão foi escolhida como tema central do projeto por ser um procedimento que envolve riscos e demandar condutas éticas e técnicas.
“Quando realizado sem protocolos adequados, como falhas na checagem da identificação do paciente ou falta de monitoramento, o procedimento representa o risco de complicações imediatas e tardias, incluindo reações transfusionais (febris, alérgicas, hemolíticas, etc.), risco de transmissão de infecções e outras intercorrências clínicas. A atuação rápida é fundamental, pois o atendimento imediato pode ser decisivo para preservar a vida do paciente”, ressalta.
Giseli Silva acredita que a principal contribuição do projeto está no potencial de transformar a forma como os profissionais enxergam a hemotransfusão e suas responsabilidades dentro do processo.
"Ele não trabalha apenas ‘o que fazer’, mas como agir quando algo sai do esperado: como intervir diante de uma falha, como chamar a atenção de um colega com ética, como registrar corretamente e como comunicar uma situação de risco. Ao vivenciar o cenário, o participante sente o peso da decisão clínica em um ambiente seguro e controlado. Essa experiência gera um impacto emocional positivo, que ajuda a consolidar aprendizado de longo prazo. Na prática, isso pode resultar em profissionais mais críticos, mais atentos aos detalhes e mais comprometidos com a cultura de segurança do paciente”, finaliza.
Sobre a Ebserh
O HUL-UFS faz parte da Rede Ebserh desde 2017. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.