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Hipertensão arterial
Nutricionistas da Unidade de Hipertensão Arterial fazem ação em alusão ao Dia Mundial da Hipertensão
Na última sexta-feira, 17/05, foi celebrado o Dia Mundial da Hipertensão Arterial. A doença é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. Um levantamento da base de dados final do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) feito pelo Ministério da Saúde em 2023 mostrou que a taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos, com a ocorrência de 18,7 óbitos por 100 mil habitantes em 2021.
Para tratar da importância da prevenção e do cuidado com a pressão arterial para evitar a doença e suas complicações, a Unidade de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiás (UHA) promoveu na manhã desta segunda-feira, 20/05, uma atividade na sala de espera da Unidade com os pacientes que aguardavam consulta. Na ocasião, a equipe de nutricionistas da UHA aplicou um instrumento, denominado “teia alimentar”, como parte da metodologia de um projeto de extensão multiprofissional intitulado “Educação em Saúde” e deu orientações sobre os alimentos que devem ser consumidos e quais devem ser evitados.
Durante a ação, cada paciente recebeu uma teia alimentar e era instigado pela equipe de nutricionistas a refletir sobre o consumo de alimentos de modo a fazer comparações entre as porções recomendadas para o consumo de cada alimento e a quantidade realmente consumida. Em uma escala de classificação que vai do “péssimo” ao “ótimo”, os pacientes deveriam preencher a teia conforme a quantidade de porção que consomem em relação ao que é recomendado. Quanto mais a teia ficar aberta significa que o consumo de alimentos se aproxima do que é recomendado. Entre os alimentos considerados “bons” para o consumo estão carne de peixes, grãos integrais, frutas, verduras, legumes, sementes e castanhas. Já entre os alimentos que devem ser evitados estão os embutidos, ultraprocessados, bebida açucarada e carne vermelha.
“A teia alimentar acabou de ser validada e é um instrumento que tem como objetivo fazer o diagnóstico da alimentação da pessoa e, após esse diagnóstico, tem a função de promover a educação nutricional, pois a teia faz essa relação entre o que é recomendado e a auto percepção, a auto avaliação da pessoa para que ela mesma verifique como está a sua alimentação. Em contrapartida, a nossa equipe vai recomendando e orientando o que é essa dieta cardioprotetora, que auxilia na redução da pressão arterial, além de ter um papel importante na prevenção do diabetes”, explica a nutricionista Ana Paula Perillo Ferreira Carvalho, coordenadora do projeto de extensão “Educação em Saúde” da UHA.
Ana Paula ressalta que a teia alimentar é um instrumento simples e fácil de ser aplicado. “É um instrumento de educação nutricional para o nosso público, que é composto por pacientes que, na maioria das vezes, além da hipertensão arterial, têm um pré-diabetes ou diabetes ou uma dislipidemia, que são doenças metabólicas. E a teia alimentar auxilia no controle e na melhora desse paciente, abrangendo todas as suas necessidades”, ressalta Ana Paula.
As nutricionistas também distribuíram um mix de castanhas para os pacientes ressaltando a importância do consumo delas para a saúde cardiovascular, uma vez que elas são ricas em gorduras boas (mono e poli-insaturadas), antioxidantes, possuem vitaminas, minerais e fibras que auxiliam na diminuição do “colesterol ruim” (LDL) no sangue e dão maior saciedade. Recomenda-se consumir até 30 gramas por dia, o que significa 12 castanhas de caju ou 7 castanhas do Pará ou 6 nozes ou 3 colheres de sopa de amendoim sem sal.
A equipe de Nutrição da UHA realizará o acompanhamento da teia alimentar dos pacientes ao retornarem para as próximas consultas individuais. “Nas próximas consultas, nós iremos reaplicar essa teia alimentar para verificarmos o que resultou desse tipo de conteúdo que foi passado através dessa abordagem. Teremos outras reuniões e vamos começar a incluir novos pacientes. E com esses que participaram dessa primeira etapa, nós daremos um retorno nas próximas reuniões com outros enfoques, mas sempre nessa linha: de melhorar a nutrição deles com essa dieta cardioprotetora. Vamos sempre procurar abordar de formas diferentes o mesmo conteúdo, com linguagem acessível, para que isso seja internalizado e a pessoa aos poucos comece a ter essa mudança de hábitos. Com isso, esperamos ver uma melhora nos exames bioquímicos, no estilo de vida e na capacidade destes pacientes”, conclui Ana Paula.
A equipe atende, em média, cerca de 100 pacientes por mês na Unidade de Hipertensão Arterial.
A UHA está localizada no Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFG/Ebserh), no terceiro andar do prédio do Cora (Centro Avançado de Diagnóstico da Mama).
O que é a hipertensão arterial?
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). E é considerada grave quando a pressão está acima de 18/12.
No Brasil, 388 pessoas morrem por dia por hipertensão. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, consumo de sal elevado, níveis altos de colesterol e falta de atividade física. Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos e aumenta com a idade.
Sobre a Ebserh
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.