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HU-UFPI/Ebserh ultrapassa 2 mil teleatendimentos e fortalece a expansão da E-Saúde no Piauí
Teresina (PI) - Com 2.179 atendimentos remotos registrados até outubro de 2025, a Unidade de E-Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI/Ebserh) consolida o avanço da assistência digital no estado. No total, foram realizadas 1.198 teleconsultas e teleconsultorias, além de 920 telelaudos de eletrocardiograma (ECG) e 61 de eletroencefalograma (EEG), demonstrando o fortalecimento das práticas de telessaúde e sua importância para ampliar o acesso da população a serviços especializados.
No tele-ECG, após o exame ser capturado, ele é transmitido e laudado de forma remota, garantindo agilidade e segurança no diagnóstico. Cada traçado do eletrocardiograma é anexado ao sistema juntamente com a solicitação do médico, contendo descrição clínica, sintomas, comorbidades e justificativa do pedido.
A médica cardiologista Bruna Gomes de Medeiros detalha que o processo permite um acompanhamento preciso. “No pós-operatório de cirurgia cardíaca, por exemplo, o retorno remoto ocorre entre uma e duas semanas após a alta. Isso nos possibilita avaliar sintomas, evolução da ferida operatória, necessidade de ajustes de medicação e identificar sinais de alerta que justifiquem encaminhamento imediato ao atendimento presencial”.
Ela destaca ainda que a maior parte das avaliações envolve check-ups, análise de risco cirúrgico e pré-operatórios, e que protocolos rígidos garantem precisão e segurança. “Seguimos a mesma metodologia utilizada nas consultas presenciais, exceto pelo exame físico direto. Quando o paciente está acompanhado por alguém com conhecimento básico em saúde, conseguimos aferir pressão arterial, medir saturação e orientar pequenas manobras por vídeo, tornando a avaliação mais completa. Também é possível analisar imagens da ferida operatória, sempre dentro dos protocolos de segurança”, ressalta.
A médica também aponta que a telemedicina facilita o acesso para pacientes que não precisam se deslocar de casa, especialmente aqueles que não moram na capital. “Nosso estado é grande e muito dependente de Teresina para atendimentos especializados. Evitar o desgaste da viagem faz muita diferença. Além disso, muitas vezes o paciente consegue uma consulta mais rápida do que conseguiria presencialmente, devido à sobrecarga da rede”.
Fluxo de atendimento
O chefe da Unidade de Gestão da Inovação Tecnológica em Saúde do HU-UFPI, Ricardo Queiroz, explica que o fluxo de marcação das teleconsultas segue o mesmo padrão da consulta presencial. “O médico identifica o paciente como elegível, emite a guia de retorno e encaminha para o setor de E-Saúde, que realiza o agendamento. Na véspera, confirmamos com o paciente, enviamos orientações e materiais explicativos e, momentos antes da consulta, disponibilizamos o link de acesso”.
Ele acrescenta que o atendimento é realizado pelo Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), enquanto o WhatsApp é usado apenas para comunicação e suporte. “Quando o paciente reside em um município com conexão muito instável, a consulta pode ser finalizada pelo aplicativo, mas é registrada formalmente no sistema institucional”, diz.
Segurança em primeiro lugar
Bruna Medeiros reforça a importância da segurança do paciente: “É essencial que ele entenda que está diante de uma consulta de telemedicina. Qualquer sinal de limitação no atendimento, sintomas de alarme ou alterações em exames justificam o encaminhamento imediato para avaliação presencial”.
Ricardo enfatiza a relevância da teleconsultoria. “Ela tem sido fundamental especialmente quando médicas gestantes, afastadas dos ambulatórios por questões de saúde ocupacional, continuam oferecendo orientação aos residentes. Assim, evitamos sobrecarga das equipes e garantimos continuidade na assistência especializada”.
“Essa foi a forma que encontramos para que os residentes não fiquem sem orientação e para que as médicas possam trabalhar em um ambiente salubre durante boa parte da gestação, sem se afastar totalmente”, completa o gestor.
Resultados consolidam o modelo
Para o chefe da Unidade de E-Saúde, Marcelo Nunes, os resultados alcançados mostram a consolidação do modelo. Ele destaca que todas as práticas seguem rigorosamente a Lei nº 14.510/2022 (que autoriza e disciplina a prática da telessaúde em todo o território nacional), os protocolos clínicos de cada especialidade, os padrões de segurança da informação e os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A unidade utiliza câmeras de alta definição, áudio limpo, iluminação adequada, internet estável e sistemas validados. Nunes ressalta ainda que “mais de 95% das teleconsultas e teleconsultorias são efetivamente realizadas, o que demonstra baixíssimo absenteísmo e alta adesão da população”.
O gestor garante que a expansão das modalidades de telessaúde, incluindo teleconsulta, teleconsultoria, telelaudo, teleinterconsulta e telemonitorização, aliada ao uso de ferramentas de inteligência artificial, representa um caminho natural e estratégico para o aprimoramento da assistência em saúde tanto no setor público quanto no privado.
Sobre o HU-UFPI
O HU-UFPI faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde novembro de 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Maria Carvalho Costa, com edição de George Miranda
Unidade de Imprensa e Informação Estratégica para as regiões Norte e Nordeste
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh