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DIA MUNDIAL
CH-UFC promoveu atividades com foco na prevenção e nos cuidados com o diabetes
Fortaleza (CE) - O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu uma série de atividades voltadas à prevenção, diagnóstico e manejo do diabetes em alusão ao Dia Mundial dedicado à doença (14 de novembro). A programação aconteceu entre a quarta (11) e sexta-feira (14), abordando os diferentes tipos, os cuidados com pacientes e o acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As atividades são uma iniciativa conjunta da Linha de Cuidados em Diabetes e da Residência Multiprofissional com Especialidade em Assistência em Diabetes (Resmulti Diabetes).
A coordenadora da Linha de Cuidado em Diabetes do HUWC-UFC, Ana Célia Caetano, destacou a importância desta ação de conscientização, alertando sobre os riscos do diabetes, a necessidade do rastreio precoce e a melhor condução assistencial para cada caso. “A atividade educativa é de grande relevância na prevenção e no controle do diabetes. Por esse meio, fazemos grande parte das orientações sobre as medidas de prevenção e tratamento da doença, como orientar sobre a alimentação saudável e a prática do exercício físico. Também falamos sobre os principais fatores de risco, principais complicações do diabetes e o risco do aparecimento de outras problemas de saúde”, reforçou.
Programação
As ações foram direcionadas aos pacientes e acompanhantes, que aguardavam atendimentos em diferentes Ambulatórios do HUWC, e incluíram avaliação dos pés, medidas antropométricas, verificação de sinais vitais, avaliação de risco FINDRISC (questionário que avalia o risco de desenvolver diabetes), orientações sobre alimentação e uso de medicamentos entre outras. Na manhã do primeiro dia (12), houve palestras sobre “Tecnologias em Diabetes: monitoração contínua da glicose, contagem de CHO e exercício físico”, no Ambulatório de Endocrinologia; e sobre “Hipoglicemia em idosos: reconhecer, prevenir e corrigir com segurança”, no Ambulatório de Geriatria. À tarde, “Cuidar e educar: estratégias para o controle glicêmico” foi o assunto abordado na Linha de Cuidados.
Na quinta-feira (13), o dia começou com atividades educativas no Ambulatório de Pediatria, com foco na abordagem lúdica sobre o diabetes tipo 1: “Brincando com controle: entendendo a hipo, a hiper e o rodízio de aplicação”. Também aconteceu a “Roleta Multi do diabetes: cuidar pode ser leve”, na Linha de Cuidados em Diabetes. À tarde, no Ambulatório de Endocrinologia, foi falado sobre o diabetes gestacional, direcionado ao “Gestar com equilíbrio: arte terapia, alimentação e insulinoterapia”; e, no Hall do HUWC, aconteceu a “Estação Azul: conhecer para cuidar”.
Encerrando a programação, na sexta-feira (14) foi realizada a Tenda Azul, em frente às Ilhas, abordando “Cuidar de Si é o melhor trabalho: prevenção, bem-estar e autocuidado”. No Ambulatório de Endocrinologia, foram duas ações: a primeira, sobre o “Impacto do diabetes na saúde oral”, com a participação do Projeto Prevenção em Próteses Dentárias, do curso de Odontologia da UFC; e a segunda, à tarde, sobre “Viver bem com o diabetes: desafios e autocuidado”.
Atuante na programação, a enfermeira residente do Programa de Residência Multiprofissional em Assistência em Diabetes, Letícia Galvão, mencionou que participar das ações foi uma experiência transformadora que, ao mesmo tempo que auxiliou os pacientes, contribuiu com sua formação. “Como residente, é uma oportunidade de colocar em prática o cuidado multiprofissional e fortalecer a educação em saúde, aproximando o Hospital da comunidade. Cada orientação e escuta reforçam o quanto a formação está diretamente ligada ao compromisso com o bem-estar das pessoas”, relatou.
Saiba mais: por que o diabetes é tão perigoso?
O diabetes é caracterizado pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue, causado pela falta ou má produção da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas). Esse excesso pode prejudicar o funcionamento de órgãos, como coração, rins, olhos, além dos vasos sanguíneos. Existem diferentes tipos da doença. O diabetes tipo 1 ocorre quando o próprio corpo não produz insulina (condição autoimune), geralmente surgindo na infância ou adolescência. Já no diabetes tipo 2, o corpo ainda produz insulina, mas não a utiliza de forma eficiente, sendo mais comum em adultos com predisposição genética e obesidade. Existe, ainda, a classificação “pré-diabetes”, quando os níveis de glicose estão acima do normal (entre 100 e 125 mg/dl), mas ainda não atingem os critérios da doença (a partir de 126 mg/dl). Identificar o pré-diabetes é essencial, pois medidas de alimentação saudável, prática de exercícios e acompanhamento médico previnem o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Cuidados na gestação
Outro tipo, o diabetes gestacional, pode ser detectado precocemente antes da 20ª semana de gestação (com a glicemia de jejum), ou, mais tardiamente, entre a 24ª e a 28ª semana (com Teste de Tolerância à Glicose Oral (TTGO), e pode afetar tanto a mãe quanto o bebê. Entre os riscos estão crescimento fetal excessivo, hipoglicemia neonatal, pré-eclâmpsia, aumento das chances de parto cesáreo e necessidade de internação neonatal. O rastreio deve começar já no início da gestação e, mesmo que a glicose normalize após o parto, a mulher permanece em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Além dos tipos mais comuns, existem as formas atípicas de diabetes, que podem ter causas genéticas, estarem associadas a medicamentos ou a condições específicas, como baixa quantidade de gordura corporal (lipoatrófico). Essas situações exigem avaliação especializada, pois o tratamento pode variar de acordo com a causa e nem sempre segue os padrões do diabetes tipo 1 ou 2. Outros sinais de alerta incluem condições que se caracterizam pela resistência severa à insulina, como a síndrome dos ovários policísticos e o acanthosis nigricans (escurecimento de dobras de pele).
Como prevenir e tratar
A prevenção e o tratamento de todos os tipos de diabetes envolvem hábitos de vida saudáveis. A alimentação equilibrada, com redução de açúcares simples e gorduras saturadas e o aumento do consumo de fibras, proteínas magras e de boas gorduras, combinada à prática regular de exercícios físicos, ajuda a manter o controle glicêmico e melhora a sensibilidade à insulina. É importante priorizar alimentos naturais e preparar refeições de forma saudável, evitando frituras e excesso de industrializados.
Um outro cuidado específico com a pessoa diabética está na atenção aos seus pés. O diabetes causa uma diminuição do fluxo sanguíneo e sensibilidade na área, o que aumenta o risco de feridas, infecções e até amputações. Entre os cuidados estão a higiene diária, a hidratação, o corte correto das unhas para evitar encravamento e o uso de calçados adequados, inclusive dentro de casa.
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento para pessoas com diabetes, oferecendo medicamentos, que ajudam a manter os níveis estáveis de glicose no sangue, e insumos essenciais para monitoramento domiciliar da glicemia, como glicosímetros, tiras reagentes, lancetas e seringas com agulha acoplada. Além disso, o SUS oferta a insulina humana NPH (para controle da glicose entre refeições) e regular (de ação rápida), em frasco ou caneta, incluindo a nova caneta refil (reutilizável). O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha com todas as orientações de uso das versões descartável e reutilizável da insulina em caneta.
Sobre a Ebserh
O CH-UFC faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh