HU-UFPI realiza ações para prevenir Lesão por Pressão em pacientes do SUS

Teresina (PI)) – Na última quinta-feira, dia 20 de novembro de 2025, foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão (LP) - todo ano, a data é comemorada na terceira quinta-feira do mês de novembro.  A lesão afeta a qualidade de vida de pacientes e familiares, e aumenta os custos do tratamento. Mesmo com os avanços na saúde, a LP é uma das principais causas de morbidade e mortalidade hospitalar.

No Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), há um grupo de trabalho que cuida especificamente da prevenção de lesão por pressão - vinculado ao Núcleo de Segurança do Paciente -, que realiza campanhas durante o ano todo, especialmente nos meses de abril e setembro, além de no referido Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão.

Esse é um tipo de lesão que ocorre na pele, geralmente em áreas de proeminências ósseas ou devido ao uso de dispositivos, em pessoas com mobilidade reduzida, que ficam muito tempo na mesma posição, seja na cama, cadeira ou outra superfície. A pressão prolongada em área específica pode levar ao desenvolvimento da lesão.

A chefe do Setor de Gestão da Qualidade do HU-UFPI, a enfermeira estomaterapeuta, Roxana Siqueira, explica que a prevenção pode ser feita com verificações e ações simples: “Com a avaliação do risco do paciente ter lesão, realizando-se a inspeção diária da pele e o manejo da hidratação dessa pele, que deve estar sempre bem hidratada, mas seca no sentido do contato com as eliminações, com as fezes, com a urina, a pele sempre tem que estar bem limpa. Verificação ainda da nutrição desse paciente e a mudança de decúbito, que é a mudança de posição daqueles que estão acamados, restritos ao leito”, ressaltou.

A enfermeira Roxana acrescentou ainda que o HU-UFPI dispõe de todos os recursos materiais para auxiliar na prevenção de lesão por pressão: “O relógio de mudança de decúbito, a fralda descartável, o creme barreira, o hidratante adequado para a pele do paciente acamado e de pele mais sensível, a alimentação com  suplementos nutricionais que o paciente necessita, o curativo de espuma com a borda de silicone, o colchão pneumático, então são vários recursos que a gente dispõe aqui no hospital”, pontuou.

Além disso, devido à importância de que essas informações sejam disseminadas e de  incentivar práticas seguras e estimular a colaboração das equipes e dos acompanhantes dos pacientes, está sendo desenvolvido um projeto, dentro da Unidade de Qualidade e Segurança do Paciente do HU-UFPI, de visita a todos os pacientes que são internados, para que haja um maior engajamento do paciente, da família, do cuidador na prevenção de incidentes, de eventos adversos, incluindo as lesões por pressão.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destaca que prevenção da lesão por pressão é meta de segurança do paciente e responsabilidade da equipe multidisciplinar em todos os níveis de atenção à saúde. Segundo a Anvisa, “a maioria das lesões por pressão é evitável e ocorre em pacientes em risco no início do processo de hospitalização ou admissão em instituições de longa permanência”.

Cuidados importantes

O Ministério da Saúde destaca a importância de alguns cuidados para prevenir lesões por pressão:

• Identificar sinais de ressecamento, rachaduras, eritema, fragilidade, calor e enduração.
• Hidratar a pele.
• Realizar higiene íntima após cada troca de fralda.
• Utilizar dispositivos de alívio de pressão tais como: colchões especiais (colchão, pneumático), travesseiros e almofadas de gel.
• Proteger calcâneo e manter os membros inferiores aquecidos.
• Não utilizar almofadas tipo “donut” (com furo no meio).
• Realizar transferências e movimentações do cliente com o auxílio de coxins e apoios.
• Posicionar o paciente no leito de forma correta.
• Estimular a Movimentação.

Tratamento

O tratamento envolve aliviar a pressão, evitar atritos e forças de cisalhamento, e cuidar constantemente das feridas. Em alguns casos, podem ser necessários tratamentos mais avançados, como terapias de pressão negativa, produtos com tecido e células, e cirurgias. Quando a lesão é tratada no início, o prognóstico é bom, mas se for negligenciada, pode se tornar grave e difícil de curar, com risco de infecção.

No HU-UFPI, o paciente também dispõe dos recursos para tratamento, inclusive com a oferta de serviço ambulatorial de estomaterapeuta.  

Dados de incidência

Conforme o Relatório Nacional de Incidentes relacionados à Saúde, entre 2014 e 2022, foram notificados 1.100.352 incidentes, dos quais 223.378 (20,30%) foram lesões por pressão, tornando-se o segundo tipo de evento mais frequente nos serviços de saúde do país. Além disso, cerca de 26.735 never events (eventos que nunca deveriam o correr) foram registrados, com 19.307 (72,21%) relacionados a lesão por pressão por estágio 3, e 5.769 (21, 57%) a lesão por pressão estágio 4.

Sobre a Ebserh

O HU-UFPI faz parte da Rede Ebserh desde novembro de 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Reportagem: Neurizete Duarte e Joseane Moura Pinto

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh

Categoria Saúde