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INOVAÇÃO
HU-UFPI aplica metodologia Hackaton para proposições de melhorias
Teresina (PI) – Que tal criar equipes multidisciplinares para pensarem, juntas, em soluções de problemas? É isso que o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem feito com uma metodologia inovadora: o Hackaton! O nome vem da junção das palavras inglesas “hack”, que significa programar; e “marathon”, de maratona, sendo um momento de disputa entre equipes de profissionais da instituição para pensar estratégias aos desafios identificados nas Unidades.
O projeto piloto foi realizado na Unidade Multiprofissional em novembro, nos dias 06, momento da reunião das equipes; e 21, para apresentação das soluções e julgamento da melhor proposta. E, na manhã da última quinta-feira (5), o Hackaton do HU-UFPI foi lançado oficialmente em cerimônia na Unidade de Vigilância em Saúde (UVS), local escolhido como o próximo a participar dessa iniciativa.
O superintendente do Hospital, Carlos Eduardo Batista de Lima, afirmou que essa é a uma estratégia para ajustes continuados nos processos do HU-UFPI. Sendo também uma forma de aproximação contínua entre os colaboradores e “um meio que proporciona à gestão o entendimento de cada unidade operacional e de quais são os principais problemas para que, a partir dessa identificação, sejam elaboradas estratégias de solução pelos próprios colaboradores e, no momento logo subsequente, isso é compartilhado”, ressaltou.
Também a gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFPI, Jussara Maria Valentim Cavalcante Nunes, complementou que essa iniciativa proporciona a identificação de problemas em diferentes áreas, que geram, por exemplo, despesas ou impactam serviços. “Isso faz com que as pessoas se envolvam com os problemas do Hospital e os próprios colaboradores podem ir atrás dessa solução, porque ninguém melhor do que quem vivencia o problema para entender o impacto e achar a solução. Tenho certeza que será uma boa prática não só para o HU, mas para vários outros hospitais”, concluiu.
Metodologia
Essa é uma metodologia consolidada no mercado, sendo muito realizada por empresas, especialmente ligadas à área da tecnologia. No HU-UFPI, explicou Ricardo Gomes De Queiroz, chefe da Unidade de Gestão da Inovação Tecnológica em Saúde (UGITS), que o Hackaton foi adaptado ao contexto dos desafios comuns ao ambiente hospitalar, iniciando com a escolha do problema a partir das informações (briefing) que as unidades enviam à UGITS. O segundo momento corresponde à disputa, com a formação de equipes compostas por profissionais de diversas unidades envolvidos direta ou indiretamente com o desafio a ser endereçado. A duração do planejamento das equipes em busca de soluções dura, em média, quatro horas. E, como terceira etapa, são feitas as apresentações para a banca formada por gestores do Hospital, observando critérios, como facilidade de implementação, relevância e objetividade. Posterior a isso, como uma quarta etapa, acontece a implementação das sugestões e o acompanhamento dos resultados.
No projeto piloto feito na Unidade Multiprofissional, as duas equipes tiveram que pensar soluções para minimizar o desperdício de alimentos para pacientes e acompanhantes nas ocasiões de ausência do paciente ou de ambos, seja por saída para realização de exames ou alta antes do horário da refeição, tendo sido comunicada posteriormente. “O interessante é que as equipes apresentaram soluções simples, mas não observadas anteriormente justamente porque, quando estamos inseridos na rotina, isso passa despercebido. No Hackaton, paramos e olhamos o problema e, juntos, desenvolvemos estratégias com o mesmo objetivo”, destacou Ricardo.
O chefe da Unidade Multiprofissional, José Felipe Vieira, contou que participaram profissionais das Clínicas Médica e Cirúrgica, da Nutrição Clínica e de Produção e Enfermagem. Essa experiência, conforme classificou o gestor, foi exitosa, trazendo reflexões para esse problema que envolve várias unidades. Entre as soluções apresentadas, está a mudança do horário de alta para que ocorram pela manhã, por exemplo. “Os próximos passos serão o mapeamento do processo junto com a equipe de Tecnologia da Informação (TI) e o acompanhamento das altas hospitalares com o pré-check-in do envio das dietas”.
Para a UVS, a dificuldade a ser solucionada já foi definida e se refere ao rastreamento para verificação de riscos de infecção em pacientes que realizaram cirurgias e já receberam alta. “Esse é um desafio que demonstra a preocupação do HU com o paciente em sua residência, acompanhando o seu pós-cirúrgico”. O prazo para que a segunda etapa do Hackaton da UVS seja realizada é de 30 dias.
Sobre o HU-UFPI
O HU-UFPI faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde novembro de 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh